Os peixes mais consumidos no Amapá são também os mais contaminados por mercúrio

POR – WWF-BRASIL / NEO MONDO

Um novo estudo realizado no Amapá sugere que os hábitos alimentares das populações locais, que incluem a preferência por peixes carnívoros, está agravando a contaminação pelo mercúrio usado na mineração artesanal de ouro em pequena escala.  Todos os peixes analisados na pesquisa apresentaram níveis detectáveis ​​de mercúrio e 28,7% excederam o limiar de mercúrio da Organização Mundial da Saúde para consumo humano. Porém, quatro das sete espécies com as maiores concentrações de mercúrio estão entre as mais consumidas na região: o nível mais alto foi detectado em Boulengerella cuvieri (pirapucu), seguido por Cichla monoculus (tucunaré) e Hoplias aimara (traírão) – todas carnívoras. Como predadores, os peixes carnívoros bioacumulam grandes quantidades de mercúrio ao longo de seu ciclo de vida.

Realizado por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz), do WWF-Brasil, do IEPA – Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá e do Iepé-Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, o estudo foi publicado na Revista Internacional de Pesquisa Ambiental e Saúde Pública. Seus resultados sugerem que a preferência local por espécies de peixes carnívoros apresenta um sério risco à saúde. (Leia a matéria completa aqui)

  • De certa forma considero sensacionalista, a matéria, uma vez que o Boulengerella cuvieri, o pirapucú, é encontrado no rio Araguari, especialmente na confluência com o rio Amapari e tem importância alimentar quase zero. Quantos às outra espécies, o tucunaré e o trairão, da mesma bacia e afluentes, não chegavam à mesa do amapaense, e agora muito menos, com as barragens de hidrelétricas pelo caminho do pescador. Só muito poucos moradores ribeirinhos locais conseguem pescar um ou outro exemplar.
    “Todos os peixes analisados na pesquisa apresentaram níveis detectáveis ​​de mercúrio e 28,7% excederam o limiar de mercúrio da Organização Mundial da Saúde para consumo humano.”
    Vejam só, quase 1/3 dos peixes amapaenses, por essa fonte, estariam impróprios para consumo. E não é bem assim.

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