Indígenas farão exposições artísticas e apresentações culturais na Expofeira

A 52ª Expofeira do Amapá terá um ambiente que vai celebrar a cultura dos povos tradicionais, com exposições artísticas e apresentações culturais. A Maloca dos Povos Originários do Amapá e Norte do Pará fica no Parque de Exposições da Fazendinha e foi construída por representantes das etnias Wayana, Apalai, Paliku e Waiãpi.

A maloca teve o telhado construído a partir de folhas de açaízeiro, entrelaçadas entre si, garantindo firmeza para a estrutura, como tradicionalmente é feita nas aldeias. Depois de unidas, elas são amarradas à estrutura de madeira com cipós de palha.

“É muito significativo estarmos aqui, construindo esse espaço. É a primeira vez que estou na Expofeira e teremos a oportunidade de mostrar não só nossa arte, mas os ritos e nossa cultura para os não indígenas”, conta o artesão da aldeia Kuahí, Vanderson Iaparra, da etnia Paliku, que também integrará a programação.

Centenário de nascimento de Arthur Nery Marinho

“Meu coração é público, senhores!
É como o botequim dali da esquina.
À turba não ilude.
Sempre há de ter lugar aos sofredores,
pois, sendo núcleo da mais triste sina,
tem calma e tem virtude.”

Poeta, músico, jornalista e desportista, Arthur Nery Marinho nasceu em Chaves (PA), em 27 de setembro  de 1923,  mas aos 23 anos de idade veio para o Amapá e nunca mais saiu daqui. Cantou, tocou e escreveu as coisas desta terra como se fosse a sua terra natal.
Ontem completou cem anos de seu nascimento. Hoje republico este texto que escrevi há alguns anos e que está no meu livro “Poetas do Amapá` que você pode adquirir aqui

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“Que saibam pois, meus filhos, sem sigilo,
que fui isto, fui isso e fui aquilo,
porque não tive o dom de ser lacaio”

Compadre de meus pais, Arthur Nery Marinho frequentava muito nossa casa. Lembro-me que quando eu era criança eu ficava boaquiaberta ouvido-o declamar suas poesias para minha vó Elvira Araújo.
Nossa casa tinha uma grande varanda, onde minha vó, paralítica, passava a maior parte do dia em sua cadeira de rodas rezando, cerzindo, lendo, fazendo crochê… o poeta chegava, cumprimentava-a e começava a declamar (outro que costumava fazer isso era o Cordeiro Gomes, mas em outro post eu conto). Eu corria para ouvi-lo e a poesia que eu mais gostava era Auto-Retrato, que está publicada no livro Sermão de Mágoas. Ele dava tanta vida ao poema que eu, na inocência da infância, jurava que ele tinha o corpo todo marcado de cicatrizes.
Uma das imagens que ficou gravada é o poeta levantando a barra da calça ao dizer o verso “E por toda parte a perna cortada.” Eu arregalava os olhos na tentaviva de ver os golpes em sua perna e morria de pena dele. “Isso deve doer muito”,  pensava.
Só na adolescência fui entender o Auto-Retrato do poeta.

Cresci, fiquei adulta,  meus pais se separaram, morreram e meu contato com o poeta foi rareando. Mas nas poucas vezes que nos encontramos após a morte de meu pai sentia o enorme carinho que ele tinha por mim e isso me fazia muito feliz.

“Se alguém me pergunta onde é que moro,
prego mentira e de vergonha coro,
pois não moro nem dentro de mim mesmo”

Poucas vezes estive na casa dele. Era uma casinha tão aconchegante, na rua mais tranquila do bairro Jacaré-acanga (hoje Jesus de Nazaré), bem na frente de uma pracinha. Pensava com meus botões: todo poeta deveria morar num lugar assim, onde há paz, verde, crianças jogando bola, gente enamorada e canto de passarinhos.
Uma das vezes que estive lá foi para convidá-lo a sair na escola de samba Unidos do Buritizal, em 1992, cujo enredo era “Alcy Araújo – o poeta do cais”. Fazia pouco tempo que Arthur tinha passado por uma delicada cirurgia na cabeça. Mas mesmo assim ele topou. Enfrentou o desafio de ir para a avenida, sambar em homenagem ao compadre, na comissão de frente da escola que estreava no carnaval. E estreou em alto estilo: foi a vice-campeã.

Outras vezes encontrei-o à sombra da “mangueira da Sead”. Ele costumava dar uma paradinha ali quando ia falar com os secretários de Estado em busca de apoio para a publicação do livro “Sermão de Mágoa”. E foi ali, embaixo daquela mangueira, numa manhã de sol bochechudo e céu azulzinho de 1993, que ele me deu a boa notícia: finalmente Sermão de Mágoa ia ser publicado. Já estava no prelo. Vibrei. E foi também embaixo da mangueira que ele me deu um exemplar do livro tão logo saiu da gráfica, antes do lançamento.

