Governo e Prefeitura fogem do debate

Governo e Prefeitura de Macapá ignoram debate sobre o Hospital do Câncer
Por Eduardo Neves*

A obra do Hospital do Câncer paralisada desde 2004, foi tema de debate em audiência pública, realizada nesta quinta-feira, 11, na Assembleia Legislativa do Amapá, a pedido do deputado estadual Camilo Capiberibe (PSB/AP). O governo do Amapá e o prefeitura de Macapá não enviaram nenhum representante.

“Primeiro é uma falta de respeito, tanto com a Assembleia Legislativa, quanto para com a sociedade que precisa de uma resposta do poder público sobre a destinação do Hospital do Câncer”, disse Camilo Capiberibe, ao convidar para a mesa dos debates, o deputado Rui Smith (PSB/AP), o promotor Marcelo Moreira, da promotoria da Cidadania, a presidente da Associação de Portadores de Câncer e Mama do Amapá, Vanúbia Andrade, a presidente do Conselho Estadual de Saúde, Zilnaide Teixeira, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da (OAB/AP), Washington Picanço e o coordenador Geral do Sindicato de Enfermagem e dos Trabalhadores na Saúde, Dorinaldo Malafaia. Além da sociedade civil e de parentes de pacientes com câncer, apenas o deputado Leury Farias (PP/AP) apareceu no plenário durante a Audiência Pública.

Ao iniciar a sessão o deputado Camilo, citou dois pontos fundamentais que levaram a realização da audiência pública. “Uma é a obra que não está concluída e funcionando; e a outra seria a decisão se deve ser um hospital regional ou um hospital do câncer”, esclareceu o parlamentar, ao exibir uma reportagem da TV Amapá, sobre a situação dos pacientes de câncer no Estado do Amapá, atendidos na Unidade de Alta Complexidade – UNACOM, no Hospital Alberto Lima.

Para mostrar que a situação é vista com descaso pelo governo Waldez, o deputado socialista, reportou-se ao caso do garoto, Danilo Costa, portador de câncer, que não recebeu tratamento no Estado embora houvesse parecer favorável ao Tratamento Fora de Domicilio (TFD), e por não teria recebido o benefício veio a óbito em condições de profundo sofrimento e dor. “Esse é o tratamento que o Governo do Estado, oferece aos pacientes com câncer”, cita Camilo, embasado nos autos de investigação preliminar da Promotoria da Cidadania.

O promotor Marcelo Moreira informou que no Amapá seriam diagnosticados aproximadamente mil casos de câncer por ano. Disse que a fila do TFD é grande e de certa forma discriminatória, pois não atende 100% dos casos necessários de atendimento. Falou ainda da intervenção por parte do Ministério Público através de Ação Civil Pública para a instalação da UNACOM no Estado do Amapá, após receber denúncias e até presenciar mortes de pacientes portadores de câncer. “A partir do dia 11 de março de 2009 o Estado do Amapá passou a receber o repasse para funcionamento de uma UNACOM”, informou.

Ao concluir o promotor Marcelo Moreira, ressaltou que há um pedido do Ministério Público para que o Hospital do Câncer não fosse transformado em Hospital Metropolitano, e que seja mantido o projeto inicial.

A presidente da Associação de Portadores de Câncer de Mama do Amapá, Vanúbia Andrade, sugeriu ao Instituto Nacional do Câncer (INCA), que faça uma vistoria na Oncologia para verificar se o Estado tem realmente condições de prestar os primeiros atendimentos à pacientes com câncer, pediu ainda para verificar as obras do Hospital do Câncer se o local é adquado ou não para o funcionamento do tratamento contra o câncer.

Ao usar a palavra Dorinaldo Malafaia, pediu a mesa que fizesse uma composição de fiscalização permanente na saúde, para apurar as denúncias recebidas. “O COREN realizou um estudo que diagnosticou que o quadro de funcionários não atende a demanda de pacientes existentes nos hospitais”, informou Malafaia, ao cobrar a realização de concurso público para a contratação imediata de profissionais da saúde.

