Escritoras amapaenses fazem parte de coletânea finalista do Prêmio Jabuti

O Álbum Biográfico Guerreiras da Ancestralidade, organizado pelo coletivo Mulherio das Letras Indígenas, é um dos cinco finalistas do importante Prêmio Jabuti, na categoria Fomento à Leitura.
A curadoria do álbum explica que trata-se de uma obra literária que reúne escritoras e poetas indígenas de várias etnias e regiões do país, compondo uma espécie de “mapeamento” de representantes de vários povos originários, que transcendem o território brasileiro.

Dentre as 75 escritoras indígenas que participam dessa antologia, estão três amapaenses:  Cláudia Flor D’Maria (foto), Lúcia Tucuju e Bruna Karipuna.

Cláudia Patrícia Nunes Almeida, que adota o pseudônimo “Flor d’Maria”, nasceu em Macapá. É graduada em Letras pela universidade Federal do Pará (UFPA), é professora do Instituto Federal do Amapá (IFAP).  Autora dos livros Remanso das Águas (prosa) e Versos Insanos (poemas). Seus poemas estão publicados em várias antologias poéticas, entre as quais  O Protagonismo Feminino, da Rede de Escritoras Brasileiras (Rebra).
Em Macapá participa ativamente de movimentos culturais e de coletivos, como o Movimento Poesia na Boca da Noite e o coletivo Juremas.
Ela conta que usa o pseudônimo de Cláudia Flor D’Maria, em homenagem a sua avó Maria Coutinho.
“Carrego comigo a ancestralidade indígena. Carrego comigo os saberes de meus ancestrais com muito orgulho. Sou filha de descendente indígena e ribeirinhos e estou em processo de resgate de nossa história indígena, para saber qual é a nação indígena que descendemos”, ressalta.
Mestre e doutoranda em ensino, ela diz que como professora, pesquisadora e cidadã, tem como objeto de pesquisa a cultura das minorias afro e indígena. “Minhas pesquisas versam sobre a importância e a necessidade de ter os saberes culturais desses povos, no currículo do Instituto Federal do Amapá.

Substrato das Flores
Cláudia Flor D’Maria

Sou Terra batida
Sou Terra banida
Sou Terra caída
Sou vastidão neste Chão
Sou Terra preta
Sou Terra amarela
Sou Terra vermelha
Sou Terra cinzenta
Sou Terra branca
Sou vastidão neste Chão
Sou Substrato das folhas
Sou Substrato das dores
Sou Substrato dos amores
Sou Substrato das flores
Sou a Amazônia, Filha dessa Nação.

(Este é um dos poemas de Cláudia publicado no Álbum Biográfico Guerreiras da Ancestralidade)

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