Pat Andrade faz da cidade seu palco e declama poesia ao som de caixas de marabaixo

Reconhecida pelo público e premiada pela lei Aldir Blanc, Pat Andrade espalha sua poesia pela cidade de Macapá com o projeto “Parada Literária: A Poesia Invade o Cotidiano da Cidade”, ao lado do músico Marcelo Abreu. Em vários pontos urbanos a poeta destila sua arte sensível e contestadora ritmada pelo som da caixa de marabaixo em uma envolvente mistura de poesia e ancestralidade, fazendo das declamações, momentos de encantamento e reflexões.

As intervenções poéticas iniciaram nesta semana. Nesta terça-feira será no ponto de ônibus em frente ao SESC Centro, quarta-feira, 27, na praça Floriano Peixoto, às 16h, e retorna na próxima semana com mais apresentações.

A poesia de Pat é de linguagem urbana e cotidiana, estilo que a artista imprime em seu trabalho, conhecido e prestigiado no Amapá, onde se fez reconhecer declamando em ambientes públicos, onde também vende seus livros artesanais marcados por poemas, originalidade e desenhos feitos a mão. Realidade chocante, crítica social, amor e exuberância da natureza tucuju compõem a arte desta paraense que fez sua morada nos campos de Macapá.

Quem dá o tom na caixa de marabaixo não é um amapaense, mas um percussionista que se identificou com a cultura regional a ponto de estar familiarizado com os tambores. Marcelo Abreu é maranhense e chegou ao Amapá fazendo o enlace das tradições de lá e de cá. Também poeta e intérprete, ele se apresentou recentemente no Jazz na Calçada e Cabaret da Resistência.

(Texto: Mariléia Maciel – Foto: Aog Rocha)

Hoje tem show de Patrícia Bastos no Jazz na Calçada

O encerramento da temporada do Jazz na Calçada será neste sábado, 23, com a presença principal de Patrícia Bastos e Silmara Lobato, e intervenção poética do Coletivo Juremas e muitas participações especiais de convidados para a mais famosa e luxuosa canja musical do Amapá.

Jazz na Calçada é o movimento musical que aquece os músicos e público para o Amapá Jazz Festival. Finéias Nelluty, idealizador dos eventos e Coletivo Jazz do Amapá, recebem todos na Calçada Mestre Thiago, professor de música pioneiro do Amapá, formando um palco interativo que mistura música instrumental e regional, sem perder a essência instrumental.

A necessidade de popularização do jazz motivou o projeto, iniciado em 2017 para aquecer os fins de tarde de sábado, de agosto a outubro. A pandemia impediu as reuniões musicais ano passado, e com a flexibilização para eventos com controle de segurança sanitária e público, voltou adaptado à nova realidade. As regras continuam as mesmas: descontração e interatividade a começar pela passagem de som, tarde de verão, cadeiras para quem quiser assistir sentado, vento, luar, música de qualidade inquestionável, muita gente bacana pra completar o ambiente, e nada de ingresso, isso tudo é de graça.

Patrícia Bastos e Silmara Lobato são duas grandes artistas do Amapá com reconhecimento nacional e carreiras de sucesso. Intérpretes padrão, elas são referência quando se fala em música regional e nacional, imortalizaram canções e estão em constante atualização musical.

Coletivo Juremas é uma união poética que reúne mulheres que vivem e produzem cultura a caminho de uma arte pop e antenada com o futuro. As poetas, Carla Nobre, Hayam Chandra, Mary Paes, Cláudia Patrícia, Barbara Primavera, Rai Amorim e Ana Anspach e Fernanda Canora formam o Coletivo Juremas.

Finéias Nelluty e Coletivo Jazz do Amapá, recebem todos a partir das 17h. A Calçada Mestre Thiago é na avenida Clodóvil Coelho, 787, no bairro do Trem.

(Marileia Maciel)

Sábado tem festival de contação de histórias Criança Feliz

O festival de contação de histórias Criança Feliz propõe uma atuação coletiva com arte educadores e contadores de histórias empenhados na garantia do direito de brincar e aprender, na perspectiva de uma educação com princípios amazônidas, no que tange à identidade, à linguagem e à imagem.

Este evento é uma realização do Coletivo Amazonizando e do Grupo Zimba Cultura, que acontecerá na eco-casa de cultura Quilombo Sankofa. São duas sessões de contação de histórias seguidas de uma atividade lúdica, mediada por profissionais com experiência na arte-educação.

O festival ocorrerá no próxima sábado, 9, no espaço “Sankofa Quilombo cultural” ( Orla do Santa Inês – Rua Beira Rio, 1530 – Santa Inês), Em duas sessões às 16:00 as 17:30.

(Ascom)

Reunindo artistas amapaense e muito humor, live celebra os 30 anos da dupla Os Cabuçus

A dupla Os Cabuçus surgiu em 1991 e conquistou o público do Amapá com a irreverência de seus personagens, dois ribeirinhos nascidos na região Norte, com o jeito de falar do caboclo da Amazônia.

Juntos, os “Cabuçus” protagonizavam um programa de rádio transmitido diariamente de 17h às 19h, além de peças teatrais e o programa de televisão “Os Cabuçus na TV”. Para comemorar essas três décadas de humor dedicado ao povo nortista, no dia 31 de agosto, às 20h, uma live no Youtube vai reunir oito artistas amapaenses que tiveram grande participação na carreira musical dos humoristas.

