Macapá de luto

Ex-funcionário do Banco do Brasil e ex-vereador de Macapá Enélyo Leite faleceu na noite de segunda-feira em São Luís (MA), após passar por uma cirurgia.
Enélyo era pessoa muito querida na cidade. Nos tempos em que foi funcionário do Banco do Brasil era tido pelos clientes e colegas como um funcionários exemplar, atencioso, super gentil e dedicado. Como vereador fez um bom trabalho na Câmara e não há nada que arranhe sua biografia.

A cidade ainda estava chocada com a notícia da morte de Enélyo, quando chega outra notícia triste: a morte do engenheiro e escritor João Lamarão, ontem à noite.
Lamarão – que era de gerente do Núcleo de Edificações da Secretaria de Estado da Infra-estrutura (Seinf) – viajou ontem para Brasília onde trataria de um projeto do Amapá referente ao Calha Norte. Ao desembarcar em Brasília, por volta das 19h, sentiu-se mal, recebeu os primeiros socorros no plantão médico do aeroporto e foi encaminhado para um hospital. Mas não resistiu. Às 21h faleceu vítima de um ataque cardíaco fulminante.

Lamarão é autor do livro “Falar Tucuju”, uma espécie de dicionário sobre o modo de falar do amapaense com centenas de verbetes.

Em meio a tanta dor, o jornalista Raul Mareco, sobrinho de Lamarão, abriu o “Falar Tucuju”  e escreveu esse belo texto agora há pouco para homenagear o tio que acabou de partir.

Eis o texto do Raul:

“Espia, Lamarão, não é potoca nenhuma, tu é um caboco por demais Nobre, um João culhudo e talhudo, na vera!

Pequeno inteligente, com muita sustância, que não afrouxa, com certeza porque a dona Luzia e o seu Sebastião te fizeram comer um chibé dos porrudo e umas donzelas vitaminadas quando tu era gitinho que, disque, tu não deixava sobrar nem o cuí, égua, não, olha, João!

Começaste a empinar a curica lá pra caixa prego, em Belém, todo pavulagem pra fazer as engenharia, e não adiantava te jogarem pissica, e nem o banzeiro do Amazonas, pense num mano que dibrava tudo que é dificuldade, até porque tu não era nenhum aru!

Tua nobreza, João, aumenta quando fevereiro chega, tu fica todo insiguerado, passa extrato, se aperpara todo com a vestimenta do Piratas da Batucada, fica todo besta, num tô dizendo! E quando os pequenos do Flamengo calçam a chulipa, capaz de tu saltar da baladeira só pra ver o Mengão abicorar mais uma vitória.

Mas, olha, João, deixa eu te fuxicar um negocio. Os cabocos pai d’égua são eternos, nunca bestam pela vida, alvarai quando Deus estende a mão iluminada e diz: “bora-embora”. Mas, num é pra ti ficar jururu, axi não! O momento de embarcar na cauda do cometa divino deixa qualquer um agoniado, cuíra pra saber como é as paragens du-lá-de-lá.

Até porque, Nobre Lamarão, dar de encontroada com a vida material é realmente discunforme, inclusive, para os manos, pequenos, cabocos e cabuçus que tu te despede.

Mas, João de Deus, vor-te cobra d’água pra tristeza, nosso eterno engenheiro da vida, escritor tucuju que alumia a todos desde o tempo do ronca. Segura dicunforça na mão de Deus, e vai. “Já me vu”. “Qualquer dia, amigo, eu volto, a te encontrar. Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar”.

Do teu sobrinho “adotivo”, Raul Mareco, ou “Raulzinho”, como costumavas me chamar.”

Lamarão autografando um exemplar de “Falar Tucuju”

  • Conheci o lama em 1998, através do Ricardo Oliveira e o Heros Amaral,formamos assim uma grande amizade e bons momentos, enfim uma grande perda para todos nós.
    Fique com Deus Lama e descanse em paz.
    Bruno ,dona célia e Família Lamarão meus sentimentos.

