Hoje tem poesia na boca da noite

Com chuva ou sem chuva os poetas e amantes da poesia estarão hoje, das 17h às 19h, na calçada da UNA, defronte da escola Azevedo Costa, falando, dizendo e declamando poesia.
Alunos da professora de Literatura Liane Lobo, do primeiro ano do segundo grau, participarão do encontro. É uma boa oportunidade para esses jovens conversararem sobre a literatura amapaense e conhecerem os poetas que fazem este movimento que visa libertar a poesia que está presa em gavetas ou em pastas no computador.
Outro objetivo do  Movimento Poesia na Boca da Noite é descobrir e incentivar poetas e escritores iniciantes.

Você que é poeta ou amante da poesia junte-se a nós e vamos espalhar ternura e lirismo, a partir das 17h, no tradicional bairro do Laguinho.
Se o tempo estiver nublado ou se a chuva cair, não tem problema. Nos abrigaremos no pátio da escola Azevedo Costa e saudaremos, poeticamente, a água límpida que vem do céu para refrescar nossos corpos e banhar as plantas e flores que enfeitam a cidade.

Na boca da noite
Deusa Ilario

Do alto das mangueiras descem pingos de poesia
Do céu desce uma corda de estrelas
Verdes, amarelas e vermelhas
Que fazem a noite ser muito mais bela.

Uma por vez no brilhar da ousadia
de fazer da poesia um altar,
em qualquer lugar,
na praça, na beira do rio, na livraria
ou na calçada vazia,
salão e sarau dos amantes da boemia.

A tarde borda tristonha os seus silêncios e magias,
faz cair sobre o chão sagrado
um punhado de sereno, um sorriso, um afago
e um favo onde se planta uma réstia de ternura.

A boca da noite chega suave
traz fetiches e fantasias
Na sua cesta de flores vem amarrado,
um buquê de orquídeas e de rosas escuras.

Pendurado no varal encantado,
reluz a chama e o chamado
para o agora e para um amanhã
feito de versos, rimas e melancolia.

Bem vindo à boca da noite,
traga sempre no coração o seu colar
de doces poemas!

  • Cléo, é com você, com a Alcinéa, com os demais que estou aprendendo. Mesmo assim, agradeço a sua gentileza!
    Um abração!

  • Que lindo, Deusa. Você consegue dizer coisas indizíveis, tecer tramas poéticas até em terrenos áridos. Parabéns!

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