Essa avenida larga, movimentada, tida como a principal de Macapá, por onde passam todos os ônibus e onde ficam escolas, secretarias de governo, hospitais, tribunais, Assembléia Legislativa, Câmara de Vereadores e Prefeitura, foi o primeiro campo de aviação de Macapá. Por isso quando virou avenida recebeu o nome de Avenida FAB (Força Aérea Brasileira).
Aí pousavam todos os aviões que chegavam em Macapá e daí decolavam.
O poeta Manoel Bispo – que chegou gitinho em Macapá – conta que quando a molecada ouvia o barulho do avião corria pro “aeroporto” vislumbrando ganhar uma grana pra comprar gibis, picolés e garantir o da matinê do cinema.
É que naquela época não existia táxi em Macapá e quase nenhum carro particular (ônibus nem pensar). A pessoa chegava, descia do avião e ia a pé pra casa. É aí que a molecada entrava. Se aproximava do passageiro e oferecia o serviço: carregar a maleta, do aeroporto até a casa. “O ‘carreto’ mais longo que fiz com uma mala na cabeça foi do aeroporto pro bairro do Trem. A maleta era daquelas de madeira, mas me rendeu um bom dinheirinho”, me disse o poeta certa tarde.
Dia desses o Celso Façanha estava lembrando dos seus tempos de moleque e disse que uma vez viu “com esses olhos que a terra há de comer” um avião quase entrar num prédio ali por perto de onde é hoje a Escola Integrada.
Deixemos o Celso contar:
– Era um dia de chuva, a pista tava um lamaçal, o avião aterrissou mas não
conseguiu parar logo. Foi indo, indo, indo… e só conseguiu parar ali perto do GM, quase que entra num prédio onde era o Irda. Quando a porta abriu o primeiro passageiro a descer foi o Pernambuco, um açougueiro brabo. Ele desceu reclamando: “Pô, esse cara (piloto) podia ter logo me deixado em casa.”
Minha mãe contava que, sentada no pátio da nossa casa, via os pousos e decolagens. “Era ali, dizia apontando com o dedo, o campo de aviação e daqui a gente via tudo.” E minha avó completava: “o avião passava aqui na ilharga de casa”.
19 Comentários para "Tá… eu conto"
TRABALHEI NA ICOMI DE 1987 A 1991, HOJE MORO NO INTERIOR DE SÃO PAULO NA CIDADE DE JACAREÍ PERDI TODOS OS MEUS CONTATOS EM SERRA DO NAVIO E MACÁPA ESTOU APOSENTANDO E PRECISO DO MEU PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO ( PPP ), SE VC SOUBER DE ALGUM CONTATO DA ICOMI E PUDER ME INFORMAR ENDEREÇO, E-MAIL OU TELEFONE VOU FICAR MUITO AGRADECIDO SE QUISER PODE ME LIGAR (12 ) 3962-2778 ) OU (12 ) 97201202.
MUITO OBRIGADO.
RATIFICO O QUE O CELSO FAÇANHA FALOU SOBRE O AEROPORTO, POIS ERAMOS VIZINHOS. COMO TAMBEM SOBRE O AVIÃO QUE QUE PASSOU SOBRE A CÂNDIDO MENDES PARANDO EM FRENTE DA CASA DO PROFESSOR TOSTES, QUE FICAVA NA IRACEMA CARVÃO NUNES.
LEMBRO BEM DO ACONTECIDO, POIS MEU PAI MUNDOCA BEZERRA, VINHA NESTE AVIÃO.
Não sei se me engano. Mas a pista ficava na Procópio Rola. A estação de passageiros na esquina da FAB com a Odilardo Silva. Havia o angar e aeroclube cujo fundos eram a avenida FAB.O srviço de telgrafia da Cruzeiro do Sul (Rocha) era mais ou menos onde fica o prédio da Receita Federal. Os aviõs levantavam muita poeira quando pousavam. Além da Cruzeiro havia o Loyd Aéreo e a Real Aerovias e ainda os aviões da Força Aérea como os C-47 e os Catalinas.
Grande Mestre Manoel Bispo!! Uma bela história de um grande artista que pra mim sempre foi um referencial. Parabéns pelo post Alcinea.
A turma do buraco é ótima.
