Poeta em destaque

Maria José Araújo Souza, adotou o nome literário de Jô Araújo, nasceu em Macapá no dia 19 de outubro de 1965 e desde garotinha destacava-se na escola declamando poemas. Aos dez anos começou a escrever pequenos textos poéticos que já eram utilizados nos eventos escolares. Não demorou muito para que esses poemas fossem publicados em jornais locais.
Jô Araújo morou algum tempo em Belém e publicou vários trabalhos, e participou com êxito de diversos concursos literários.
Dona de um estilo muito pessoal, costuma enveredar com mestria pelos caminhos de um lirismo amoroso que tornam seus textos dignos de atenção, como pode ser observado em seu Livro de Poemas “Pedra Fundamental” lançado na Grande Noite Lítero-Musical em julho de 1997. Jô é membro titular do Conselho Estadual de Cultura e imortal da Academia Amapaense de Letras.
Economista de formação, também atua na área da construção, pois, é técnica em edificações, porém, seu sangue pulsa mais forte quando se depara construindo um novo poema, daqueles que chegam de mansinho implorando para existir. Como este:
Polinização
Senti teu amor salivando
o céu da minha boca
Seiva quente dentro de mim
escorregando
me deixando louca…
Se os verbos ficaram aprisionados
os gestos apaixonados
romperam meus lírios
num ciclone de delírios
Mãos nas mãos…
Contra teu peito
meus seios comprimidos
e então não houve verbos
só gemidos
Foi então, que nos unimos
de fato e de direito
e nossos corações feito sinos
repicaram dentro do peito.
E como um vulcão
pleno, borbulhante em erupção
explodimos em lavas liquefeitas…
prazer absoluto
momento impoluto
em que polinizas minha flor
com o pólem do teu amor.

Belíssimo poema de Luiz Jorge Ferreira

Um dia chamado hoje…um momento chamado agora
Luiz Jorge Ferreira

Meu coração é uma Melodia com asas.
Muda o ritmo das suas incursões aladas…mas termina quase sempre no chão.
Meu coração é um desenho fosco.
Sem detalhes coloridos,
Cheio de entalhes mal definidos.
Que apenas ocupa a meia metade do esquerdo peito…que carrego comigo a um tempão.
Há dentro de mim e perto dele um espelho para que ele se veja, e não se sinta só.
Ele se reflete a si mesmo.
Quando o encontro vermelho, é sinal que chorou.
Aí, eu declamo Pessoa, ele imagina que sou eu, e zomba.
É quando saio para chorar tristonho , junto aos Anjos da terceira esquina

Há 35 anos o poeta e jornalista Alcy Araújo partia para o cais definitivo

“Canto a terra
a dor dos aflitos
e a inútil esperança dos desesperançados.
Também os negros, os índios e o verde
e presto relevantes serviços topográficos
demarcando itinerários de poesia.”
Alcy Araújo
(1924-1989)

Há 35 anos o poeta dos anjos, dos jardins, do cais Alcy Araújo partiu para o cais definitivo

Encontro sempre Deus no meu jardim à noite principalmente se há luar.
(Alcy Araújo)

“Eu sou Alcy Araújo, poeta do cais. Proprietário de canções e esperanças
quando são mais nítidas as horas de sofrer.”

Alcy Araújo Cavalcante – o  poeta do cais, dos anjos, das borboletas, do jardim clonal, dos marinheiros e de tudo que merece ser amado – nasceu no distrito de Peixe Boi (PA), no dia 7 de janeiro de 1924.
Criança ainda transferiu-se com a família para Belém, vivendo depois em pequenas cidades da região norte para onde seu pai, Nicolau Cavalcante, era destacado para implantar os serviços de Correios e Telégrafos.
De retorno a Belém, Alcy cursou a Escola Industrial tornando-se mestre marceneiro e de outras especialidades relacionados ao ofício, que exerceu por algum tempo.

