A todos os irmãos e as irmãs da Igreja Católica
e a todas as pessoas de boa vontade
Irmãos e irmãs caríssimos,
no dia seguinte à celebração da festa de São José, padroeiro da nossa diocese e do nosso estado, nos reunimos, com nosso Bispo, no Conselho Diocesano de Pastoral.
É nossa obrigação pastoral compartilhar com vocês os clamores e as angústias das muitas pessoas que procuram nossas comunidades e nossas pastorais para dizer a dor, o descaso e a humilhação que sofrem.
É o clamor das famílias dos 26 bebês que morreram na maternidade pública entre os dias 26 de dezembro e 8 de fevereiro. A proximidade com o Natal nos fez lembrar outra matança de inocentes que aconteceu no tempo do nosso padroeiro, São José.
É o clamor das famílias que sofreram por causa do atraso do início do ano letivo e da precariedade de várias escolas, sem merenda e sem condições de funcionar de forma satisfatória. Isso prejudicou duplamente os alunos: pela falta de merenda e pela redução das aulas, que nunca serão repostas.
Não podemos esquecer que tudo isso aconteceu logo após um carnaval marcado por denúncias e escândalos pela má aplicação de um grande volume de dinheiro público, fruto dos nossos impostos e que agora faz falta em outros setores, bem mais importantes para a população.
Ainda mais grave, é a recente denúncia do Ministério Público a respeito de 200 milhões de reais que teriam sido desviados na área de educação e que devem ser somados aos que foram desviados na saúde, na construção do novo aeroporto e em várias outras atividades.
É inaceitável o calvário dos doentes que precisam de tratamento fora do estado ou de remédios caros e não estão sendo atendidos. Alguns acabam morrendo sem receber os mínimos cuidados. A morte anunciada, prematura, dolorosa e trágica do garoto Danilo, representa todos eles.
A situação se agrava nos municípios e comunidades do interior e entre os povos indígenas, onde os serviços de saúde, educação, transporte e segurança são precários e insuficientes e onde se multiplicam as denúncias de má aplicação de recursos, enquanto cresce o abandono.
Tudo isso nos indigna e, sobretudo, nos entristece saber que reina, no meio do nosso povo, a sensação da impunidade para os crimes de violência contra o patrimônio público: desvio de recursos, grilagem de terras, desmatamentos ilegais, poluição das nossas águas.
Ainda não foram punidos os crimes eleitorais das eleições municipais de 2008 e já estão bem adiantadas as articulações para as próximas eleições gerais. Serão os mesmos denunciados de hoje a disputarem os votos da população daqui a poucos meses?
Ë nosso dever pastoral e eclesial proclamar com firmeza: “Deus não quer isso, não!”
Estamos iniciando a Semana Santa, na qual celebraremos a vitória da vida sobre a morte de Jesus que foi condenado por estar sempre ao lado dos mais pobres a serviço da justiça do Reino de Deus.
A liturgia da Semana Santa e a meditação da Campanha da Fraternidade pedem a nossa conversão:
Em primeiro lugar, precisamos mudar nosso coração: não podemos ser omissos ou coniventes com o que vem acontecendo no Amapá, em prejuízo do bem comum da população. A vida tem sempre o primeiro lugar antes de riquezas e vantagens pessoais: não podemos servir a dois senhores!
Como Diocese, devemos usar todos os espaços e ocasiões: celebrações, encontros, reuniões, estruturas e meios de comunicação, colocando-os a serviço da justiça, renovando sempre nosso compromisso de fidelidade aos mais pobres, aos excluídos e aos esquecidos. Não podemos calar em troca de benefícios e vantagens para nossas igrejas e comunidades. Não podemos ser omissos por medo de perseguição ou de retaliação.
Nossa missão de anunciar o Evangelho exige que sejamos porta-vozes da Palavra de Deus que nos convida a viver relações de amor e de fraternidade e, ao mesmo tempo, porta-vozes do clamor do povo, de seus lamentos e angústias, denunciando tudo que provoca violência e morte, sobretudo quando isso vem do poder público, obrigado a estar a serviço do bem comum.
Esta Semana Santa que iniciou com a memória do grito do povo dirigido a Jesus: “Salva-nos, Filho de Davi”, nos levará a assumir o compromisso de fazer como Ele fez: pondo-nos a serviço de todos e dando nossa vida para a vida de todos.
Que Jesus, morto e ressuscitado nos fortaleça e nos acompanhe neste compromisso de sermos suas testemunhas até os confins da terra.
Macapá, 28 de março de 2010, Domingo de Ramos.
Conselho Diocesano de Pastoral da Diocese de Macapá
16 Comentários para "Igreja declara guerra à corrupção no Amapá"
O Diário Oficial há bastante tempo trás o nome de um Pastor como Ouvidor Geral do Estado. Recentemente os líderes evangélicos realizaram uma cerimônia em louvor e agradecimento ao casal Waldez e Marília pelos relevantes serviços prestados ao “povo” evangélico frente ao governo do Amapá. Não sou muito ligado a Padre ou Pastor. Porém, tenho um pouco de leitura da Bíblia (não parece mais sou cristão, devoto de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro)e um dos piores pecados é o NÃO ROUBARÁS e aqui amigos acho que não tem reza ou oração que dê jeito, pelo número de escândalos e de amigos e secretários do WG que já foram a PF essa gente tá com sérios problemas com Deus. Perguntar não ofende: – líderes cristãos simpáticos ao governo de Waldez Góes – inclusive os que têm cargos em nomeação -, vocês estão servindo a Deus ou ao dinheiro?
