Milton Sapiranga Barbosa
Um certo dia, pedalando pela rua Leopoldo Machado um motorista apressado quase que me atropelava, não fosse a providência divina. Ele dirigia seu veículo no mesmo sentido que eu, e ao dobrar na av. Cora de Carvalho no rumo da CEA sem ligar o pisca quando eu já iniciava a travessia. Tenho a certeza que o Criador disse “freia!”, e foi o que fiz. O carro do motora apressado ainda raspou no pneu dianteiro da magrela. E pior, o danado ainda gritou “sai da frente velho”… Mesmo agradecendo a Deus por sua proteção, dirigi ao motorista alguns nomes dos chamados cabeludos.
Na sexta feira 04/09, ao acessar o blog da minha adorada amiga Alcinéa Cavalcante e deparar-me com uma foto do desfile de 7 setembro de 1963, quando completei 18 anos, foi que parei pra pensar na frase daquele motorista indelicado: “sai da frente velho”.
Matutando com meus botões, constatei que sou do tempo da Baixada da Mucura, quando Elesbão não era Santa Inês e nem a praia da Vacaria do Barbosa era Araxá. Imaginem que conheci o Curral das Éguas, o Poço do Mato do Bairro Alto. No meu tempo se tomava bênção dos pais e de alguém mais velho, parente ou não. Até do irmão que chegou primeiro ao mundo tinha que pedir a bênção. Não se espantem, mas morceguei o Caixa de Cebola dos irmãos Assis e Dedé. Sou da época que a Fortaleza de São José tinha um mini zoológico, canhões feitos de ferro e tinha até farol, de onde se podia ver toda a cidade e ainda tirar uma foto com a paquera ou com os amigos. Sou do tempo da Praça da Matriz rodeada de mangueiras, do campinho de futebol, da Barraca da Santa, do arraial e suas barracas de chão batido, quando se podia comer paca no tucupi e casquinho de mussuã sem ter Ibama, Sema ou polícia ambiental para encher o saco e impedir o degustar daquelas delícias. Sou do tempo do Foto Martins, da Casa Canuto. Sou do tempo que a Lagoa dos Índios não era poluída e tinha hora pra pescar e tomar banho, de bom futebol cheio de craques, de Glicerão lotado e com árvore de ypê amarelo florida embelezando mais o espetáculo . Sou do tempo do Tiro de Guerra 130, do Engrena e do Cospe Bala, e da Fábrica de arroz do seu Bento … é já faz um bom tempo.
Pensando bem, aquele fdp do motorista que quase me atropela, até que tinha razão, pois ontem, dia 7 de setembro de 2009, quando o relógio marcou 14 horas, completei exatos 6.4 anos de vida.
É… já posso ser chamado de “seu velho”.
Graças a Deus.
21 Comentários para "Velho graças a Deus"
valeu.
benção seu milton !!!
Milton, embora um pouqinho atrasado, mano velho,parabenizo-lhe pelos seus 64 anos, por sinal bem vividos na combatividade. Acredito que sob as sombras das duas mangueiras que aparecem na foto, deves ter aprontado poucas e boas. Abçs. Adelmo
Meu compadre. Desculpe o esquecimento. Não lembrei do seu aniversário e a gente se vê quase todo santo dia. O texto é brilhante. Tem a qualidade da tchurma da Nacional.Vamos marcar uma pescaria (de caniço) e aproveitar pra lembrar da Macapá de ontem. Deus te abençoe.
Amiga Alcinéa
Agora que eu conheci este blog adorei
você incentiva a fazer um blog.
moro aqui em mogi das cruzes sp.
Alcinéa, não conheço esse belo senhorzinho de 64 anos mas leio e gosto muito do que ele escreve aqui para a sua casa.O texto “eu sou do tempo que” é muito pai d’égua. Eu também já cheguei na fase do “eu sou do tempo que”, mas isso é uma outra história. Parabéns a ele.
Excelente “causo”.Parabens Milton.
Abs
Alcione
Ei rapá… Teu texto me trouxe reminiscência da infância na saudosa Belém (PA), de onde saí com 16 anos de idade rumo ao Rio de Janeiro. Hoje, 13 anos mais novo do que você, elas, as reminiscências, começam a povoar minha mente. Além do mais, alentadas pelas suas. Tu tá velho não, mermão. Tu tá é sábio pra caramba! E deixa aquele “fdp” achar que tu tá velho. Liga não. Ele é quem vai envelhecer e ficar feito um fóssil. Tu não!
Alcinéia, as histórias do seu Milton em seu blog faz um link perfeito, parabéns a você e ao seu Milton, que lucidez!
Espero chegar nesta idade.
Ops seu Milto, veio jogar o tradicional dominó e nem nos disse nada heim! ainda bem que não levou uma careta de presente né! mais Sapiranga bem que podia ser pessoalmente mais to por aqui e vim te desejar mais uns 64 anos pode ser? o que vc acha?! Velho é o mundo né? POis bem que vc continue por ai p/ jogar nosso dominó, postar esse contos aqui no blog! TUDO DE BOM SA SA PIRANGAAAAA
Em primeiro lugar espero que nunca façam com este motorista o que ele fez com o Senhor. Respeitar aos mais velhos e a natureza é uma questão de berço. O futuro comprovará isso. Parabéns pelo lindo texto e principalmente pelos 64 anos, que, com certeza, foram bem vividos.
Milton Barbosa. Parabens pelos 6.4 anos bem vividos e pelas belas histórias.Já dá para começar a compor um livro. Aqui é o luiz filho do “engrena” do TG 130.
Vida longa ao seu Milton;eu já sou velha também.Vim me atualizar e parabenizo pela casa nova.Aproveito para dizer que me orgulho de ter sido uma das pessoas que postou o xo indignada com essa maldade que persiste,mas acaba um dia,graças a pessoas guerreiras de verdade,como você,ao contrário da suposta,que não passa de usurpadora.
Eu sou do tempo que quando alguém era assassinado em Macapá as pessoas se impressionavam. Inclusive no trânsito.
Parabéns ao Milton pelo aniversário, pela bela idade e também por este texto tão feliz.
beijos, Alcinea
Milton Barbosa, meu amigo de fé e irmão camarada, parabens pelos seus 64 (?)aninhos. Mas eu soube que o amigo era apontador na construção da Fortaleza de São José e afiou a espada para Cabralzinho matar o francês Lunier (hehehehehe).
está em tempo do caro Sapiranga escrever suas memórias, com certesa serei um dos leitores a adquirir o livro.
Possa não acreditar, mas todos os textos que contam as hitórias de Macapá dos anos de 1966 a 1977 me comovem e me emociona.
Alcinéa, Amiga, só hoje tive acesso as informações da revista Época. Achei brilhante. parabéns.
Milton, sou apenas 2 anos mais novo que vc, mas esse seu relato me fez retroagir no tempo e espaço. Também fui testemunha de todo esse cenário retratado de forma brilhante por vc, a exceção do quase acidente que lhe ia vitimando. “Velho”, meus parabéns e que vc chegue a mais 64 anos, com muita saúde, paz e harmonia, relatando sempre as histórias e estórias do nosso Amapá. E eu quero também estar em forma para te acompanhar. Será? rsrsrsrsrs
Parabéns coroa adora ler essas suas historias!!!
Felicidades!!!!
muito legal a História, o final então,foi ilário.Parabens pelos 6.4 “seu velho”.
Milton, adorei as histórias.. Tomara que motorista que nao tem consideraçao pelos outros no trânsito, consiga chegar aos 64 anos contando histórias deliciosas, como vc faz. Parabens pelo aniversário e pelo texto