Boêmios do Laguinho encerra o primeiro dia de desfile

Foto: Alcinéa Cavalcante/Arquivo

Detentora do maior número de títulos do carnaval amapaense (17) a Universidade de Samba Boêmios do Laguinho fechará o primeiro dia de desfile. Com 1200 componentes, divididos em 10 alas, Boêmios entrará na avenida já na madrugada de sábado, às 4h20, e encerrerá seu desfile quando o sol já tiver dado as caras por volta das 6 horas da manhã.

Foto: Alcinéa Cavalcante/Arquivo

A escola vai contar na avenida a história do bairro Igarapé das Mulheres (atual Perpétuo Socorro, também chamado de P. Help) com suas personalidades, encantos e fé. Parteiras, benzedeiras, lavadeiras e poetas fazem parte do enredo.

O samba (escute aqui )é de autoria de Vicente Cruz, Osvaldo Simões e Ademir do Cavaco. Os intérpretes são  Neck e Silmara Lobato.

Boêmios do Laguinho é a escola de samba mais antiga de Macapá. Foi fundada em 2 de janeiro de 1954, por um grupo de boêmios que sempre se reuniam no fim de tarde, numa casa da Av. Mãe Luzia, para jogar dominó. De repente entre uma partida e outra alguém entrou de carrão de sena sugerindo a criação de um bloco carnavalesco que logo virou Universidade de Samba. Participaram da reunião de fundação  Mestre Bené (que foi o primeiro presidente), Francisco Lino da Silva, Cabecinha, Falconeri, Joaquim Ramos, Chicão Ramos, Ubiraci Picanço, Nonato Sena, Matapi, Martinho Ramos, entre outros.

Durante décadas o símbolo da escola era uma cobra. Hoje é um guará.
Afinal, a cobra rasteja. O guará voa e o Boêmios decidiu voar, voar e voar.

Letra do samba
Lindo Igarapé: das mulheres, dos poetas, da cultura e da fé
Compositores: Vicente Cruz, Osvaldo Simões e Ademir do Cavaco
Intérpretes: Aureliano Neck e Silmara Lobato 

É no banzeiro do rio,
É no balanço das águas
Verdadeira romaria de emoção,
Força, magia, recanto de fé!
Oh abram alas pro meu lindo Igarapé
Divinas mulheres, guerreiras!
Musas da Hileia, encantaria,
Parteiras, benzedeiras, lavadeiras,
Poderosas no balé das maresias,
Divas festeiras no esplendor dessa folia
Oh! Poetas desse cais iluminado,
Barcos de velas, porto de amor ô ô ô
Boto encantado, com chapéu anunciou, 
Vou na proa da canoa,
Poesia da maré,
No gingado desse samba
Que enfeitiça uma mulher
Na explosão da pororoca
A nação negra é demais!
Oh! Virgem Santa, abençoai!
As Joanas, Marias, Deusas, Margaridas, 
Histórias de muitos carnavais
Lírio do campo, meu boi-bumbá,
Anarriê! É São João, de arrepiar,
Lindas quadrilhas contagiam o “Arraiá”,
Cordão de Pássaro – cordão brejeiro,
No meu terreiro o teatro é popular,
Tradição que faz meus olhos marejar,
Capelinha rente ao rio,
Água benta no altar,
Dobra os joelhos que é hora de rezar
Lampião pelo caminho
Pros meus pés iluminar, 
O destino desse povo
É voar como guará. 

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