Adverso – Luiz Jorge Ferreira

Adverso
Luiz Jorge Ferreira

Compro coisas que eu nem sei p’rá que servem
Componho músicas que eu nem sei p’rá quem são
Escrevo textos a torto e a direito.
Parecem psicografias do coração.

Todos na rua conheço, e nem sei quem são…
Todas as padarias que frequento parece que combinaram, e fazem o mesmo pão.
Os filmes que assisto, esse roteiro, me pergunto em silêncio…
…a cena que ela parte imóvel e eu aceno com um lenço azul.
O roteirista a escreveu…
Ou fui eu que vivi quando ela morreu.

Tenho um celular cheio de postagens, já as vi dezenas de vezes, e me emociono como se as visse pela primeira vez.

Um dia há muito eu queria fazer história…
Queria comprar Castelos, hoje os vejo entupidos de poeira, lotados de teias de aranhas, e uns poucos Pirilampos que cercam o … the end…
em um ciclone cada vez mais fechado, onde as cigarras cantarolam
trechos de uma Canção que já imaginei fazer.
Mas não fiz.
Sigo sem rumo…rumo ao adiante, levando o cartão na mão, e uma imensa vontade de se a achar, comprar sua dublê.

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