Tia Lucy cai no samba

Aos 81 anos, “Tia Lucy” é um exemplo de alegria, de gente de bem com a vida. A bengala não é impedimento para que ela entre no samba ou nas rodas de marabaixo e mostre o gingado.
Sábado, na festa de aniversário da cidade no Largo dos Inocentes, quando o cavaquinho chorou “Tia Lucy” levantou-se e entrou no samba. O povo abriu alas para Tia Lucy passar e sambar apoiada na bengala cor de rosa.
Alegre, maquiada, muito bem disposta e perfumada, ela vai fazer 82 anos em maio. “Bem vividos”, faz questão de ressaltar.  Vaidosa, conta que  não abre mão de uma roupa bonita e de  bom perfume. “Sempre gostei de andar cheirosa”, diz.
Tia Lucy não perde uma programação cultural da Confraria Tucuju e nem as missas celebradas na bicentenária Igreja de São José. Mora no Largo dos Inocentes e gosta de conversar e contar histórias da Macapá antiga.
E eu adoro ser abraçada por ela, sentir seu carinho e ouvi-la.

  • Na festa da cidade, realizada no ano passado, eu cruzei com a tia Lucy na entrada da Biblioteca Elcy Lacerda. E me emocionei quando ela me olhou e disse com a voz firme de uma tucuju. “Tu es o Paulão, filho da Jandira e sobrinho da Mercedes. Te conheço desde moleque e sei que tu es da rádio”. Quanta lucidez. Nao tive como não me emocionar e lhe dar um abraço carinhoso. Minha mãe tem 86 anos e minha tia faleceu no ano passado, aos 92 anos.

  • Tia Lucy é um exemplo de vida. Vê la numa roda de marabaixo mostra sua disposição em preservar nossas raízes

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