Pará celebra o centenário do escritor e jornalista Benedicto Monteiro

Para celebrar o centenário do escritor e jornalista paraense Benedicto Monteiro, o governo do Pará e  Fundação Cultural do Pará (FCP) elaboraram uma vasta programação. Benedicto nasceu  em 1º de março de 1924, no município de  Alenquer
Na sexta-feira, dia 1°, quando completa cem anos do nascimento do escritor, acontecerá a cerimônia de abertura do ano  de centenário,  às 18h no Centur.
Constam dessa programação performance com o poeta Juraci Siqieura e show de Leila Pinheiro.
Embora a abertura oficial seja na sexta-feira, a programação começa nesta quinta, 29, com o  Workshop “Literatura Paraense em Foco” ministrado pelo professor e doutor em teoria e história literária Abílio Pacheco.
“O foco principal do workshop são os romances que ele [Benedicto] publicou durante a década de 70, contos como ‘O Carro dos Milagres e outros contos’, que é a obra central dele, que tem o Miguel dos Santos Prazeres como parte central da obra dele. São os textos relacionados a perseguição política, ao contexto da década de 70, da ditadura militar, inclusive considerando o momento atual, é difícil falar de Benedicto Monteiro sem falar das situações atuais políticas”, avalia o professor Abílio Pacheco.

Neila Garcês, coordenadora de Promoção Editorial da FCP, explicou a importância do escritor para o estado paraense. “O evento é para oportunizar o acesso à obra do Benedicto Monteiro, que tem todo o legado de homem amazônico que foi, integrado nos traços fundamentais da nossa cultura e identidade regional. Além de reconhecer a importância da contribuição de Benedicto como escritor, estudioso, pensador, político e agente público à serviço do desenvolvimento da Amazônia, com foco em diversos municípios no Pará”, disse.

Também nesta quinta-feira (29), às 19h na Galeria Fidanza do Museu de Arte Sacra, será aberta a exposição  “Benedicto Monteiro – 100 anos”. A mostra conta com fotografias, objetos e painéis que retratam, através de trechos de suas obras, as nuances da trajetória de Benedicto. A iniciativa é da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).

Benedicto Monteiro 

Benedicto Wilfred Monteiro foi registrado no 1º de março de 1924, em Alenquer, município do Baixo Amazonas, filho de Ludgero Burlamaque Monteiro e Heribertina Batista Monteiro. Estudou humanidades em Belém e Direito na Universidade do Brasil, atual Universidade Federal Rio de Janeiro. Publicou seu primeiro livro de poesia, “Bandeira Branca”, em 1945. Casado com Wanda Marques Monteiro, teve cinco filhos e diversos netos e bisnetos.

Bacharel em Ciências Jurídicas, exerceu cargos como Promotor Público, Juiz de Direito e Secretário de Estado. Eleito Deputado Estadual, foi cassado em 1964 pelo regime militar, sendo perseguido, preso e torturado. Após sua libertação, dedicou-se à advocacia agrária e à literatura, publicando obras como “Direito Agrário e Processo Fundiário” e diversos livros de poesia e ficção, incluindo seu principal livro de contos “Carro dos Milagres” e “A Terceira Margem”.

Sua obra, especialmente a tetralogia amazônica composta por “VerdeVagomundo”, “O Minossauro”, “A Terceira Margem” e “Aquele Um”, é reconhecida internacionalmente, sendo estudada e traduzida em países como Portugal, Holanda, Itália, Alemanha e Estados Unidos. O Governo do Estado já garantiu a reedição da Tetralogia Amazônica por meio da Imprensa Oficial do Estado do Pará (IOEPA). A Casa Civil também já autorizou a reedição dos livros “História do Pará”, referência na historiografia paraense, e “Ecologia e Amazônia: Ideias sobre a Alfabetização Ecológica”, obra vanguardista sobre a importância da conscientização de crianças para ecologia.

(Com informações da Agência Pará, Fundação Cultural do Pará e jornal O Liberal)

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