Para não esquecer a luta de Honestino Guimarães

A Editora UnB lança dia 28  o livro “Paixão de Honestino”, data em que o líder estudantil
estaria completando 70 anos. Evento inclui palestras, filme e encenações artísticas

O desaparecimento do estudante Honestino Guimarães no fatídico ano de 1973 deixou órfã a militância resistente ao golpe militar na Universidade de Brasília. Sua liderança e carisma foram responsáveis pelos muitos amigos e seguidores de seus ideais. Dentre essa legião de amigos e militantes estudantis, sempre presente, estava Betty Almeida, que, hoje, traz à realidade atual, ainda circunscrita pelas sequelas da ditadura militar, episódios daqueles anos de resistência. Em seu livro “Paixão de Honestino”, publicado pela Editora UnB, Betty Almeida recupera a trajetória desse militante estudantil que enfrentou com coragem a sua condição no mundo.

Muitos dos fundamentos históricos e sociais do movimento estudantil e do período em que durou o golpe militar estão contidos na narrativa de Betty Almeida. E ela alerta: “que ninguém se esqueça, sobretudo, de que os passos ainda trôpegos com que avançamos hoje para o futuro seguem a trilha que ele (Honestino) e outros de sua têmpera ajudaram a abrir”.

Honestino sempre se manteve firme nos princípios que constituíram o seu existir. Nunca quis a violência, mas foi uma das suas principais vítimas. Foi pela sua esperança e crença nos ideais universalizantes, como liberdade, verdade e dignidade humana que ele lutou. E perdeu a vida. Até hoje não se sabe como. Desapareceu em 10 de outubro de 1973 e levou consigo a sua certeza de não aceitar a condição de oprimido.

A Editora UnB presta justa homenagem à memória de Honestino Guimarães neste ano de 2017, quando ele completaria 70 anos. É de uma significação especial que a programação do lançamento do livro esteja inserida nas atividades de comemoração dos 55 anos da Universidade de Brasília, também ela uma vítima do totalitarismo. Entre as instituições visadas pelo governo militar, a UnB foi uma das mais perseguidas exatamente por ter entre seus estudantes grandes lideranças, como Honestino Guimarães, e passou a ser vista como parte de um movimento nacional pela desestabilização do regime.

Veja a  programação completa:

Data: 28 de março, a partir das 15 horas

Local: Auditório Roberto Salmeron, Faculdade de Tecnologia, Campus Darcy Ribeiro, Asa Norte

16h – exibição do documentário “Arquivo Honestino”, produzido pelo CUCA/UNE, direção de Paula Damasceno

16h20 – Mesa de palestrantes: Márcia Abrãao (reitora da UnB); Enrique Huelva (vice-reitor); Germana Henriques (diretora da Editora UnB); Carina Vitral (presidenta da UNE); José Geraldo de Sousa Jr (ex-reitor da UnB e especialista em Direitos Humanos); Mateus Guimãres (representante da família de Honestino Guimarães); Betty Almeida (autora do livro Paixão de Honestino); e Maria Coeli (cineasta, diretora do filme “Honestino”, que será exibido dentro da programação do evento, em dia posterior)

Poema “Eu faço a festa do mundo”, interpretado por Adeilton Lima

“Mandado de Segurança Popular”, redigido por Honestino Guimarães e interpretado por alunos do Instituto de Letras, com direção do professor André Luis Gomes

18h – Sessão de autógrafos

Ø Exibição do filme “Honestino”, direção de Maria Coeli

Data: 29 e 30 de março, às 19horas

Local: Museu Nacional Honestino Guimarães (Museu da República) – Setor Cultural Sul SCTS 2 – SHCS, Brasília

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