Editorial do JB

Muito bom o editorial do Jornal do Brasil deste domingo. O jornal relembra um seminário  que promoveu em 2005 e constata que ” se de um lado as denúncias e flagrantes envolvendo homens públicos continuam, de outro confirmamos que a impunidade contamina e estimula a disseminação de práticas ilícitas.”
O JB pergunta por que não temos mais homens como Pedro Simon, de postura e caráter inatacáveis?  E destaca que é no jovem senador amapaense  Randolfe Rodrigues que estão sendo depositadas as esperanças.

Eis o editorial:

“Em 2005, o Jornal do Brasil realizou o seminário Resgatando a Dignidade, em que homens como Itamar Franco, ministro Luiz Fux, senador Pedro Simon, Jefferson Peres, João Pedro Stédile, Dalmo Dallari, Celso Antonio Bandeira de Melo, frei Davi, entre outros, também de reputação ilibada, se reuniram para discutir o futuro de um país com 80 milhões de menores de 24 anos.

O JB teve a preocupação também de convidar o psiquiatra Jorge Alberto Costa e Silva, que foi diretor da Divisão de Saúde Mental da Organização Mundial de Saúde (OMS) e é membro da Academia Nacional de Medicina.

A proposta foi debater sobre como reagiriam no futuro esses jovens assistindo, naquele momento, aos desmandos de homens públicos no Parlamento brasileiro. Como os escândalos e a impunidade se refletiriam no comportamento daquela imensa massa que seria o futuro da própria nação?

Hoje, pouco mais de seis anos depois, constatamos que, se de um lado as denúncias e flagrantes envolvendo homens públicos continuam, de outro confirmamos que a impunidade contamina e estimula a disseminação de práticas ilícitas.

Jornais de grande circulação do país estampam, neste domingo, em suas manchetes, números que comprovam esta triste tendência: No O Globo, “Apenas 70 de 1.209 casos de corrupção têm punição”, enfatizando que o valor desviado dos cofres públicos pelos gestores soma R$ 1 bilhão; na Folha de S. Paulo: “Um em cada 262 adultos brasileiros está na prisão”, destacando que desde1995, ataxa de encarceramento da população brasileira quase triplicou.

Soma-se a isso tudo o fato de um senador, que sempre levantou a bandeira da ética e da lisura, se ver mergulhado em denúncias que envolvem ainda um acusado de chefiar exploração ilegal de jogos. Demóstenes Torres, líder do DEM, hoje luta para provar que sua relação com Carlinhos Cachoeira nada tem de irregular, apesar de gravações da Polícia Federal flagrarem vazamento de informações sigilosas e até pagamento de viagem de avião.

Por que será que não temos mais homens como Pedro Simon que, com tantos anos de vida pública, sempre manteve sua postura e caráter inatacáveis?

Esperanças vêm se depositando na figura do jovem senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) que, com apenas 38 anos, já mostra clareza, lisura e princípios em seus posicionamentos.

Mas é preciso que nossa classe política mostre mais e dê o exemplo para a população. Do contrário, veremos cada vez mais os desmandos dos nossos parlamentares se refletindo nas ações da sociedade, como o JB antecipou em seu seminário, em 2006.

Só com o fim da impunidade e da corrupção teremos a certeza de um futuro melhor para o Brasil e os brasileiros.”

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