  • Lamentavel a perda de dois cidadãos que em muito contribuiram para o progresso dessa terra. O Enelyo já trabalhava no Banco do Brasil quando ali ingressei. chamava a todos os colegas de “meu padrinho” e as colegas de “minha madrinha”. que descance em paz.
    Dr. João Lamarão, descance em paz.

  • Maior eloquência não poderia existir para expressar o que estamos sentindo neste momente de triste despedida do querido Lamarão.Obrigado Raul e meus pêsames.

  • A família Nobre Lamarão agradece abosluta e eternamente, de coração e alma, a todas as pessoas que compartilharam suas emoções e homenagens ao nosso amado e querido João Lamarão, neste prestigiado blog, que agora inicia sua viagem rumo à Luz eterna e à evolução de sua alma. Deus abençoe e proteja sempre a todos, que assim seja!

  • Conhecí o João Lamarão no ano de 1979, quando nos empregamos na PMM. Depois fomos estudar em Belém, e após, continuou a amizade. Foi e será na lembrança, uma honra ter desfrutado da amizade de pessoa da mais alta inteligência e capacidade técnica! Contribuiu com o seu valoso trabalho em vários setores da vida amapaense!! Vá em paz caro colega, e minhas condolências à família Lamarão.

  • Só de uma tacada o Amapá perde 2 (dois) grandes homens: Enélio e João Lamarão. A Terra fica mais Triste e o Céu muito mais Alegre.
    Abs. Matta.

  • ENÉLYO LEITE e JOÃO LAMARÃO, foram certamente dois espíritos desenvolvidos que passaram aqui por este planisfério para mostrar um pouco para nós, pobres mortais, a verdadeira essencia do que é ser um ser humano próximo da perfeição. Sem dúvida essas duas nobres figuras deixarão eternas saudades e bons momentos para recordarmos de suas memórias, aliás o que realmente vale nessa vida é o patrimônio moral que construimos ao logo do tempo e o deixamos como herança para a posteridade, isso concerteza ambos realizaram com maestria.
    Essa semana perdemos dois irmãos muito amados que deixaram seus nomes para sempre escritos em nossas vidas. Não há como esconder a tristeza da dor da partida, mas concerteza em um outro plano essas duas “peças raríssimas” estam sendo recebidas com festa.
    descancem em paz amigos, um dia a gente se entra e se fala novamente.

    Marlon Ferreira

  • O Amapá perdeu uma figura exemplar. João Lamarão vai deixar saudades em todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-lo.
    Cumpriu a missão que lhe foi designada por Deus.
    Nosso sentimentos à família.

    Neto e Paloma Mont’Alverne

  • Trabalhei com Enélyo durante aprox. 1 ano (no ex-IPESAP), tempo sufuciente para ficar na memória a figura sempre alegre e “pra frente”. Que Deus conforte a familia neste momento de luto.

  • Agradeco a oportunidade de deixar aqui meu lamento pelo falecimento do amigo Lamarão. Ainda bem que ele escreveu e publicou suas “eternidades”. Seria inesqueivel, mas por elas tornou-se imortal.

  • Grande perda, ainda conversamos no aeroporto antes dele embarcar, estava tranquilo, lamento muito, pois nunca mais verei o meu vizinho sentado em um banco com uma pequena roçadeira roçando capim em frente a sua casa.
    Que DEUS conforte a sua família.

  • VAI EM PAZ ENÉLYO! Eu te conheci bem lá na subida depois da ponte em São Joaquim do Pacuí, indo para Santa Luzia, onde eu extensionista da ASTER te vi plantando maracujá e acabei ficando teu amigo e admirador. Tu foste com certeza uma dessas pessoas que marcou a vida dos outros que te conheceram pela tua sublime existência aqui no Orbi terrestre. Certamente para ti não faltarão preces dos aposentados que tu atendias com rapidez e o máximo respeito. Segue em paz, humilde como sempre foste. A nossa verdadeira morada agora te acolhe! Um abraço
    José Roberto Mourão Duarte

  • Já trabalhava no Banco do Brasil, na Coriolano Jucá, quando o Enélyo chegou a Macapá. Com seu sotaque maranhense e o leve cacoete de balançar a cabeça, rapidamente, se fez amigo de todos, contando suas intermináveis histórias. Lembro-me, particularmente, do Enélyo, dos encontros que fazíamos na AABB, que funcionava em um prédio emprestado pela professora Deusolina, então, presidente da Associação do Professores, na Raimundo Álvares da Costa, e depois quando começamos a construir a sede definitiva na estrada que ligava Macapá a Santana. Era uma figura ímpar, prestativa, um bom humor inesgotável, um coração generoso, enfim, um companheiro insubstituível. A vida, ironicamente, me tirou de Macapá, e ficou com ele por lá. E assim, nos separamos sem que nossa amizade tivesse fim. Por isso, a noticia de seu passamento me deixa profundamente triste, mas, com a certeza de que Deus há de recebê-lo na Mansão Eterna de braços abertos e uma bênção especial.
    Quanto ao João, meu contato com sua família se dava mais estreitamente, com o irmão dele, o meu querido amigo Adjalma Lamarão, desde os nossos tempos de Rádio Educadora. Mas, recordo-me das vezes em que visitei a casa deles que o João estava sempre alegre e falante.
    Agora, me chega essa infausta notícia de que os dois se foram! Caramba!…
    Que Deus dê as duas famílias o conforto necessário para superarem tamanha dor!

  • Com certeza, o ENÉLIO era uma pessoa impar no atendimento no BB., ou seja, uma pessoa exemplar e humilde!

  • Nossos encontros sempre regados com alegria tinha uma seção que o João denominou de “mentiras ou vantagens?”. Era uma forma de gozação aos momentos em que se contavam os “causos”… Sentiremos falta do João… à família Nobre Lamarão os meus sentimentos! Jucicleber

  • Lama, como sempre chamei carinhosamente o João. Conheci em 1996 quando cheguei aqui no Amapá por força do concurso público para SESA. Lembro com carinho os momentos, por sinal inúmeros, de lazer em casas de amigos em comum (Ricardo, Alacid, Paulino, Charles, etc.).
    O Bruno, então criança, hoje no final do curso de Direito, sua eterna paixão e dedicação, como também a Dona Célia sempre elegante e de uma gentileza singular, parte incondicional desse sumano amapaense.
    Vai Lama, ajuda daí do alto, com sua engenharia, com sua inteligência, juntamente com Deus, o Amapá e todos que vivem e amam este Estado.

  • Difícil lembrar que ainda ontem estávamos ajudando o Lamarão e a Luiziane, lá na SEIN, com as montagens das pastas dos projetos que iam ser analisados em Brasília e que ontem mesmo perdemos esse profissional, colega de trabalho, amigo e apaixondo pelo Amapá. Eu só soube hoje pela manhã. Tristeza imensa. Minha condolências aos familiares e amigos do Lamarão. =/

  • Lamarão ,com certeza você fez tudo que podia
    para ajudar no crescimento desde Estado… Seus ultimos momentos foram trabalhando para que recursos Federais podessem melhorar a vida dos “caboclos amapaenses”, que seu exemplo sirva para ensinar aos que trabalham apenas para alferir lucro e reflitam sobre a fragilidade da vida na terra. Que Deus te receba de braços abertos. Obrigada pelos momentos que trabalhamos juntos.

  • Lembro-me do passado, não com melancolia ou saudade, mas com a sabedoria da maturidade que me faz projetar no presente aquilo que, sendo belo, não se perdeu.descanse em paz meu eterno e sincero amigo João NOBRE Lamarão.07.03.2012.

    Eladio Acácio / Sulamita Dias e familia…

  • Infelizmente nossa cidade amanheceu mais triste, Engº Lamarão foi chamado pro andar de cima mais cedo do que imaginamos, irmão do nosso vizinho Adjalma, o qual externamos nossos sinceros votos de condolências, extensivo a todos os familiares.

    Josele e Fanilia (Mãe Luzia)

  • Que perda gigantesca. O Estado do Amapá perde um grande profissional da Engenharia. Meu amigo Lamarão descanse em paz.

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