No entanto o talento literário, a vocação pelo jornalismo e um precoce desenvolvimento intelectual levaram Alcy a trocar a bancada da oficina pela escrivaninha do jornal, em 1941, com 17 anos de idade.
Por mais de uma década trabalhou nos principais jornais do Pará como repórter,articulista,  redator e chefe de reportagem, entre eles a Folha do Norte, O Estado do Pará e O Liberal.

Veio para o Amapá na década de 50, trazido pelo poeta e amigo Álvaro da Cunha, a convite do governador. Aqui exerceu importantes cargos, assessorou vários governadores, dirigiu jornais, lutou pela emancipação política e administrativa desta região, combateu a exploração dos recursos naturais, fez importantes trabalhos de pesquisa sobre rizicultura, erosão dos solos, pesca no litoral, entre outros. Contudo, acredito que a maior contribuição dele ao Amapá deve ser aferida pela sua imensa e constante participação na vida intelectual e artística – tanto através da imprensa, como nos demais instrumentos e instâncias da cultura amapaense.
Amante das artes, foi ele que lutou, ao lado de R.Peixe, pela criação da Escola de Artes Cândido Portinari e do Teatro das Bacabeiras.
Ocupou a cadeira 25 da Academia Amapaense de Letras.

“Aqui estão as minhas mãos, falando palavras feitas de pássaros e de ausências e
cantando canções sonhadas em segredo.” (Alcy Araújo)

Junto com Álvaro da Cunha, Ivo Torres, Arthur Nery Marinho e Aluízio da Cunha, movimentou o segmento cultural amapaense criando clubes de arte, promovendo noites lítero-musicais, apoiando artistas plásticos, músicos, poetas e escritores,  fundando e dirigindo revistas culturais difundindo a cultura do Amapá por este Brasilsão, entre mais tantas coisas que deixariam imenso este texto se fossem listadas aqui.

“Ele foi um dos mais macapaenses de todos os paraenses que ajudaram a desenvolver o Amapá”, escreveu certa vez o jornalista Hélio Penafort.

Foi editor, noticiarista, diretor, colunista, articulista e editorialista de vários jornais amapaenses. Jornalista emérito, arguto analista dos problemas dos problemas sócio-econômicos do Amapá, foi na poesia que Alcy Araújo universalizou mais profundamente seu talento. É um dos poucos poetas do Norte a figurar na “Grande Enciclopédia Brasileira Portuguesa”, editada em Lisboa. Está também nas enciclopédias “Brasil e Brasileiros de Hoje”  e “Grande Enciclopédia da Amazônia”e em tantas outras obras como “Introdução à Literatura do Pará”, “Poesia do Grão Pará”, Antologia Internacional Del Secchi, Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica, Antologia Modernos Poetas do Amapá e coletânea “Contistas do Meio do Mundo”.

Em 1965, pela Editora Rumo, foi lançado seu primeiro livro: Autogeografia (poemas e crônicas). Em 1983, comemorando os 40 anos de Alcy dedicados à poesia,  a Editora do MEC lançou no Rio de Janeiro seu livro “Poemas do Homem do Cais” e em 1997 foi lançado pela Associação Amapaense de Escritores o livro “Jardim Clonal”.

Numa noite de sábado, 22 de abril de 1989, Alcy Araújo partiu para o cais definitivo levado pelas mãos do seu Anjo da Guarda. Partiu deixando inéditos, prontinhos para publicação, os livros “Ave Ternura” (que foi lançado postumamente pela Prefeitura de Macapá em 2021), “Histórias Tranquilas”, “Cartas pro Anjo”, “Mundo Partido”, “Terra Molhada”, “Tempo de Esperança”, “Poemas pro Anjo do Natal”, entre outros, que a família tem esperança de um dia vê-los publicados e sonha com a publicação da “Poesia Completa”, deste que foi o maior poeta do Amapá.
Alcy Araújo Cavalcante, meu pai, tinha a alma pura,  de criança que acredita no Natal e na Esperança e assim cheio de esperança colocou sua poesia a favor da luta por um sociedade melhor, livre das desigualdades e das injustiças.

