De amigo para amigo – Por Ernâni Motta

De amigo para amigo
Por Ernâni Motta

ernaniÉramos dois moleques, ali pela faixa dos 13, 14 anos, e, embora morássemos no mesmo bairro, nós não tínhamos a menor aproximação. Fomos nos encontrar nos Correios, como dois projetos de carteiros, que não vingaram como tal. Tínhamos ambições maiores, sem menosprezo ao ofício, que tem uma missão importantíssima nas vidas das pessoas, sem que dela tenham noção.

E, como dois projetos de carteiros, fomos sedimentando uma amizade que permanece sólida até hoje. Ah! Os anos, em que tudo começou, foram lá pela metade da década de 1960, quando Macapá, também, era um projeto de cidade. E, por isso, era bela, provocante e adorável!

O Sol inclemente da Linha imaginária do Equador só faltava nos torrar os miolos, mas, caminhávamos, inicialmente, a pé mesmo, depois, sobre velhas bicicletas, pelas ruas de Macapá, que não se excediam a um quadrilátero, que guardo na memória até hoje. Eram poucas as ruas e avenidas e praças, que contadas, não ocupavam todos os dedos de u’a mão, mas, era o cenário sobre o qual trabalhávamos, divertíamo-nos, forjamo-nos como homens conscientes da nossa cidadania, ainda que disso só viéssemos ter verdadeira noção anos depois.

As velhas bicicletas, compramos com as nossas economias, formadas com o que recebíamos das pessoas que, generosamente, nos gratificavam, já que não tínhamos salário. Isso é uma história meio complicada, mas, vou tentar explicar. Os Correios, por ser uma instituição pública, não podiam nos contratar sem concurso e estes nunca foram realizados em Macapá. E se fossem, devido à nossa pouca idade, não poderíamos participar, então, como nossos pais conheciam os funcionários dos Correios, estes nos admitiram, sem salários, para exercermos as funções de carteiros. Mas, isso nunca fez com que nos sentíssemos diminuídos, constrangidos ou coisa parecida!… Muito pelo contrário, os nossos espíritos de moleques divertiam-se, com as caminhadas diárias pelas ruas empoeiradas, esburacadas e escaldantes de Macapá.

Pois é, além de nossas famílias, muitos foram os que nos ajudaram nesse caminhar e, para não ser injusto, não vou citar nomes, porém, rogo a Deus que os recompensem por tudo, mesmo aqueles que já estão no andar de cima.

Com o passar dos anos, nos afastamos, ganhamos caminhos diferentes, sem nunca, entretanto, abandonarmos a

Jacson Coelho
Jacson Coelho

amizade que construímos ao longo dos anos. Hoje, quase meio século depois dessa inesquecível aventura, estou aqui no Rio de Janeiro e o meu amigo lá em Macapá. E, vocês devem estar curiosos porque me lembrei dele hoje, não é verdade? Pois bem, é o seguinte, o meu amigo tem nome, óbvio, é o Manoel Jacson De Amorim Coelho! E a lembrança deve-se ao fato de hoje ser o dia do aniversário dele.

Ao meu amigo, esposo e pai, como poucos existem nesses novos tempos; avô carinhoso; filho extremado; amigo leal sincero, fraterno, divertido, generoso, enfim, dotado dos mais belos e gentis adjetivos, abraço, como um grande irmão, rogando a Deus que lhe presenteie com vida longa, pontuada de sucesso e felicidades, com saúde, paz, muita gente, ao seu redor, dividindo com ele muito amor.

Jacson, meu amigo, aquele abraço!

  • Um forte abraço ao amigo Jackson, Que nosso Pai celestial lhe conceda muitos e muitos anos de Vida….e com muita Saúde

  • Alcinea, minha amiga querida, a sua generosidade é incomensurável! E eu não sei dizer mais do que muito obrigado! Beijos.

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