Para tornar-me claridade
Marven Junius Franklin
(Para Natalina Ribeiro)
Se a amargura se recompusesse
em incomensuráveis plantios de girassóis
minha alameda e minha insanidade
tornar-se-iam fulgor estonteante de amanhecer
(seus lampejos multicoloridos
adentrariam sem cerimônia
minhas antemanhã de solidão).
De imediato minhas aspirações poucas de viver
erguer-se-iam do meu rio de contrassenso
e me tornaria teu deus – um Thor equidistante
ornado de flâmulas e gládios de fogo.
As nuvens desprezíveis e tenebrosas
estacionadas na minha varanda
dissipar-se-iam e logo eu seria
o que você tanto anseia:
– um dia intenso de setembro.
(Pois meu tempo – querida senhora – que antes eram séculos hoje são segundos que disponho pra te fazer feliz).
(Da coletânea “Poemas, poesias e outras rimas”)