As irmãs Coragem da Favela

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As irmãs Tavares, Ana (81), Theresa (85) e Quitéria (90), também conhecidas como Irmãs Coragem, ainda preservam a fé na Santíssima Trindade e respeitam a memória dos antepassados. Os problemas de saúde causados pela idade, não permitem que participem das rodas de marabaixo, mas o marabaixo vai até elas, e é em sua residência que fica a murta e neste ano, o mastro, da Santíssima. “Aproveitamos pra dançar mesmo sentadas ou no andador”, disse Ana.

Elas ainda recordam dos grandes mestres da cultura popular, Martinho Ramos, Constantino, Juliana Calhambeque, Maria Úrsula, Sebastião Canuto, Maria Grande, Zefa do Quincas, que tocavam, cantavam e dançavam marabaixo. “Quando eles estavam no salão, a gente tinha vontade de dançar, ainda tinha os irmãos Zeca e Bibi Costa, que reinavam nas caixas”, conta Theresa.

“A cachaça ficava no alguidar com uma cuia dentro, e quem passava tomava um gole. Lembro que as mulheres eram muito vaidosas, era uma saia mais bonita que a outra. Nossa mãe, Maria do Carmo, pedia de presente no dia das mães um corte que fazia a roupa pra festa da Santíssima, e depois da missa era servido chocolate com pão-de-ló”, lembra Quitéria.

O mastro será deixado na casa da irmãs no Sábado do Mastro (30), por volta de meio-dia, e no final da tarde os marabaixeiros, em cortejo, seguem para buscar e retornam para o barracão da Tia Gertrudes onde acontece a roda de marabaixo até meia-noite.

(Texto e foto: Mariléia Maciel)

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