O deputado Camilo, ao abrir os microfones para que a população que estava nas galerias da AL pudesse se manifestar ouviu muitas reclamações do atendimento que é prestado pela Secretaria de Estado da Saúde (SESA). “A minha cara já é conhecida, porque vou todos os dias atrás de remédios e nunca consigo para o tratamento da minha sogra”, disse um senhor presente na sessão.

Ao ouvir as considerações finais de cada participante, ficou claro que todos querem o Hospital do Câncer ficando a dúvida quanto a adequação da obra que não teria seguido as especificações para funcionamento de aparelhos nucleares e radioativos, argumento que vem sendo utilizado para transformar o local em hospital regional da Zona Norte. O deputado Camilo, disse que essa era uma falsa polêmica pois “o Amapá precisa tanto de um Hospital do Câncer como de um Hospital Regional da Zona Norte”.

Ao final o deputado do PSB disse que a Audiência Pública, mesmo sem contar com a presença do secretário Municipal de Saúde, Eduardo Monteiro, e do secretário de Estado da Saúde, Pedro Paulo Dias de Carvalho, teria atingido o seu objetivo que seria o de construir informação e o de colocar na agenda de discussões o abandono da obra pelo poder público. “Vamos continuar na luta para que o governo do Estado e a Prefeitura de Macapá possam concluir essa obra”, finaliza o socialista.
(* Eduardo Neves é assessor de imprensa do deputado Camilo Capiberibe)

  • Eles não são muito chegado a Obras que tenha dinheiro federal(é só vê o PAC) porque dá XADREZ e a própria Obra aí já deu muitas prisões.Eles gostam mesmo é do dinheiro do estado,roubado de todas as maneiras e os órgão fiscalizadores pertencem a Harmonia,não fazem a fiscalização obrigatória por lei.

  • Entendo que essa questão do chamado “Hospital do Câncer” se desenrola muito tempo por incompetência administrativa – PMM e GEA – e falta de determinação dos políticos do Amapá.
    Essa discusão é de indignar todos os cidadãos deste Estado, conscientes de seus direitos!
    Penso que, para a maioria do povo do Amapá, que se socorre da rede pública de saúde, não interessa a nomenclatura – “Hospital do Câncer”, “Hospital da Diabetes”, “Hospital da Hepatite” etc. Interessa, sim, haver hospital, pronto-socorro e postos de saúde, que, realmente, funcionem.
    O prédio desse tal “Hospital do Câncer” está com revestimento lateral avariado; seu interior, não conheço, e nem pretendo …
    Porém, voltando ao principal, ao lado da questão desse tal “hospital do Câncer” – que é um câncer sem hospital, está outra não menos importante. Essa, sim, na ordem do dia: o funcionamento da rede pública de saúde no Amapá.
    Entendo que “Hospital Regional” quem precisa é a Região Norte do Estado – Oiapoque, Calçoene e Amapá; a Região Sul do Amapá – Laranjal do Jari e Vitória do Jari; e, Santana e Mazagão. Inclusive, principalmente, para descentralizar as ações de saúde pública.
    Também, na capital, precisamos descentralizar as ações de saúde pública, com a criação de, pelo menos, outro hospital de Emergência – Zona Norte ou Zona Sul, a ampliação da quantidade de leitos nas UTI´s, a aquisição de equipamentos e remédios para os postos de saúde, mas, sobretudo, a viabilização da participação da sociedade civil organizada, principalmente, na fiscalização da aplicação dos recursos e da execução dos serviços.
    O povo do Amapá deveria punir, nas próximas eleições – não os elegendo, todos aqueles que tiveram possibilidade de trabalhar pela conclusão e funcionabilidade desse tal “Hospital do Câncer”, e não o fizeram.
    É a minha opinião!