Meu irmão que hoje mora em Fortaleza,participou dessa turma.
Professor Lindoval de Geografia no Colégio Amapaense.
Um grande abraço,
Parabéns pelo blog,
espero sua visita.
http://marciagrega.blogspot.com
Adorei seu blog minha querida! Você é das minhas! Luta, denuncia, briga…
Parabéns.
Espero uma visita sua
http://marciagrega.blogspot.com
http://brasigrega.blogspot.com
http://gregapoemas.blogspot.com
Néia adorei! Conte outras, Que tal o da olaria ou da “turma do buraco”?
Alcinéa, esta otimo teu post. Afinal é nossa historia. Estou aguardando outros do gênero. Sugiro escutar a Prof Zaide Soledade e outros da época. Um bom dia para vc. bj
Ao ler moleque carregando maleta,lembrei da piada contada pelo Carlos Cordeiro Gomes,no livro Guajará Mirim-Um Rio de Lembranças.Peço permissão Alcinea.Um juíz que tinha uma atrofia nos dedos da mão esquerda,dando a impressão de estar semi fechada foi nomeado para a comarca da vigia.Os colegas fizeram-lhe um alerta de que a primeira coisa que receberia na vigia, era um apelido.O juiz disse o primeiro que se atrever a me apelidar,eu meto no xadrez.Quando chegou no trapiche da vigia,dentre o monte de moleques qurendo carregar a sua maleta,escolheu o menor.O moleque saiu andando e encontrou outro que vinha apressado e ao confrontar-se com este,foi logo perguntando:
A Princesa chegou?
Chegou respondeu o outro.
De quem é essa maleta?…Pergunta o primeiro.Responde o carregador. Do Mão de Gengibre. Esse um que vem aí atrás.
O juíz morreu com o apelido mão de gengibre,sem que tivesse a satisfação de colocar o autor do apelido no xadrez…
Que delicia de piada! Isso é tipico nos interiores, ao ponto de se conhecer as pessoas so pelo apelido. Se vc disser o nome, ninguém sabe quem é.
Como o Estado está parado e fechado pra balanço,é muito bom conhecer a história do Amapá,pois este governo é a sequência do outro,ou seja um desastre atrás do outro.
Complementando o comentário do Celso, realmente era uma cerca de arame farpado que limitava o terreno do prédio do IRDA ao lado de onde fica a Caixa Economica da Coriolano Juca, onde funcionou o Colégio Objetivo, se não me engano.E o avião era um C-47 da Companhia LÓIDE AÉREO NACIONAL. O primeiro campo de aviação de Macapá terminava na cerca do IRDA.
grande abraço ao Celso, à Alcinéa e lembranças a todos.
Alcinéa, o IRDA, Instituto Regional de Desenvolvimento do Amapá, foi criado algum tempo depois, à essa época, alí, funcionava um escritório da ICOMI, aliás, ao que se conta, o primeiro da empresa no Amapá. Essa história é boa, e aproveitando a deixa, lembrei que diziam que um motorista de um chefões do escritório, ao receber a avó, que havia chegado a Macapá, a bordo do Ararguary, prometeu-lhe que a levaria para conhecer o seu local de trabalho. Mas, a boa velhinha, antes, perguntou ao neto: – Onde você trabalha, meu netinho? Ao que ele respondeu: – Na ICOMI velha, vovó. Ela assustada, disse ao neto: – Pois lá, não vou. Imagina se vou a um lugar que come velha!
Um bom feriado a todos!
João, o IRDA não ficava na Iracema Carvão Nunes.
Me corrija se estiver errado.
José Luiz,
O meu amigo Lázaro se deixou enganar pela memória, de fato, o IRDA ficava na Iracema Carvão Nunes, com fundos para a hoje Av. Fab. Sendo assim, a CEF também é na Iracema Carvão Nunes, e o seu prédio foi construido, nos anos 1970.
Ernani,estudei com o teu irmão Evandro no Barão do Rio Branco.
E por coincidência meu irmão tbm se chama Evandro.
Abraços.
Muito bom o texto Alcinéa. Você sempre consegue me levar ao passado de Macapá como se fosse minha cidade natal.
Deve ser por isso que é o único asfalto que presta na cidade