Uma obra construída pelo povo

Márcia Corrêa

No Amapá é assim, a gente vê a história acontecer. E pode-se dizer que é a primeira vez que uma mobilização verdadeira da população reúne gente de vários credos, cores, ideologias e orientações em prol de uma causa, o combate ao câncer. Com a liderança do padre Paulo Roberto, presidente do Instituto Joel Magalhães de Combate ao Câncer – Ijoma, o povo deu às mãos e está erguendo uma Casa de Apoio no bairro Alvorada, em Macapá.

O último lance do movimento arrecadou R$ 500 mil em um dia só, na quadra da paróquia Jesus de Nazaré, localizada no bairro que tem o mesmo nome. Organizada pelo programa de rádio O Troco no Ar, com apoio amplo de toda a imprensa, sobretudo através de mobilização pelas redes sociais como o Twitter e o Faceboock, a campanha ganhou a tag #amapacontraocancer e milhares de seguidores.

Muito bem, a Casa de Apoio para pessoas carentes com câncer está com a armação erguida. O dinheiro que chegou vai, em parte, para as obras, mas a outra parte vai para amenizar a dor de quem sofre com a doença. Remédios que chegam a custar R$ 1.300, cateteres e agulhas serão comprados porque a rede pública oferece com precariedade e o número de doentes só cresce.

Enquanto isso, a comunidade continua a se mobilizar. Todos os dias chegam doações à obra, que nesse momento precisa de sete milheiros de tijolos, 30 carradas de areia e 1.000 sacas de cimento para concluir a estrutura; depois vem o acabamento. Parece muito, mas a casa será ampla e definitiva, com sede do Ijoma, apartamentos confortáveis para os doentes, auditório para treinamentos, biblioteca e área externa urbanizada.

A foto mostra o estágio atual da construção. Diante dela, a placa emblemática: Obra construída pelo povo do Amapá, o que dá a quem lê a sensação impagável de pertencimento a algo verdadeiramente grandioso. Dá também uma vontade enorme de arregaçar as mangas e se integrar nessa que é uma luta coletiva.

A Casa de Apoio fica na av. Silas Salgado, bairro Alvorada, atrás da EMTU. Doações podem ser feitas na obra e através das contas do Ijoma: Banco do Brasil agência 4434-2, C/C 37515-2 e Caixa Econômica, agência 3101 OP: 003, Conta Corrente 00879-8.

  • Esta comunidade amapaense é uma forte candidata ao Prêmio Nobel da “Fraternidade”. Também vou colaborar.

  • Concordo que ações assistenciais sejam bem vindas na área da saúde. Mas não podemos fechar os olhos para quem possue o dever legal de oferece-la de forma universal e como direito. O Hospital São Camilo, por exemplo, é uma “entidade filatropica”, mas LIMITA os seus atendimentos aos pacientes do SUS. Uma consulta na emergencia custa R$150,00.

  • Enquanto isso a sociedade fica deslumbrada com a inauguração de um empreendimento feito pelos mesmos responsáveis pela falcatrua que paralisou as obras daquele que seria o hospital do câncer em Macapá.

  • Enquanto continuarmos elegendo políticos vaidosos, que não buscam o diálogo…e que governam já pensando na próxima eleição, procurando sufocar os demais poderes, sindicatos, prefeitos e sociedade civil organizada, o Amapá não crescerá em índices de desenvolvimento humano.A história parece se repetir, precisamos de governantes comprometidos com o desenvolvinto social do nosso povo, colocando à vida, a família desta sociedade já penalizada pelo isolamento geográfico acima de vaidades e projetos de perpetuação do ” poder ” .

    • Concordo plenamente amigo.
      Pena que no Amapá a “vaidade” contamina famílias inteiras, que uma vez no poder não sabem viver sem ele.
      Daí a realidade crua da horrível formação de verdadeiras oligarquias no Amapá, isso em pleno Brasil do século XXI.
      Como dizia Cícero (orador romano): a concentração de poder não serve a ninguém.

  • Parabéns p/a população amapaense que demonstra sensibilidade e comprometimento com o sofrimento dos nossos irmãos.Lamentável que os governantes não tenham esta mesma sensibilidade e comprometimento,jogam muito dos nossos impostos em obras futeis e sem finalidade alguma.Hj o carnaval que não dá retorno algum p/o estado é mais importante que salvar vidas.Não conheço uma obra que tenha sido feita com os recursos advindo dos recursos aplicados no carnaval,ou seja,retorno algum.

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