Minha rua era assim

A foto é de 1970. Bairro da Favela (hoje bairro Central), avenida General Gurjão, que hoje chama-se Almirante Barroso. Na esquina da Leopoldo Machado, vê-se de um lado o Rouxinol – uma famosa casa de bailes e onde se apresentavam no mês de junho quadrilhas e cordões de pássaros. Do outro lado a sede do Centro Espírita Frei Evangelista – que ainda existe – e caminhando no sentindo da Hamilton Silva, a casa de “seu Mané Pedro” e de “dona Maria Banha”. Na frente da casa da “Vó Itelvina” o caminhão do Siqueira.
“Vó Itelvina” curava a garganta da molecada com uma mistura de mel, andiroba e copaíba. Siqueira deixava a gurizada brincar na carroceria do seu caminhão.

Hoje minha rua é assim

Uns vizinhos morreram, outros mudaram-se para bairros distantes. As singelas casas de madeira cobertas de palha foram substituídas por casas de alvenaria, cheias de grades e muros altos. A rua ficou mais bonita, mas também mais fria e os vizinhos parecem estar tão distantes um dos outros.

  • Ah, Néa. Além das casas citadas pelo Rui, ainda temos: a casa da Zefa, mãe do Nato e do Roberto e a do seu Raimundinho (esta, logo atrás da sessão espírita). Ali, no prédio do Rouxinol, funcionou anteriormente a taberna do Borracha, que tinha um fiel escudeiro chamado Ladico (em homenagem a outro taberneiro, o seu Ladico, cuja taberna ficava na esquina da Leopoldo c/ a Cora).

  • Também moro na Almirante Barroso, mas felizmente ou infelizmente não vivi esses momentos por ser mais novo que as pessoas que comentaram por aqui!!!

    Por favor só responde uma perguntinha:

    É impressão minha, ou a rua era gramado???

  • Oi Alcinea! Eu não morava na Favela (ou era Bairro Alto?), mas me lembro muito, eu frequentava a ladeira da favela, quem morava lá era a Kátia Moro (esposa do João Dias). O Pai dela (Hermano Moro) era sócio do meu Pai (Miccione). Bons tempos…..
    Um abração.

    • Ela morava na Mendonça Furtado, na Favela.
      E pertinho da casa dela tinha um igapó onde a gente ia pescar uns peixes miudinhos.
      Daí fazíamos um “aquário” com vidros de soro.

  • Olá Alcinéa,
    O Rouxinol pertencia ao luis Stron Costa,padrinho do Paulo Maia. À sua frente pela General Gurjão é a casa da Tia Cota e em frente desta pela Leopoldo Machado era a casa do Cabo Emanel, atrás desta na direção da sua casa morava a vovó Ermina, mãe do Luis.
    Da esquina do centro espírita vi muitas vêzes os Alci(Alcione, Alcinéa, Alcizinho e Alcilene) brincando na rua em frente a sua residência.
    Ao lado do centro espírita onde hoje é a casa do seu Benoní, era um capinzal onde as brincadeiras de esconder e camone eram realizadas.
    Como é bom recordar a infância no nosso bairro da época em que porre cantava na rua pela madrugada sem nada a importuná-los e as janelas e portas quando muito tinham uma tramela como segurança.
    Parabéns pelo trabalho e obrigado por matérias assim, que nos fazem recordar um pouco de nossa infância aí na querida Favela.
    Sds,

  • Ai, Néia, meus olhos encheram-se de lágrimas ao recordar nossa rua, nossos vizinhos que já se foram, inesquecíveis, e os costumes que infelizmente não voltam, bricar na rua, brincar na taboca da tua casa, vê a vó Carmina lavando roupas, são tantas lembraças lindas, saudáveis. Os vizinhos se encontravam mais, nenhum muro separava um dos outros, mas este é o preço do desenvolvimento. Amei a matéria

    • Josi, tens uma foto da Dona Carmina?
      Sabes uma coisa que não esqueço? A goiabeira no fundo do quintal da casa de vocês que dava vários galhos pra nossa casa e haja a gente a “roubar” goiaba, que fruta roubada é mais gostosa, né? E dona Carmina nem se importava.
      Tenho tantas lembranças da dona Carmina.
      Beijos

  • Oi, Alcinéa.
    Gostei de ver as fotos. Seu comentário final é interessante. Realmente, a impressão que temos é que no conforto, a união e a simplicidade vão embora, e o aconchego, inclusive entre membros da família, é menor.
    Em outros comentários, lembrei que uma imagem puxa por outras lembranças, estabelecendo alguns links da memória. Pois é.
    A primeira foto, olhando na esquina o “Rouxinol”, lembrou-me de uma queda de bicicleta. Vinha eu na minha Monark, um final de tarde, lá das bandas do Trem. Ao passar pelo “Rouxinol”, me virei para o lado para cumprimentar um conhecido na casa ao lado. Nesse momento, um táxi que passou por mim, parou logo adiante e acabei trombando com o lado esquerdo de sua traseira. Voei sobre o guidon da biclicleta, ralei as mãos, e roda diantei ficou torta. Fui para casa arrastando a bicicleta.
    O outro fato foi um aniversário seu (não lembro se em 70 ou 71). Só lembro que sua mãe estava muito feliz, e a casa cheia.
    Um abraço.

  • Dona Itelvina: Mãe do Baleia e do Ismaelino, espiritualmente, mãe de vários moleques, pois ajudava, como disseste, a manter a saúde deles. Ao lado da sessão espírita, joguei muita bola, quando aí morei. Do Suqieura, lembro também. De coração bondoso, deixava a gente bagunçar e até amocegar seu caminhão. Atrás da sessão, havia também a casa do seu Raimundinho, muito bacana. Felizes lembranças de tempos áureos.

  • Gosto muito de fotos antigas de Macapá, além de manter viva nossa história, elas nos fazem lembrar de muitos momentos de nossa infância. Em um passado não muito distante, lembro que a atual Timbiras era a divisa do campo do velho Muca, lembro-me das cercas de arames, das leiteras de alumínio para a ordenha das vacas. Quanta coisa bonita e saudável!!! Tenho um arquivo de fotos bem antigas de Macapá, como a construção do hospital geral e asfaltamento da FAB. Posso repassá-las para você publicar.

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