  • É muito triste tudo isso, enquanto a comunidade padece, os governantes fogem, até quanto isso será possível de aguentar? E será q os 200 milhões desviados da educação não ajudaria nessa construção tão importante??? E temos que parar com esse papo periférico de que o Amapá não tem recurso para se bancar, temos muito recursos, só não vemos sendo empregados… Se não tivéssemos tanto recursos pq 44 mineradoras estariam interessados em nossas riquezas??? Pq o cara mais rico do país estaria investindo aqui??? Não vemos é o retorno dessa exploração, que com certeza deve está muito bem guardados em paraísos fiscais…

  • Alcinéia outra informação importante que veio a público na Audiência pública foi que os equipamentos e aparelhos carissímos para equipar o hospital do Cancêr com radioterapia, por causa do abandono da obra foram enviados para Santarém pelo Ministério da Saúde, esta informação foi repassada pela presidente do conselho estadual da Saúde Zilnaide Teixeira, ou seja por imcompetência administrativa a sociedade amapaense vem perdendo a possibilidade de ter um tratamento mais digno para seus doentes de cancêr.

  • Quanto ao Waldez Góes,ele deveria ter mandado o Bala lhe representar, afinal de contas ele teve ativa participação na paralização da obra.Quanto a Prefeitura de Macapá, o Prefeito Cassado 6 vezes, deveria ser representado pelo Carlos Pororoca,foi outro que teve intensa participação na paralização da obra.

  • Acredito que por “esquecimento” o assessor do nobre deputado Camilo, esqueceu de mencionar que estive presente na Audiencia Pública e participei também com o debate, defendendo a federalização do hospitl do cancer, por entender que necessitamos de maior participação por parte da União em nosso Estado. O Amapá é um dos poucos estados brasileiros, que não possui uma unidade hospitalar do governo federal. Aquim no Amapá, a UNIFAP poderia ser a gestora desta unidade.
    No mais, parabenizo o Deputado Camilo pela iniciativa da Audiencia, tendo em vista a importancia do tema.

    • Dep. Leury, não tenho nenhuma ligação com o PSB mas o texto diz:”Além da sociedade civil e de parentes de pacientes com câncer, apenas o deputado Leury Farias (PP/AP) apareceu no plenário durante a Audiência Pública”… acho que está claro a sua participação!!! Como eleitor espero que o Sr. engrosse as fileiras contra os desmandas que este finado goesverno está fazendo, como por exemplo, sair as ruas cotra a permanencia de corruptos como o Adauto… Cordiais abraços!

      • Caus???
        Como fiscal do executivo tenho feito meu papel (há menos de 04 meses), acredito que o papel do legislativo amapaense tem que ir mais além do que o “discurso”, temos que usar os recursos legais que nos são diponibilizados. Obrigado por me “corrigir”.

    • Caro Leury, o Ministerio da Saúde tem apenas hospitais sob sua gestão nos estados de Rio Grande do Sul (1) e no Rio de Janeiro (5), inclusive o Instituto do cancer(INCA). O SUS preconiza gestões locais dos estados e municipios, à todas unidades assistenciais. Um grande abraço.

      • Ballarini.
        Ocorre que em nosso estado, e voce conhece melhor que ninguem, o município de Macapá não tem condições financeiras de implantar e administrar este hospital sem a “ajuda” do gea. Acredito que teriamos melhor sorte, se houvesse a federalização do mesmo. as pororocas e antidotos da vida, nos tiraram a oportunidade de ver essa unidade hospitalar em funcionamento.

        • Compreendo sua indignação, mas também informo que o financiamento para capital e custeio na manutenção são assegurados pelo SUS. A gestão é o problema, quando não se tem o controle social funcionando (conselhos)onde fragiliza o sistema. Devemos é reforçar o controle social para evitar desvios.Qual é a participaçõ da sociedade anmapaense nas conferencias de Saúde ? A chave está ai.
          Abração irmão.

          • Obrigado Ballarini, confesso que no calor da discussão e pela indignação que me encontrava ( e me encontro) não havia atentado para esse detalhe importante, vou inteirar-me mais sobre os conselhos estadual e municipal e passar a cobrá-los por todos os meios disponíveis. Da forma como vc participou neste blog, ajudou-me a ampliar meus conhecimentos e a tomar posição. Obrigado mais uma vez e um obrigadão prá Alcinéia, que contribui decisivamente com meu mandato através das discussões de assuntos realmente importantes pro estado do Amapá.