Participação
Alcy Araújo

Estou convosco.
Participo dos vossos anseios coletivos.
Vim unir meu grito de protesto
ao suor dos que suaram
nos campos e nas fábricas.

Aqui estou
para juntar minha boca
às vossas bocas no clamor pelo pão
sancionar com este rumor que vai crescendo
a petição de liberdade.

Estou convosco.
Para unir meu sangue ao sangue
dos que tombaram
na luta contra a fome e a injustiça
foram vilipendiados em sua glória
de mártires
de heróis.

Vim de longe
percorrendo desesperos.
Das docas agitadas de Hamburgo
das plantações de banana da Guatemala
dos seringais quentes do Haiti.
Vim do cais angustiado de Belém
dos poços de petróleo do Kuwait
das minas de salitre do Chile
Passei fome nos arrozais da China
nos canaviais de Cuba
entre as vacas sagradas da Índia
ouvindo música de jazz no Harlem.
Afundei nas geladas estepes russas.
morri ontem no Canal da Mancha
e hoje no de Suez.
Tombei nas margens do Reno
e nas areias do Saara
lutando pela vossa liberdade
pelo vosso direito de dizer
e de amar.

Estou convosco.
Voluntariamente aumento o efetivo
dos que não se conformam
em viver de joelhos
morrendo sufocando lágrimas
nas frentes de batalha
nas prisões
para dar à criança recém-parida
o riso negado aos vossos pais
o pão que falta em vossas mesas.

Meu filho
e o filho do meu filho
saberão que o meu poema não se omitiu
quando vossas vozes fenderem o silêncio
e ecoarem inutilmente nos ouvidos de Deus.

Alcy não se separava da sua máquina de escrever – uma olivetti portátil – nem quando precisava ficar internado para cuidar da saúde. Na foto, o poeta internado no Hospital São Camilo, recebendo a visita do amigo e compadre padre Jorge Basile e escrevendo.

Encontro de poetas

Maio de 2021 – Registro de um dos inúmeos encontros de poetas da minha casa. Na foto: Flávio Cavalcante, eu, o saudoso Mauro Guilherme, Neth Brazão, Celestino, Raquel Braga, Manoel Bispo, Maria Ester, Rui Guilherme e Cléo Araújo.

Verde pretérito

VERDE PRETÉRITO
Alcy Araújo

O sapo era verde
no lago verde.
O lodo era verde
no mar tão verde.
Eu era verde
ao poema verde.
A amada era verde
de olhos verdes.
O amor era verde
nos anos verdes.
A fonte era verde
a esperança era verde
e logo secou.
O sinal era verde
o carro era verde
a infância era verde
e se apagou.
(Do livro Autogeografia – 1965)

Aero-anjos

AERO-ANJOS
Alcy Araújo (1924-1989)

As aeromoças tem alguma coisa que fazem o cronista lembrar os anjos. Poderiam ser chamadas de aero-anjos. São delicadas, solícitas, atenciosas, azuis. Comovem o mísero mortal, o vivente desta terra, o habitante do sub-nuvens.

As aeromoças são tranquilizantes. Tiram o pavor que afeta os que têm medo de viajar, os que não entendem o mundo a jato, os que são como eu, que viajo com o terço na mão.

Pegado a terra, enraizado ao chão de todo o dia, mal compreendo as moças que cruzam os céus, que cavalgam nuvens no corcel alado que Santos Dumont, aquele mágico maluco criou, num momento de inspiração magnífica.

As aeromoças não são criaturas humanas como nós outros. Pelo menos quando estão no céu, praticando gentilezas, sorrindo, inventando simpatia.

