O Fim do Mundo

Quando disseram
que o mundo ia acabar
Tia Lila pegou seu terço
e pôs-se a rezar.

O dono da venda
dividiu toda a mercadoria
com seus funcionários
e distribuiu o dinheiro do caixa
para os mendigos.

A recatada dona Clotilde
jogou-se aos pés do marido
e implorando perdão
confessou que o tinha traído com o compadre.

Seu Joaquim, um santo homem,
ajoelhou-se no meio da rua
ergueu as mãos para o céu
e pediu perdão a Deus
pelos assassinatos que cometeu
como matador de aluguel.

No dia seguinte
o dono da venda pedia esmolas,
a recatada Clotilde, expulsa de casa,
foi morar num velho puteiro,
Seu Joaquim foi preso.

Só Tia Lila continuou do mesmo jeito.
De terço na mão continuou rezando
e entre uma oração e outra murmurava:
– É mesmo o fim do mundo
– Dona Clotilde, hein, quem diria?
– Seu Joaquim com aquela cara de santo, hein!
É o fim do mundo! É o fim do mundo!
(Alcinéa Cavalcante)
  • Vou te falar, me lembrou aquele comerciante antigo, lá pelas bandas da Candido Mendes, que logo no inicio da Loteria Esportiva teve sua volante sorteada. Aí pulou de alegria, gritava na rua que estava rico. Aí o povo começou a chegar e ele, mão aberta, rico, distribuiu toda a Cerpa do estoque, além de guaranás e outras delicatessen.
    No dia seguinte quando chegou o resultado do numero de ganhadores, o premio sequer cobria a despesa do dia anterior. E haja choro!

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