Caos na saúde – Em menos de 24 horas, 120 médicos pedem exoneração do Estado

Do jornal a Gazeta

Promessa feita, promessa cumprida. Ontem, parte dos médicos que decidiram, na noite de quinta-feira, suspender os plantões a partir do dia 1º de setembro, começou a pedir exonerações do governo do Estado do Amapá. Dos 500 que anunciaram a paralisação, pelo menos 120, ou seja, 24%, já oficializaram, no Conselho Regional de Medicina (CRM), o desejo de deixar o serviço público. Com o pedido em massa, a possibilidade de mais pacientes virem a óbito aumenta. A solução está nas mãos do governo estadual, que insiste em se manter em silêncio.

A medida é uma resposta ao não cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) celebrado entre o Ministério Público Estadual (MPE), Sindicato dos Médicos do Amapá (Sinmed), Conselho Regional de Medicina e Secretaria de Saúde (Sesa). Atualmente, 504 médicos atuam na rede pública estadual, dos quais 50% trabalham mediante contrato administrativo. Eles reclamam da baixa remuneração paga nos plantões, irregularidades nas escalas e a falta de diálogo com o governo do Estado.

O executivo estadual deveria apresentar uma proposta de regularização dos plantões até o dia 31 deste mês, no entanto, como o diálogo não avançou, os profissionais decidiram tomar a atitude extrema de suspender os atendimentos e ainda pedir exoneração dos contratos administrativos.

Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos do Amapá, Fernando Antonio do Nascimento e Nascimento, esta é a primeira vez que a categoria se mobiliza para reivindicar seus direitos. “Nossa intenção não era tomar essa atitude extremada. Sabemos do nosso compromisso com os pacientes da rede pública, mas não encontramos outra alternativa”, explicou.

A Federação Nacional dos Médicos estabelece que a média salarial dos profissionais deve ser em torno de R$ 9.188,72. Os valores estipulados pela Secretaria de Saúde aos médicos do contrato administrativo chega perto de R$ 3.056,00 equivalente a 20 horas semanais. Ou seja, o Amapá paga menos de 50% do que é permitido pela lei aos médicos que atuam no serviço público.

O presidente do Sinmed afirma que buscou entendimentos com o secretário de Saúde, Edilson Pereira, e que ele teria se mostrado solícito aos pedidos do Sindicato, concordando ainda com a regularização dos plantões médicos. “O que nos surpreendeu foi a atitude do secretário que um dia após a conversa, sinalizou que nossos pedidos ainda demorariam a ser atendidos, pois passariam por análise e estudo”, ressaltou Fernando Nascimento.

As escalas de plantões são valores adicionais pagos para complementar o salário dos médicos. O valor serve para cobrir o tempo de serviço dos profissionais no local de trabalho. Para cada plantão deveria ser pago o equivalente a R$ 1.200, mas o governo do Amapá estabeleceu que as escalas não podem extrapolar os R$ 600. E para as escalas de sobre-aviso, ou seja, aquelas em que o médico pode ser acionado a qualquer hora do dia para atender aos pacientes, é pago cerca de R$250. Atentativa do Sinmed é negociar para que os valores dos plantões e das escalas sejam equiparados.

  • Defendo com afinco que os direitos salariais desses profissionais sejam ajustados de acordo com todos os dispositivos legais que os respaldam. Penso que o nosso governador tem sim a obrigação de pagar o que é devido até pq, dessa maneira ele poderá ser bem mais contundente em suas cobranças e retirar aqueles médicos que, infelizmente,sujam a imagem da categoria.

  • Deixa eles pedirem exoneração. É só contratar novos médicos comprometidos com a saúde do povo, ganhando a metade que ganha esses mercenários.

  • Qualquer médico ganhar mais de 15 mil só do governo estadual (basta olhar no portal da transparencia), fora os “bicos” como prefeituras e iniciativa privada.

  • Pois é a calamidade no sistema de saúde se dar pela qualidade da gestão pública, já foi ruim, agora tá pior ainda, mudou sim, mas pra pior. Deus tenha misericordia de nós.Porque o Camilo não está nem ai pro sistema de saúde pública, pra ele tá tudo bem, é que quando os filhos deles, que Deus o livre, adoecerem, ele não vai levar para o Pronto Socorro, vai levantar voou e ir para os Siro libanes da vida, para os melhores hospitais do pais e quisá do mundo. Porque se a família dele precisasse um dia do Pronto Socorro ele iria se empenhar em melhorar a saúde pública do nosso Estado, qualquer postinho desse está dando de 10 no Pronto Socorro. Não tem profissionais, enfermeiros, médicos, auxiliares, falta leito, maca, medicamentos, aparelhos de oxigênio, enfim, é a pura calamidade!!! Governo Federal intervenção já!

  • Taí um exemplo de que nada está tão ruim que não possa piorar. Culpa do povo. Tinha a faca e o queijo na mão para mudar a situação do Estado, agora sobrou só o pão que o diabo amaçou… Falta de aviso não foi…

  • Concordo que deve ser feita a regulamentação dos plantões, mas não existe lei que defina o piso da profissão, os valores são dados pelo mercado. Tanto que a maioria dos Estados e Prefeituras do país pagam menos. Não entendo que tipo de compensação os profissionais médicos querem, mas sempre há denúncias de não cumprirem seus horários (20h/sem) e de mau atendimento. O Amapá continua uma gaiola de ouro, quem ganha muito não tem onde e nem com o que gastar, situação que gera decepção. E é o que muita gente no serviço público quer, ganhar mais para poder bater perna fora daqui nas férias. Acho que falta complacência da categoria também, sei que alguém tem que ceder, senão estamos … ou não.

  • O governador Camilo parece que ainda está deslumbrado com a sua eleição. Assumiu o governo, sem projetos,montou uma equipe fraca e agora , não sabe o que fazer.E o povo que precisa de saúde de boa qualidade, que viva na Graça de Deus. Até quando o Amapá será dominado por oligarquias que não levam a nada? Como deputado, Camilo atuou bem. Como governador, ainda não mostrou eficiência contra o caos…

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