Regulamentação da profissão de escritor é debatida no Senado

Poetas participantes de audiência pública pedem
regulamentação da profissão de escritor

Iara Farias Borges, da Agência Senado

A atividade de escritor poderá ser uma profissão regulamentada. A sugestão foi apresentada por poetas e escritores que participaram,  quinta-feira (16), de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

O presidente da CDH, senador Paulo Paim (PT-RS), que requereu a audiência, pediu às entidades representativas da categoria a apresentação à comissão de um pré-projeto pela regulação da atividade. A iniciativa foi apresentada pelo professor Gustavo Dourado, que também é poeta e cordelista e preside a Academia de Letras de Taguatinga (DF).

– A academia é importante para o reconhecimento público do escritor, mas a questão profissional precisa ser regulamentada, destacou Gustavo Dourado, ao observar que os cordelistas já têm sua atividade regulamentada.

A poeta Alcinéa Cavalcante, filha do poeta Alcy Araujo, ressaltou que, por não ter regulamentada sua profissão, os escritores desempenham outras atividades para sobreviver. Ela disse que é poeta, mas  se “disfarça” de jornalista ou professora para sobreviver.

Homenagens – O senado poderá editar livro com poesias de autoria dos poetas presentes à audiência pública, conforme sugeriu o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Paulo Paim disse que vai apresentar projeto de lei para designar o mês de março como Mês da Poesia, em homenagem  ao poeta amazonense Thiago de Mello, que nasceu em 30 de março. O senador também pretende encaminhar requerimento para realização de sessão especial em março do próximo ano para celebrar o Dia Nacional da Poesia.

Código Florestal
Ao entregar a Paim livro de sua autoria, o poeta Thiago de Mello, que participou da audiência, pediu à sociedade brasileira que faça um “pacto de amor com a floresta amazônica”. O poeta afirmou discordar do projeto de lei que altera o Código Florestal, que tramita no Senado, por considerar que o atual texto induz ao desmatamento.

Thiago de Mello também presenteou o senador Pedro Simon (PMDB-RS) com exemplar de “Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)” e pediu, de forma simbólica, que o texto fosse aprovado pelo Parlamento. Em seu primeiro artigo, a poesia, escrita em forma de norma legislativa, diz: “Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira”.

O presidente da Casa do Poeta Brasileiro, seção do Distrito Federal, Luiz Carlos Cerqueira, também disse estar preocupado com o Código Florestal. Para ele, “certas liberações” na aprovação do Código Florestal podem prejudicar o meio ambiente.

  • Até as prostitutas já são consideradas profissionais; outro dia um advogado falou na tv que bandido também é profissional…e a questão de profissionalizar os (importantíssimos) escritores ainda está sendo debatida…isso é Brasil!

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