Nosso coração carnavalesco chora por Macunaíma

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O menino Macunaíma, um dos maiores intérpretes de samba de enredo do Amapá, faleceu ontem em Fortaleza, aos 41 anos,  onde estava internado para tratamento de um câncer descoberto no final de dezembro. Perdeu a batalha contra a doença e no finalzinho da tarde de domingo disse adeus à avenida terrestre do samba. O cavaco chora, a  Pororoca silenciou, o samba perdeu o compasso e o enredo está molhado de lágrimas.

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Hoje, menino, não dá pra gritar “Canta canta, nação negra”, pois sua partida provocou um silêncio pesado como chumbo em todas as nações carnavalescas desta cidade que você amou e que te ama também. Você não era apenas o menino do Laguinho. Era o menino de toda a cidade, de todas as escolas de samba.

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Vai ser doído não te ver nos ensaios, nos palcos, na avenida esbanjando energia e talento, fazendo todo mundo cantar o samba da tua escola querida, soltar foguetes e tremular as bandeiras vermelhas e brancas quando com aquele teu vozeirão anunciavas a entrada de Boêmios do Laguinho dizendo “É linda a minha escola”. Mas sabe, Macunaíma? Você era muito mais lindo que qualquer escola. A sua beleza no trato com as pessoas, a sua beleza como amigo, a sua beleza como pai e esposo, a sua beleza como ser humano, te fez maior que qualquer escola de samba.

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Hoje estamos tristes e chorosos. É natural. Mas no céu deve estar acontecendo a maior folia, os tambores celestes estão rufando para ti e aqueles que partiram antes, como Alemão, Leonai, Ilan, Betola, entre outros, estão te recebendo com confetes brancos e vermelhos.
O corpo de Macunaíma chega em Macapá amanhã às 13h15. Do aeroporto será levado para a Maloca da Tia Chiquinha, no quilombo do Curiaú, onde às 16h haverá missa de corpo presente. Logos após a missa, o corpo será levado para  o Teatro do Samba (sede de Boêmios do Laguinho) onde será velado até às 10h de quarta-feira.

a1Que as lágrimas que caem desde ontem lavem nossos olhos para que possamos ver (e sentir) nitidamente este sorriso tão bonito em alguma estrela nas noites claras de Macapá

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