Poesia na boca da noite

Maria da Glória declama um de seus belos sonetos

Que tal começar o fim de semana falando de poesia?
Amanhã, sexta-feira, tem poesia na boca da noite na orla do Santa Inês (em frente a rotatória), das 17h às 19h. É um bate-papo leve, gostoso, recebendo  a brisa poética do rio Amazonas. Qualquer pessoa pode participar – poeta ou não. Basta gostar de poesia, querer ouvir ou falar de poesia; pode também declamar, levar um poesia que você gosta (não importa o autor) para compartilhar.
Ah, você escreve poesias mas elas estão guardadinhas numa gaveta ou num arquivo no seu computador? Pra que guardá-las? Deixe a timidez na gaveta  e mostre sua poesia para o grupo.

O encontro “poesia na boca da noite” é uma iniciativa de um pequeno grupo de poetas para divulgar e valorizar a poesia amapaense e descobrir e estimular os poetas que ainda não tiveram oportunidade de mostrar seus trabalhos.
O primeiro encontro aconteceu quinta-feira passada na minha casa e nele descobrimos a poeta Maria da Glória Motta Araújo que, aos 71 anos de idade, faz sonetos belíssimos. O encontro foi tão bom que decidimos fazê-lo toda semana e a cada semana num lugar diferente. O de amanhã é na Orla do Santa Inês, o da próxima semana você vai ajudar a escolher onde será.
E se chover vai ter o encontro? Vai sim. Se a chuva cair, a gente atravessa a rua e se encontra na casa do Rostan Martins – uma casa de muro azul, de frente pro rio e bem na frente da rotatória e aí a gente aproveita e faz uma poesia coletiva para a chuva. Que tal?

Maria da Glória, Rostan Martins e Osvaldo Simões e a poesia completa de Manoel de Barros

  • Não sou Poeta, mas gosto de obras.

    Aos Poetas.

    Atordoado ficariam os poetas,
    Que bravamente levanta sua espada.
    Pela sua volta está todos do mundo,
    A espera que uma revolução ele faça.

    O fogaréu que domina todo lugar,
    Já faz parte de todo corpo presente.
    Até a alma que antes estava a devagar,
    Agora o fogo é tudo o que de fato sente.

    Levanto eu a espada da imaginação,
    E a todo poeta e escritor que lê e conduz.
    A cada palavra pensada, inesperada reação,
    O espaço é simples e a palavra é luz.

    Para os poetas eu trago o pensamento,
    Que cada um fará o que dele quiser.
    Que nunca morra a alma de fogo,
    E que o fogo faça uma poesia qualquer.

    Aos poetas ilustres de todo lugar,
    Que moram longe e se escondem.
    A todos aqueles que saibam amar,
    Mesmo a quem está devidamente longe.

    Paloma Stella Amaral

  • Fico feliz em saber que há um grupo em Macapá, divulgando o hábito de fazer poesia. Lamentavelmene estamos sem opção para realizar leitura e pesquisa, uma vez que a biblioteca estadual e a biblioteca da Universidade Federal estão fechadas.

  • Alcinéa, adoro poesia e farei tudo pra ter esse primeiro encontro, enquanto isso deixo aki um trecho dessa poesia que eu amo e leio sempre:

    A mulher madura é um ser luminoso é repousante às quatro horas da tarde, quando as sereias se banham e saem discretamente perfumadas com seus filhos pelos parques do dia. Pena que seu marido não note, perdido que está nos escritórios e mesquinhas ações nos múltiplos mercados dos gestos. Ele não sabe, mas deveria voltar para casa tão maduro quanto Yves Montand e Paul Newman, quando nos seus filmes.

    Sobretudo, o primeiro namorado ou o primeiro marido não sabem o que perderam em não esperá-la madurar. Ali está uma mulher madura, mais que nunca pronta para quem a souber amar.

    Affonso Romano de Sant’Anna

  • Oi, Néa. Deus te cubra de bênçãos sempre. Essa jovem que aparece ao lado do Rostan e do cabo Osvaldo, ME PARECE A POESIA EM PESSOA. Felicidade sempre. Bjos.

  • Quero mandar um abraço para a Glorinha, apesar de não conhecê-la, e vou sugerir a ela que coloque alguns trabalhos na internet, que tal… todos nós poderíamos ler, e gente de todo o mundo também…Alcinéa, mudando de assunto, eu gostaria de comentar sobre aquela questão dA POLUIÇÃO SONORA CAUSADA PELAS LOJAS NO CENTRO DE MACAPÁ, esse pessoal que grita em microfones,no meio da rua, colocam músicas de quinta categoria e definham a imagem de nossa cidade. Posso escrever sobre isso no DESABAFO DO LEITOR? abraço

  • É uma pena eu não poder participar. Vi Bibi ferreira declamando o “Monólogo das Mãos”. Gostei tanto que decorei o poema, e estou à procura de um evento/espaço para ter a ousadia de declamá-lo. Esta seria uma boa oportunidade.

  • Não tem coisa mais bela que poesia, prosa, artes! Pena que em nosso estado por falta de incentivo não se dê o devido valor aos que queiram promover e principalmente produzir “artes”, “cultura”, lembro-me em tempos não tão remotos que participei da “1ª Maratona Intelectual de Prosa e Poesia” realizado pela SEMA, o evento foi belo e produtivo, tínhamos também gincanas estudantis, que mobilizavam os estudantes, hj….é pois é…

    Temos peculato, prevaricação, corrupção, concussão, enfim, bons tempos vivíamos, poderíamos pensar em resgatar pelo menos nossa cultura, artes e valorizar ainda mais….

    • Poesia é Poesia. Polícita é política. O óleo sagrado, é a poesia. A água suja, é a política… Não se misturam.
      E tem aquela estória do beija-flor querendo apagar o fogo na floresta…

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