  • Parabéns deputado Camilo pela sua iniciativa. Essa audiência mostra como o Waldez e o Roberto Góes, tratam os pacientes que sofrem com câncer.

  • O Camilo é exemplo de político comprometido e responsável com a sociedade. Pena que esses idiotas da harmonia só pensam em dinheiro $$$$$$. E olha que é só de R$ 200 milhões pra cima e o povo fica a ver navios. Chega de humilhação 2010 temos que dá um basta nesses caras.

  • Essa audiência foi em vão. Todos nós sabemos que não teria nenhum resultado prático. A obra do Hospital do Câncer é coisa da esfera federal. Não adianta ficar discutindo na AL. O Camilo precisa encontrar alguma coisa útil pra fazer

    • Gestor…quem é o responsável (ou irresponsável) pela execuçao da obra? o Governo Federal??? Acho que não…

  • Realmente, muito blá, blá, blá. eventos e mais eventos de um final de semana ou um dia, para tentar ludibriar o povo com EVENTOS,enquanto o povo amapaense que precisa de ajuda desde a forma mais simples, que e poder matricular seus filhos em uma escolinha de natação e no final tomar pelo menos um lanche, ou se matricular no Candido portinary, Walquiria Lima, Paulo Conrado, que já atendeu muitas crianças e adolescentes com todos esses recursos ou se interressar pelo caso do hospital de cancer que vai beneficiar a sáude do estado.
    ESSE É O GOVERNO DE EVENTOS QUER UM EXEMPLO, RECORRA A SECRETÁRIA DE ESPORTES E ME MOSTRE PROJETOS CONCRETOS… não, não, as arenas não foram projetos da SEDEL. Muito pelo contrário o que tinha de mais simples como citei anteriormente, acabaram, OS LANCHES NOS POLOS ESPORTIVOS.
    E em falar nessas arenas faça me o favor, quanta falta de planejamento!!!. Precisava ser tudo igual?… em um estado que já teve grandes atletas, não ter um campo de futebol de uso PÚBLICO ESTADUAL que preste!!!
    Coitados de quem usa os espaços de areia para jogar futebol a quantidade de tornozelos torcidos deve ser enorme!!!!

  • Ímportante e muito responsável essa iniciativa de agentes públicos e entidade da sociedade civil que se preocupam em discutir, propor e encontrar caminhos viáveis para a melhora do atendimento aos doentes do nosso Estado, principalmente aos portadores de Cãncer.

    Louvável por colocar no centro da agenda de debates uma área que caminha abandonada pelos gestores públicos do Município e do Estado. O infanticídio ocorrido no PAI(Pronto Atendimento Infantil) e na Maternidade Mãe Luzia, em que 26 crianças perderam a vida num curto espaço de tempo, dá o tom do tratamento dado à saúde pelos nossos gestores. E sabe qual foi a desculpa descarada? as mães não fizeram o pré-natal. Que vergonha!!

    A ausência de nossas autoridades máximas é uma sintoma de como o povo foi abandonada nas suas necessidades mais básicas.

    Fosse para inaugurar “lugar bonito”, praças públicas(arena), ficar batendo tambor em carnaval ou dançar em festa de afrodescentes e quilombolas, com certeza o sr. WALDEZ e o sr. ROBERTO lá estariam para fazer a festa do “PÃO E CIRCO”.

  • Essa é a marca registrada desse governo: aparece apenas nos “eventos” que, em tese, estão em harmonia!? Tudo que pode ser alvo de diálogo crítico construrivo esses Srs. fogem, ou seja, não tem preparo para administrar….são fracos: preferem usar os meios arcaicos e repressivos quando se deparam com qualquer adversidade….felizmente a História nos consola pois sabemos como esses governos repressivos e autoritários terminaram!!!!!!!!!!!!

  • O Garoto DANILO, morreu por negligência da SESA, vc acompanhou esse caso Alcinéa…e agora eles fogem do debate do Hospital do Câncer..

  • É assim que o governador Waldez e o prefeito de Macapá, Roberto Góes, tratam os pacientes portadores de câncer do Estado. Com descaso.

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