Andando pela cidade vi esse fusca estacionado ao lado do Teatro das Bacabeiras. Fotografei porque lembrei de uma historinha que o Alípio Junior me contou jurando que é verdade.
Bom, segundo o Alípio, numa comunidadezinha lá nas brenhas do município de Amapá – onde nunca passava um carro – um dia o pessoal ouviu um barulho estranho e correu pra ver o que era.
Era um fusca.
E todo mundo apontava e exclamava: “ulhaaaaaa! ulhaaaaaaaa! é um jabutizão!“
Quando o Fusca parou e o pessoal que estava dentro começou a descer, o povo se armou de pau, terçado e enxada e partiu pra cima do carro para destruí-lo.
Ora, um jabuti desse tamanhão já era muito estranho. Mas o pior de tudo é que o jabutizão comia gente e depois vomitava-as inteirinhas por dois buracos que se abriam na lateral do casco.
Tá é besta que aquele povo ia deixar esse bicho – que parecia coisa do outro mundo – ficar vivo andando por aí pra comer mais gente. Jamais!
Como um “causo” puxa outro, lembrei também da primeira vez que um helicóptero passou num interiorizinho distante, muito isolado. O povo quando ouviu o barulho, olhou pro céu e viu aquilo, saiu em desabalada carreira pra se esconder na mata gritando: “Socooooooooorro! Socooooooooooooorro! Um gafanhotão quer pegar nós”.
15 Comentários para "Um jabutizão"
Existem coisas na vida que por mais que pareçam absurdas, de uma maneira ou de outra nos deixam lições significativas. De toda essa discursão que veio a tona com as infelizes palavras do cronista citado anteriormente, eu vi o quanto as pessoas que moram no nosso estado o amam verdadeiramente, e se indignam quando pessoas cujo o conhecimento turvo conotam uma mensagem negativa da nossa terra amada.
Esse sentimento amazônida que nasce de dentro do nosso peito, precisa ser reiterado diariamente, quase como um exercício obrigatório em prol do nosso EGO coletivo, para gerarmos argumentos na defesa da nossa gente e do nosso berço cultural. Nossa auto-estima estava muito baixa, maltratada e desgastada de tantas notícias ruins em nosso estado, de tantas mazelas que vemos nos veículos de comunicação, nossos rostos permeados de lágrimas derramadas por entes queridos mortos pela inércia do poder público.
Mas á primeira “falta de respeito” de um inquilino distante dessa terra mãe, nos unimos fortes e intransponíveis na defesa daquilo que nós temos de mais valioso, a nossa terra, onde nascemos, e onde morreremos, e espero eu, morrer em dias mais felizes aqui nessa terra, que sorri a todos, mas que nem todos tem a reciprocidade de trata-la bem.
Rafael Capiberibe
CRONISTA CITADO anteriormente eh o Rogerio Borges 🙂
RSSRSRSRS….Adoro esses seus causos. Imaginei o jabuti e o gafanhoto chegnado juntos lá pelas bandas de Varzea Alegre…rrsrsrs…..abraçoss
falar em gafanhotão, pergunte ao PP, kde o avião do governo, e porque o WG, NÃO PAGOU 1.200.00, A EMBRAER PLA MANUTENÇÃO? Vamos acordar governador, ou será que vais ficar com a língua presa?
muito bom esse causo!vc sempre com seu jeito irreverente de ser!jabutizão………essa foi boa!bons causos!
Obrigada, Ronaldo
Bons causos. Fez recordar um veridico que aconteceu com meu saudoso vozinho (que deus o tenha): caboco do Igarape Grande do Curuá, nas entranhas do Bailique, veio pela primeira vez em Macapa depois de velho. Ao desembarcar no Igarape das Mulheres, seu filho que morava aqui na capital chamou um taxi, entrou no carro e disse:
– Entre papai, esse bicho não morde.
O velho olhou meio escabriado e disse:
– Entro nada não filho, sou meu arisco pra essas coisas. Vá voce que eu acompanho aqui do lado de fora mesmo.
Ora, meu tio morava na epoca perto onde hoje é o terminal de abastecimento no pacoval. Será que meu vozinho ia ter pique para acompanhar o taxi até lá?
Esse é ótimo.
Tô aqui imaginando o teu vozinho fazendo maior cara de desconfiado, de “nisso aí não entro nem que a vaca tussa”.
Olha, depois o povo reclama de Chamar o Amapá de terra do Nunca!
Bons tempos,agora os “jabutis e gafanhotos” são OUTROS….não comem GENTE,mas comem o DINHEIRO dessa GENTE….kkkkkkkk
kkkkkkkkkkk…Esse povo do Municipio de Amapá, num afroxa mesmo, heim!!! Mas ainda acho q ue isso aconteceu no Mazagão!conheço estória de “Nego” que se mijou todinho quando “Buiou” na beira da Mata e viu ‘Jabutizão” desse… Né Mané Pelado!!!kkkkkkkkkkkkk.
E a história do Zepellin no Amapá, alguém sabe!?
Não eram Zepelin (pois esses eram da Alemanha), os americanos tinham tamanho reduzido, chamados de Blimps
KKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkk!!!Esse post foi muito legal!!!Eu aprendí a dirigir em um “jabutizão” desse!!Quanto ao “Gafanhotão”, espero q não tenha sido o GTA. hehehehe
O meu primeiro carro foi um “jabutizão”.
Maior charme