Violência contra mulheres no Amapá

Violência contra mulheres no Amapá
Por Joel Elias*

Nos últimos anos, o estado do Amapá tem enfrentado um aumento alarmante nos casos de violência contra as mulheres, especialmente nos crimes de violência sexual e feminicídios. De acordo com os dados do relatório “A Violência Contra Mulheres na Amazônia Legal nos Últimos Cinco Anos em Comparação com o Restante do País”, divulgado nesta semana pelo Instituto Igarapé, no período de 2018 a 2022, o Amapá registrou um aumento impressionante de 88,5% nos casos de violência sexual e de 147,6% nos casos de feminicídios. Esses números são extremamente preocupantes e exigem uma resposta imediata e eficaz por parte das autoridades e da sociedade como um todo.
A análise desses dados revela uma realidade sombria e perturbadora que não pode ser ignorada. O aumento vertiginoso nos casos de violência sexual e feminicídios no estado aponta para uma profunda crise de segurança e de proteção dos direitos das mulheres. Esses números representam vidas perdidas, corpos violentados e sonhos interrompidos, evidenciando uma falha sistêmica em garantir a segurança e a integridade das amapaenses.
E, infelizmente, esse tipo de violência não é um problema isolado do Amapá, e apresenta-se como um reflexo de questões mais amplas e complexas que afetam o tecido a social. Fatores como desigualdade de gênero, falta de acesso a serviços de proteção e Justiça, e cultura de impunidade para os agressores contribuem para perpetuar esse ciclo de violência. Além disso, a vulnerabilidade das mulheres, especialmente no que se refere a questão socioeconômica, é exacerbada pela falta de políticas públicas eficazes e de programas de prevenção e assistência.
Diante desse quadro preocupante, é imperativo que o estado do Amapá e a sociedade amapaense adotem medidas concretas e urgentes para combater a violência contra as mulheres. Primeiramente, é essencial fortalecer o sistema de proteção e assistência às vítimas, garantindo o acesso a serviços de apoio psicológico, jurídico e médico de qualidade. Além disso, é fundamental investir em políticas de prevenção, educação e conscientização, promovendo uma cultura de respeito aos direitos das mulheres e de repúdio à violência de gênero.
É igualmente importante fortalecer o aparato policial e judiciário, garantindo uma resposta eficaz e rápida aos casos de violência de gênero. Isso inclui a capacitação de profissionais para lidar com esses casos de forma sensível e empática, além do fortalecimento das investigações e do combate à impunidade que sempre beneficia os agressores.
Por fim, é fundamental que a sociedade se mobilize nesse esforço coletivo para acabar com a violência contra as mulheres em terras Tucuju. Isso significa desafiar atitudes e comportamentos machistas, promover relações baseadas no respeito mútuo e na igualdade de gênero, e apoiar as vítimas em sua busca por justiça e dignidade.
Pelo que mostra o estudo feito pelo Instituto Igarapé, o combate à violência contra as mulheres no Amapá é urgente e inadiável. Cada vida perdida e cada crime cometido são um lembrete doloroso da urgência de agir. É hora de unir esforços, de enfrentar esse desafio com determinação e de garantir um futuro seguro e digno às amapaenses. Somente assim poderemos construir uma sociedade verdadeiramente justa e igualitária para todos.

*Joel Elias dos Santos é amapaense, jornalista, músico, compositor e poeta. Iniciou na imprensa amapaense como repórter policial do jornal Novo Fronteira em 1991. No ano seguinte estava na equipe que fundou o Diário do Amapá, sendo um dos primeiros editores. Trabalhou ainda nos jornais A Gazeta, Tribuna Amapaense e Leia Agora. Trabalhou ainda como assessor de comunicação do Governo do Estado do Amapá, Câmara Municipal de Macapá e Assembleia Legislativa do Amapá. Há mais de 10 anos reside em Porto Velho (RO), onde trabalhou como assessor de comunicação da prefeitura da cidade e atualmente é editor-geral do jornal Diário da Amazônia. Cursou filosofia na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e está se graduando em música no curso de bacharelado da Faculdade Metropolitana.

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