Um conto

A mais bela árvore do mundo

Entre tantas árvores da floresta, havia um pinheirinho fino e pequeno muito infeliz, por que não era tão grande e forte como as outras árvores.Quando os passarinhos vinham se aconchegar, buscavam as maiores árvores para abrigar-se ou fazer seus ninhos, e o pinheirinho infeliz dizia:

Venham, venham fazer seus ninhos em meus galhos!

– Não, respondiam os passarinhos, você é muito pequeno.

Quando o vento soprava e cantava na floresta, dobrava as grandes árvores e contava histórias as mesmas. E o pobre pinheirinho implorava ao vento:

-Oh! Eu lhe suplico senhor vento, venha brincar comigo!

– E o vento lhe respondia:

– Oh! Não, você é muito pequeno e eu não quero quebrá-lo e nem feri-lo!

Durante o inverno, a Senhora Neve, deixava cair docemente seus flocos brancos e imaculados sobre as grandes árvores ,revestindo-as de uma bela capa e um chapéu todo branco; e o pinheirinho implorava à Senhora Neve:

– Oh! Senhora Neve, dá-me também um chapéu e uma capa toda branca.

Mas a Senhora Neve balançava a cabeça e respondia:

– Oh! Não seus galhos são muitos finos e podem quebrar-se!

O tempo passa e um certo dia o pinheirinho observa que ha uma certo tumulto na floresta, as grandes arvores falam baixo e estão muito inquietas, o pinheirinho se interroga porque essa inquietude? E, o pinheirinho não sabia que era nessa época que os homens vinham à floresta abater as grandes arvores , os mesmos chegam com seus cavalos, trénos e machados para cortar as árvores afim de vendê-las na cidade; quando uma das árvores era cortada, as outras diziam que talvez a mesma serviria para fabricar um mastro de um grande navio ou então para construir uma casa e assim poderiam conhecer um pouco a vida dos homens.
O pinheirinho gostaria muito de conhecer a vida dos homens, mas os mesmos nem sequer o olhavam.

Chega o inverno, e os homens retornam a floresta, e desta vez irão cortar as árvores de tamanho médio, e começam a procurar na floresta as mesmas e descobrem com um certo espanto que haviam somente árvores grandes e pequenas. O pinheirinho os observa nesse trabalho de busca, coloca-se em posição de alerta como para saudar os homens, um deles volta sua atenção para o pinheirinho e diz:

– Olhem este pinheirinho, talvez nos sirva? E um outro responde é…… talvez!

O pinheirinho exalta de alegria e diz: vou ser útil….!! O homem corta-o de um só golpe e coloca-o no tréno e retorna à cidade e o deposita no local destinado as pequenas árvores , porém as outras são bem maiores que ele.

O pinheirinho começa então a conhecer a vida dos homens, e novamente voltam as interrogações: porque estou aqui, qual sera o meu destino?

Começa então um vai e vem de gente escolhendo qual o pinheiro que ira ornamentar sua casa para o Natal, olham o pinheirinho e dizem:

– Este é muito pequeno, não vale a pena, e o pinheirinho lamenta …..!

Finalmente entram no local duas crianças de mãos dadas e começam a examinar as árvores, e cem em cima do pinheirinho e dizem:

– É este ! Pois o seu tamanho é o ideal para a festa……!

O pinheirinho se interroga, outra vez, porque sou o ideal para a festa?

Chegando na grande casa onde as crianças entram ,o pinheirinho vê uma grande caixa de madeira com terra, e as crianças o plantam com todo carinho em seu novo “lar” e o colocam sobre uma mesa, em seguida vão buscar uma grande cesta de enfeites e são acompanhados nessa tarefa por duas senhoras vestidas de branco com um chapéu da mesma cor na cabeça.

As senhoras e as crianças começam então a decorar o pinheirinho com enfeites coloridos e brilhantes, fios de prata, bolas,estrelas e uma boa quantidade de pequenas velas rosas e brancas colocadas nas extremidades dos galhos do pinheirinho e enfim no alto do mesmo colocam um anjo em cera com grandes asas abertas. Quando terminam a decoração todos se vão, fecham a sala e deixam o pinheirinho sozinho, a escuridão e um barulho estranho começa a inquietar o pinheirinho, após longo tempo de espera a porta se abre, duas senhoras carregam a mesa e com muita cautela percorrem um longo corredor com o pinheirinho, ao final do mesmo entram em uma grande sala, o pinheirirnho observa que a mesma é arrumada de uma maneira diferente: de ambos os lados existem várias camas, todas brancas, uma do lado da outra e uma criança em cada leito, elas não diferentes das outras que ele viu na cidade: pálidas, magras e muito tristes, havia também na mesma sala crianças sentadas em cadeiras , o pinheirinho achou esquisito essa casa e novamente retornam as interrogações?

Por que sera que eles estão aqui?

O pinheirinho não sabia que estava em hospital infantil e que essas crianças não tinham ninguém para cuidar delas.

As senhoras,começam a acender as velas e as crianças começam a dar gritos de contentamento e admiração:

– Oh! Como ele é lindo, e como brilha tão forte! E batiam palmas de contentamento.

O pinheirinho, então, entendeu que era dele que as crianças falavam, porque os olhares estavam voltados para ele, colocou-se em posição de alerta como o mastro de um navio e balançava-se de alegria.

Uma menina, deitada em sua cama, diz bem forte:

– É a mais bela árvore de Natal que eu ja vi!

– Não, diz um menino: é a mais bela árvore do mundo!

Assim, o pinheirinho compreendeu que a partir desse momento ele tornou-se uma bela árvore e feliz por ter sido escolhido para proporcionar a essas crianças um pouco de alegria e felicidade.

Referência. FIX, Philippe. En attendant Noël. Paris, Gallimard jeunesse, 1996. 71p.
Tradução : Ilka Vatin

Nota do blog – Ilka Vatin é amapaense e há muitos anos mora na França

Deixe um comentário para JOÃO HENRIQUE MACIEL SANTOS Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *