Combate e prevenção ao uso de drogas

Macapá é um dos 28 municípios brasileiros que será contemplado com oficinas para formar e capacitar multiplicadores que atuarão no combate e prevenção ao uso de drogas. O projeto é da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça (MJ) e em Macapá será desenvolvido com o apoio da Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp).

Um projeto piloto, em parceria com a Embaixada Americana e a Federação do Amor Exigente, organização contratada pelo MJ, está sendo implantado nas cidades escolhidas. A abertura  acontece nesta sexta-feira, 14, às 19h, no Centro de Difusão Cultural João Batista de Azevedo Picanço. As oficinas serão realizadas sábado e domingo.

No Amapá o consumo de drogas é considerado altíssimo. A prova disso é que apenas uma quadrilha, que foi desbaratada sexta-feira pela Polícia Federal, distribuía cerca de 30kg de pasta base de cocaína por mês.

O blog conversou com policiais, juízes e autoridades no assunto que foram unânimes em dizer que grande parte da juventude amapaense é usuária de drogas e que o Estado já faz parte da rota do tráfico.
De acordo com um policial, um quilo de pasta base rende dez mil papelotes. Isso significa que a quadrilha desbaratada semana passada despejava no mercado algo em torno de 300 mil papelotes de cocaína por mês.

“Isso prova que o consumo é grande. Há muita cocaína entrando no Estado porque há mercado para isso”, diz o policial. Mas ele não descarta a possibilidade do Amapá estar servindo de entreposto de distribuição da droga. Cocaína vinda da Bolívia estaria entrando no Brasil pelo Amapá, afinal a Amazônia, cheia de rios, é uma via alternativa exatamente porque a fiscalização é menor. “É impossível fiscalizar todos os rios da Amazônia”, diz o policial.
Quanto ao alto consumo no Amapá, principalmente em Macapá, policiais, juízes e outros entendidos no assunto dizem que está faltando políticas públicas para a juventude e ações enérgicas de combate ao tráfico e campanhas eficientes de prevenção. Há também, dizem eles, a corrupção estatal que favorece o fortalecimento do tráfico. “Como em outros estados, no Amapá já acontece de presidiários coordenarem de dentro do presídio a compra e a distribuição de drogas”. Eles ressaltam que a Polícia Federal tem conseguido prender os coronéis do tráfico, a exemplo da Operação Graduados deflagrada semana passada, mas que é preciso que o Estado faça sua parte impedindo a graduação de “novos coronéis”.

Segundo eles, os pontos de maior ocorrência de tráfico são as áreas de baixada. “Se o Estado não se instalar de forma efetiva nas baixadas depois não conseguirá mais entrar, além disso o estado tem que deslanchar ações de médio e longo prazo para a juventude, ou logo estaremos como o Rio de Janeiro”, diz um juiz. E acrescenta: “É hora do estado pegar e cuidar dos soldados (os aviões) para que não cheguem a coronéis.”

Outros fatores que segundo eles contribuem para o uso de drogas são o desemprego, o desajuste familiar, a miséria (jovens se transformam em aviões para ganhar um dinheirinho que lhes permita comprar um tênis, a roupa da moda) e, principalmente a falta de políticas públicas.

  • Quando eu era adoloescente, meu sonho era ter uma calça jeans. Nada de Lee, M. Officer, Zoomp, Triton ou Iódice (eu nem sabia o que era isso). Meu sonho era ter uma simples calça daquelas que dava um ar meio relaxado e moderno. Como eu não tinha dinheiro, trabalhei um mês carregando cimento e ração no armazém do Seu Mimi Amaro e Dona Nelly. De posse do salário, dirigi-me à loja para comprar a tão sonhada calça na loja da Dona Corina. Só que no trajeto eu perdi o dinheiro que havia colocado no cós do chort. Que desilusão! Não me lembro se a Dona Nelly me ressarciu o dinheiro ou tive que trabalhar mais um mês. Hoje as ambições são grandes, mas as iniciativas para se ganhar dinheiro honestamente são parcas.
    Moral da história: hoje tenho tantas calças quanto eu quiser, seja do camelô ou de marca famosa. A aposta na honestidade foi satisfatória.

  • “Outros fatores que segundo eles contribuem para o uso de drogas são o desemprego, o desajuste familiar, a miséria (jovens se transformam em aviões para ganhar um dinheirinho que lhes permita comprar um tênis, a roupa da moda) e, principalmente a falta de políticas públicas.”
    Associe-se, aí, o apelo consumista da mídia.

  • O País vive hoje duas grandes ditaduras, uma é a da corrupção e a outra é das drogas, ambas se confundem,pois quem as pratica torna-se dependente.
    O corrupto com suas ações tira todas as possibilidades de uma melhor qualidade de vida da população enquanto que o tráfico mergulha as familias nas condições mais deprimentes, com a incerteza de um amanhã melhor até a morte do viciado pela arma do traficante.
    Toda e qualquer ação no combate às drogas deve ser apoiada pela sociedade e que as políticas públicas sejam implementadas de forma ampla sem a pulverização de seus orçamentos, que é o que geralmente ocorre com programas de tal relevância. O problema é muito grave e seu combate não pode ser efetuado com programas paliativos, deve ser ostensivo e com programas que tirem as crianças das ruas e das que vivem em situação de risco principalmente na periferia. No meu entendimento, a escola seria uma grande aliada nesta batalha, com estudo integral e com seus pais com emprego que lhes desse uma condição de não depender totalmente dos programas sociais que criam homens indolentes e preguiçosos e crianças desassistidas.

  • Essas ações por meio do esclarecimento e debate de Políticas Publicas direcionadas a esse publico, atingi não a ponta do iceberg, mas sim, a maior influencia que leva jovens e adultos de todo o País ao consumo e comércio de drogas, não somente pela vontade de ter uma roupa de marca e um chapéu da TOM BOY, e sim para sobreviver por não ver nenhum meio viável para seu crescimento social, mas sabe por que? Corrupción!!!

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