São anjos de uniforme, aero-anjos-moças. Elas comovem este poeta, pela ternura que oferecem a 9.000 metros de altura, a 850 quilômetros horários dentro da cabine pressurizada.

Aceita cigarros? Não quero fumar, mas aceito. Aceita um drinque? Não quero beber, mas aceito fico humilde e sem vontade diante das aeromoças. Tenho medo de contrariar, de ofender, ao menos de raspão, a gentileza com que me cercam. Tenho medo que o aero-anjo volte, de repente, à sua condição humana e terráquea. de gente deste planeta e acabe a magia, o encantamento que dura o breve instante de uma viagem a jato.

Que as aeromoças realizem todos os seus sonhos e se transformem em anjos. E me levem pela mão, num gesto ternural.

(Do livro Ave Ternura)

Hoje – Centenário do nascimento do poeta e jornalista Alcy Araújo

Alcy Araújo Cavalcante – o poeta do cais, dos anjos, das borboletas, do jardim clonal, dos marinheiros e de tudo que merece ser amado – nasceu no distrito de Peixe Boi (PA), no dia 7 de janeiro de 1924.
Criança ainda transferiu-se com a família para Belém, vivendo depois em pequenas cidades da região norte para onde seu pai, Nicolau Cavalcante, era destacado para implantar os serviços de Correios e Telégrafos.
De retorno a Belém, Alcy cursou a Escola Industrial tornando-se mestre marceneiro e de outras especialidades relacionados ao ofício, que exerceu por algum tempo.

“Canto a terra, a dor dos aflitos
e a inútil esperança dos desesperançados.
Também os negros, os índios e o verde
e presto relevantes serviços topográficos
demarcando itinerários de poesia.”
Alcy Araújo

No entanto o talento literário, a vocação pelo jornalismo e um precoce desenvolvimento intelectual levaram Alcy a trocar a bancada da oficina pela escrivaninha do jornal, em 1941, com 17 anos de idade. Por mais de uma década trabalhou nos principais jornais do Pará como repórter, articulista, redator e chefe de reportagem, entre eles a Folha do Norte, O Estado do Pará e O Liberal.
Veio para o Amapá na década de 1950 a convite do governador. Aqui exerceu importantes cargos, assessorou vários governadores, dirigiu jornais, lutou pela emancipação política e administrativa desta região, combateu a exploração dos recursos naturais, fez importantes trabalhos de pesquisa sobre rizicultura, erosão dos solos, pesca no litoral, entre outros.
Ele foi o primeiro jornalista amapaense a participar como delegado de um Congresso Nacional de Jornalistas. Isso aconteceu em setembro de 1957. Foi VII Congresso que marcou o cinqüentenário da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).
Contudo, acredito que a maior contribuição dele ao Amapá deve ser aferida pela sua imensa e constante participação na vida intelectual e artística – tanto através da imprensa, como nos demais instrumentos e instâncias da cultura amapaense.
Amante das artes, foi ele que lutou, ao lado de R.Peixe, pela criação da Escola de Artes Cândido Portinari e do Teatro das Bacabeiras.
Fez parte da Academia Amapaense de Letras ocupando a cadeira 25.
Na música, Alcy – tendo como parceiro Nonato Leal – venceu vários festivais, inclusive o I Festival Amapaense da Canção.
No carnaval, compôs belíssimos sambas de enredo para a Embaixada Cidade de Macapá e Maracatu da Favela, recebendo, todas as vezes, a nota máxima dos jurados.
“Aqui estão as minhas mãos, falando palavras feitas de pássaros e
de ausências e cantando canções sonhadas em segredo.” (Alcy Araújo)
Junto com Álvaro da Cunha, Ivo Torres, Arthur Nery Marinho e Aluízio da Cunha, movimentou o segmento cultural amapaense criando clubes de arte, promovendo noites lítero-musicais, apoiando artistas plásticos, músicos, poetas e escritores, fundando e dirigindo revistas culturais difundindo a cultura do Amapá por este Brasilsão, entre mais tantas coisas que deixariam imenso este texto se fossem listadas aqui.
“Ele foi um dos mais macapaenses de todos os paraenses que ajudaram a desenvolver o Amapá”, escreveu certa vez o jornalista Hélio Penafort.
Foi editor, noticiarista, diretor, colunista, articulista e editorialista de vários jornais amapaenses. Jornalista emérito, arguto analista  dos problemas sócio-econômicos do Amapá, foi na poesia que Alcy Araújo universalizou mais profundamente seu talento. É um dos poucos poetas do Norte a figurar na “Grande Enciclopédia Brasileira Portuguesa”, editada em Lisboa. Está também nas enciclopédias “Brasil e Brasileiros de Hoje” e “Grande Enciclopédia da Amazônia” e em tantas outras obras como “Introdução à Literatura”, “Poesia do Grão Pará”, Antologia Internacional Del Secchi, Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica, Antologia Modernos Poetas do Amapá e coletânea “Contistas do Meio do Mundo”.
Em 1965, pela Editora Rumo, foi lançado seu primeiro livro: Autogeografia (poemas e crônicas). Em 1983, comemorando os 40 anos de Alcy dedicados à poesia, a Editora do MEC lançou no Rio de Janeiro seu livro “Poemas do Homem do Cais” e em 1997 foi lançado pela Associação Amapaense de Escritores o livro “Jardim Clonal”.
Em 2021 a Prefeitura de Macapá editou e lançou o seu livro “Ave Ternura” e reeditou o “Autogeografia”.
Numa noite de sábado, 22 de abril de 1989, Alcy Araújo partiu para o cais definitivo levado pelas mãos do seu Anjo da Guarda. Partiu deixando inéditos, prontinhos para publicação, os livros “Histórias Tranquilas”, “Cartas pro Anjo”, “Mundo Partido”, “Terra Molhada”, “Tempo de Esperança”, “Poemas pro Anjo do Natal”, entre outros.
Alcy Araújo Cavalcante, meu pai, tinha a alma pura, de criança que acredita no Natal e na Esperança e assim cheio de esperança colocou sua poesia a favor da luta por um sociedade melhor, livre das desigualdades e das injustiças.
Participação
Alcy Araújo
Estou convosco.
Participo dos vossos anseios coletivos.
Vim unir meu grito de protesto
ao suor dos que suaram
nos campos e nas fábricas.
Aqui estou
para juntar minha boca
às vossas bocas no clamor pelo pão
sancionar com este rumor que vai crescendo
a petição de liberdade.
Estou convosco.
Para unir meu sangue ao sangue
dos que tombaram
na luta contra a fome e a injustiça
foram vilipendiados em sua glória
de mártires
de heróis.
Vim de longe
percorrendo desesperos.
Das docas agitadas de Hamburgo
das plantações de banana da Guatemala
dos seringais quentes do Haiti.
Vim do cais angustiado de Belém
dos poços de petróleo do Kuwait
das minas de salitre do Chile
Passei fome nos arrozais da China
nos canaviais de Cuba
entre as vacas sagradas da Índia
ouvindo música de jazz no Harlem.
Afundei nas geladas estepes russas.
morri ontem no Canal da Mancha
e hoje no de Suez.
Tombei nas margens do Reno
e nas areias do Saara
lutando pela vossa liberdade
pelo vosso direito de dizer
e de amar.
Estou convosco.
Voluntariamente aumento o efetivo
dos que não se conformam
em viver de joelhos
morrendo sufocando lágrimas
nas frentes de batalha
nas prisões
para dar à criança recém-parida
o riso negado aos vossos pais
o pão que falta em vossas mesas.
Meu filho
e o filho do meu filho
saberão que o meu poema não se omitiu
quando vossas vozes fenderem o silêncio
e ecoarem nos ouvidos de Deus.