Além de canções autorais da dupla de humoristas, Finéias Nelluty, Enrico Di Micelli, Suellem Braga, Zé Miguel, Osmar Junior, Ramon Frazelli, Amadeu Cavalcante e Nivito Guedes também farão interpretações ao longo da transmissão, que promete ter 3 horas de duração.

“Nós precisamos comemorar a história que Os Cabuçus têm com o nosso povo ribeirinho, o povo da Amazônia. Vamos fazer uma grande festa, reunir amigos e levar para os fãs e a quem nunca viu um show nosso um pouco de diversão e alegria nesses tempos difíceis que passamos”, contou Nilson Borges, que dá vida ao personagem Vardico.

Toda estrutura planejada para a transmissão ao vivo é inédita no Amapá. Gravada em estúdio, com gruas, imagem HD, som digital e transmissão simultânea em tv e rádios em vários municípios do Amapá e Pará – cobrindo Marapanim, Castanhal, Vigia, São Caetano de Odivelas, São João da Ponta e Terra Alta.

Para acompanhar toda a transmissão, se inscreve no canal no Youtube da dupla em www.youtube.com/c/OsCabuçus.

A dupla

Com início da vida artística no rádio, a dupla esteve no ar em emissoras do Pará e Amapá, gravaram quatro CDs autorais, iniciaram um programa de TV em 2008 e, no ano seguinte, estrearam no teatro. Os Cabuçus lançaram também revistas em quadrinhos com histórias roteirizadas pela dupla. A publicação foi a primeira revista em quadrinhos de humor regional da Amazônia.

Pádua, que interpretava o Lurdico, morreu em 17 de Julho de 2014, vítima de um infarto na casa onde morava com a família, em Macapá.

Um novo membro chegou e ainda em 2014, o irmão de Pádua, Natanael Borges, deu vida ao Cidico, um caricato caboclo amazônida inocente e bobalhão. Assim, a dupla deu continuidade a vida artísticas com shows, peças teatrais e em 2019 iniciou um novo programa de TV, resgatando quadros icônicos dos humoristas, tudo isso sem nunca abandonar o rádio, carro-chefe dos personagens.

(Ascom)

Orgulho tucuju – Filme “Açaí” conquista prêmios no 43º Festival Guarnicê

Lançado em fevereiro de 2020, o curta-metragem Açaí, da produtora de audiovisual amapaense Grafite Comunicação, participou do 43º Festival Guarnicê de Cinema e conquistou dois prêmios durante o evento, o de Melhor Trilha Sonora Original e Melhor Curta-metragem Nacional Júri Popular. A trilha premiada é uma obra do músico Manoel Cordeiro e da banda O Sósia.

A produção local concorreu com mais 22 obras de outros estados na Mostra Nacional de Curtas, sendo a única produção amapaense durante o festival. O prêmio dado pelo júri popular é um dos maiores do festival, que este ano recebeu votos via aplicativo próprio da organização. Já o título de Melhor Trilha Sonora Original é dado por uma comissão técnica que avalia a qualidade das músicas e a composição com a parte visual da produção.

Segundo André Cantuária, diretor do filme, a trilha é fortemente influenciada pelos ritmos brega e melody, típicos do estado. “A ideia era resgatar a identidade do Norte também nas músicas, então escolhemos O Sósia, que é uma banda de brega rock de Macapá, e depois o Manoel Cordeiro, amapaense e nacionalmente conhecido como Mestre da Guitarrada, para fechar uma trilha envolvente e dançante”, pontuou o diretor.

O Festival foi realizado pela Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Universidade Federal do Maranhão e promovido pela Diretoria de Assuntos Culturais (DAC).

Filme Açaí
No ano de 2017, a produção foi selecionada no 1º Edital de Fomento ao Setor Audiovisual do Amapá, organizado pelo Governo do Estado para conteúdos inéditos. O curta conta a saga de Dionlenon, um homem de 30 anos que está acostumado com a vida que leva ao lado da mãe, com quem mora numa periferia de Macapá. Ele sai em busca de dois litros de açaí para almoçar, mas não conta com uma viagem tão distante assim.

A ideia do roteiro inicial veio de alunos da escola Estadual Professora Raimunda dos Passos, bairro Novo Horizonte, durante o ano de 2015, dentro do Festival “Curta o Curta”, iniciativa que busca desenvolver os talentos da comunidade escolar. A partir de 2017, a Grafite Comunicação iniciou o projeto “Cine Perifa” na instituição, por meio da parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ), oferecendo curso de formação em cinema na metodologia do “Inventar com a Diferença”, para professores e alunos da Escola sobre audiovisual.

Ficha Técnica
Direção: André Cantuária
Roteiro: Sandro Romero
Produção: Rafael Aleixo
Produção Executiva: Jhenni Quaresma
Direção de Fotografia: Nildo Costa
Direção de arte: Pedro Stkls
Edição/Montagem: Richard Monteiro e Ícaro Reis
Trilha Sonora: Manoel Cordeiro e O Sócia
Desenho de som: Hian Moreira
Preparador de elenco: Thomé Azevedo
Estrelando: Joca Monteiro

Elenco: Deize Pinheiro, Rute Xavier, Naldo Martins, Paulo Bastos, Lu d Oliveira, Adalberto Marques, Veerney Nunes, Murillo Mathiel, Dionizio Junior, Kaio Castillo, José Augusto, Neto Montalvão, Laura do Marabaixo, Danu Alcântara, Sarah Aranha, Lucas Souza, Silvana Eduvirgens, Maria Rosa, Mauricio Maciel, Nilton “Biro Biro”, Caique Sampaio, cadela Pantera.

(Texto: Daniel Alves)