Você teve um carrinho assim?

Se você teve um carrinho assim, movido à corda, conta aí na caixinha de comentários.
O escritor Ademir Pedrosa teve.

  • Esse babaca não teve infância. Tá explicado pq é tão azedo para com as outras pessoas. Deve fazer regressão para curar a ferida da inveja às coisas alheias que o contaminou. Pobre queimador de livro alheio.

    • O sujeito se chama Potoca – codinome que ganhou na infância e que conserva até hoje. Depois sou eu que preciso de regressão de memória. Eu, heim, rosa! O Potoca em sua tenra idade gostava de jogar peteca (bolinha de gude) com os amiguinhos do bairro. O jogo era valendo, e o Potoca errava de palmo em cima; e depois ia saldar sua dívida atrás da moita. No campeonato de “queimar rosca” do seu Bairro, a rosquinha do Potoca acabava sempre em 1º lugar. Isso explica de ele ser tão docinho para com outras pessoas. Devo dizer que estou bem pertinho de descobrir o IP do Potoca. Mediante o número do seu IP, é fácil chegar ao seu verdadeiro nome, filiação, endereço, CPF, RG, signo e até mesmo o nome completo do seu bofe. O sujeito usa pseudônimo não sei pra quê – faz tempo que saiu do armário, e ainda faz cudocinho pra revelar sua identidade secreta. Quando o Potoca regressar de São Paulo, a gente conversa. Tomara que não vá se perder naquela multidão, naquela parada é um lugar pra se achar – uma espécie de pásargada do seu próprio “eu”. Potoca não deve ligar pra inveja, deve se proteger das mesquinharias alheias, especialmente deste pobre incendiário das Letras…

  • Nunca tive um. Tive uma infância pobre, e os meus carrinhos eram fabricados por mim mesmo. Eram feitos de latas vazias de óleo comestível, restos de caixinhas de madeiras, e outras embalagens que iriam para o lixo – esses eram os meus brinquedos de criança. Sempre sonhei em ter um velocípede. A cada Natal, meu coração miúdo se apertava na expectativa de ganhar um de papai-noel, e nada. Quando cresci, dos altos dos meus 13 anos, eu era o único do Bairro que possuía um almanaque-bi nº1 do Super-Homem – um gibi de capa dura em papel cochê que enchiam de brilho os olhos dos meus colegas, e fazia me sentir o mais picudo da turma. Uma bossalidade olímpica juvenil que só mesmo os deuses lúdicos saberiam explicar. Nesse mesmo período conheci o autorama na casa do meu amigo Keke do Carmo. Santo Deus!, um brinquedo tão sofisticado que só mesmo aquelas famílias afortunadas tinham condições de tê-lo, apenas esses: Walter Jr., Aluízio Teixeira e Paulo Cruz. Quando casei, minha mulher ensaiou me dar de presente de Natal um autorama, recusei. Preferia um velocípede. Mas aquela altura do campeonato já era tarde demais…

    • PS: o verbo é no singular “enchia”, equivoquei-me. Apresso-me em repará-lo, senão logo, logo meus desafetos de plantão vão cair de pau me acusando de não saber fazer concordância. Não vai ser desta vez.

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