Neste dia todas as homenagens aqueles que representam tudo o que pode existir de atraso e corrupção, os “PAI DA ENGANAÇÂO”, que governaram este estado por quase oito anos e tranformaram o AP na “monarquia do ADULTÉRIO” onde trair o povo é mais que ir pra cama sem ele, é também não tê-lo em seus sonhos e desejos, é nem sequer pensar no seu prazer, os da carne: seu alimento e da alma: sua educação e sua saúde. Neste dia da mentira parabéns a este governo, e porque não mudarmos a história em 2010, VAMOS A LUTA!
A igreja católica está de parabéns, apenas acho que esta um pouco tarde sua posição, pois os desmandos e atos ilícitos deste governo HARMÔNICO, com certeza invocado por “DEMÔNIOS” na figura de salvadores da pátria, já deviam ser denunciados a tempos por todas as instutuições que prezam pela ética e a moral, inclusive as de cunho estatal, como o MP e a propria justiça eleitoral to AP que orienta sua eficácia e aplicabilidade apenas em favor dos ” filhos do poder” dos pares SARNEYISTAS e da Elite Oligarquica deste estado. FORA “WALDEZ, SARNEY, GILVAM E AMANAJÀS”!
Pedófilos é que n ão faltam na harmonia corrupta.Não foi atoa que a CPI da pedofilia acabou.Os DVD e depoimentos estão lá na Policia Federal.Jorge,acho que gostas de pedofilos e de ladrões do dinheiro público.
Boa iniciativa que deveria ser seguida por todas outras religiões. A corrupção atinge catolicos, protestantes,umbandistas e os ateus.Achar que não lhe atinge, é mentir a si proprio. Não sou catolico, mas aprovo.
Igreja ? Que moral esses pedófilos tem para falar alguma coisa?
Porrada Sêca na patifaria.
Agora o Waldez arrumou para o zé de broca dele.
Bom Waldez. Agora tú arrumou pro teu. Quero ver tú mnadar o Guela de Aluguel falar mal do Bispo. Quer saber se tú é macho de mandar o Bofes Podre( tanto fedor exala, quando ele fala)falar mal da Igreja.
Muleke, que acha que pra quantidade de bandalha que o cara ja cometeu, até que a nota é Light.
“Vocês não podem servir a Deus e ao dinheiro”. Esse tema da Campanha da Fraternidade reflete muito bem a leitura que a Igreja tem da atual conjuntura política-econômica-social e eleitoral no Amapá. É um grito de alerta e pedido de socorro para a degradação moral e ética em que se transformou a política no nosso Estado, bem como a atuação de alguns agente públicos, seja no âmbito estadual seja municipal.
Uns servem mais ao dinheiro ilícito e da corrupção do que ao sofrimenro do povo no dia-a-dia. Alguns frequentam igrejas e sempre são vistos em procissões e festas religiosas. Suas riquezas advém da morte do povo trabalhador que se vê cada dia mais abandonado nos serviços de saúde, educação, saneamento, segurança, etc.
A Igreja Católica, independente de seus problemas de ordem particular, e estritamente nos países da América Latina, sente toda a opressão e o abandono à que estão sujeitas às populações locais, distantes da efetiva cidadania e sob o jugo de ditadores civis regionais que acham que governo bom é aquele que enriquece sua família. Exemplos por aqui não faltam.
PARABÉNS aos corajosos padres, animadores de comunidade e ao Bispo local. É um duro recado para a irresponsabilidade e o cinismo de gestores do nosso Estado e uma banana para setores da imprensa venal que “comem e se alimentam das migalhas caídas da mesa desses coronéis civis”.
É isso mesmo. Vamos dar uma ARRUDADA nels.
Abs
Ney
Até na Bíblia a corrupção está presente. Ora, era costume entre os romanos soltarem um preso na época da Páscoa. A escolha era feita pelo povo e havia dois condenados, certo?
ERRADO! Havia quatro condenados. Barrabás foi solto e 3 foram condenados a morrer na cruz.
Será que Barrabás era apadrinhado de alguém do Supremo da época?
é disso que estado precisa,alguém que não se corrompa com favorecimentos,a igreja não aceitou patrocínio do estado e nem da prefeitura para a festividade de SÃO JOSÉ 2010.
Vamos lançar a campanha “NÃO vote em quem rouba/desvia dinheiro público”.
Essa Nota da Igreja Católica é uma porrada naquele que estão roubando e os que fingem não saber do roubo.Aí todas as instituições estão envolvidas, inclusive o TRE-ap.Legal,valeu !
O Vaticano se esqueceu de incluir a corrupção entre os novos pecados capitais. Deveria. Não creio que isso melhorasse a performance dos nossos políticos, mas, pelo menos, garantiria uma tribuna de honra para a maioria deles no inferno.