“Quero sonhar que vou pelos caminhos
jogando rosas, destruindo espinhos,
deixando luz em cada escuridão”

O poeta Arthur Nery Marinho faz parte da primeira geração dos modernos poetas do Amapá.
Nascido em Chaves (PA), em 27 de setembro de 1923, veio para o Amapá em 1946. Ao lado de Alcy Araújo Cavalcante, Álvaro da Cunha, Aluízio Cunha e Ivo Torres, Arthur desenvolveu importantes projetos culturais.
Está na Antologia Modernos Poetas do Amapá, na enciclopédia Brasil e Brasileiros de Hoje, na Grande Enciclopédia da Amazônia e na Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica.
Foi vice-presidente da Sociedade Artística de Macapá, diretor do Jornal Amapá, presidente da Federação Amapaense de Desportos (hoje FAF) e sócio-fundador da Sociedade Esportiva e Recreativa São José e do Grêmio Literário e Cívico Ruy Barbosa.

Arthur Marinho tocou no coreto da antiga Praça da Matriz. Num de seus poemas relembra assim:
“Da igreja o velho coreto
eu avisto, neste ensejo.
Do mestre Oscar vejo a banda
e lá na banda eu me vejo.”

arthur3Em 1993 publicou o livro de poesias “Sermão de Mágoa”. Morreu em 24 de março de 2003 e alguns meses após sua morte a Associação Amapaense de Escritores fez o lançamento do livro de poemas e trovas “Cantigas do Meu Retiro”.

Começa dia 3 na ABL o ciclo de palestras “Memórias da Academia”

A Academia Brasileira de Letras dá início ao ciclo “Memórias da Academia”, sob a coordenação do Acadêmico Godofredo de Oliveira Neto. Composto por cinco conferências, o ciclo começa na próxima terça-feira, 3 de outubro, às 16h, no Teatro R. Magalhães Jr.
A primeira palestra será ministrada pelo Acadêmico Ruy Castro, e abordará a obra do escritor Manuel Antônio de Almeida. A entrada é franca e todas as conferências tem tradução em libras.
A inscrição pode ser feita pelo link: https://www.even3.com.br/memorias-da-academia-manuel-antonio-de-almeida/. A coordenação geral dos ciclos de 2023 é do Acadêmico Antonio Carlos Secchin.

O ciclo segue no dia 10 de outubro com a palestra “Machado de Assis e a educação”, que será ministrada pelo Acadêmico Arnaldo Niskier. No dia 17 de outubro, a pesquisadora de literatura brasileira, Elvia Bezerra, falará sobre os 20 anos da morte da Rachel de Queiroz. No dia 24, a Acadêmica e escritora Rosiska Darcy de Oliveira falará sobre o Centenário de nascimento de Lygia Fagundes Telles. Encerrando o ciclo, no dia 31, o Acadêmico e advogado Celso Lafer abordará o Centenário de nascimento de Hélio Jaguaribe.

Agradeço o gentil convite que me foi encaminhado pela diretoria da ABL

Pat Andrade no Circuito de Autores em São Paulo e Espírito Santo

A escritora Pat Andrade foi selecionada para participar do Circuito de Autores do projeto Arte da Palavra – Rede de Leituras do Sesc e cumprirá agenda em Bauru/SP e em Vitória/ES, nos dias 26, 28 e 29 de setembro de 2023.

O Circuito é voltado para promover, por meio de uma itinerância de âmbito nacional, autores de diversas categorias da literatura brasileira, valorizando essas vozes, fazendo circular obras e ideias, possibilitando que diferentes vertentes literárias sejam conhecidas em diversas regiões.

No bate-papo, intitulado “Arte da Palavra: Uma Prosa nas Entrelinhas”, a escritora Patrícia Andrade, ao lado de Thaise Monteiro, de Goiás, falará sobre sua escrita e processo criativo, sobre autores e autoras que a inspiram e ainda como o envolvimento com outras expressões artísticas contribuíram para sua formação.

Durante as mesas de debate, que ocorrerão em várias unidades do Sesc, as escritoras terão ainda a oportunidade de apresentar seus livros aos alunos de escolas públicas de cada local e discutir aspectos inerentes à fruição literária, fomentando o gosto pela leitura e escrita. As obras também são divulgadas com antecedência em clubes de leitura desenvolvidos em cada localidade, o que promete enriquecer o debate.

Pat Andrade afirma que está satisfeita por ter sido selecionada entre escritores de todo o Brasil e afirma que “poder mostrar um pouco do que escrevo para outros públicos é uma forma de colocar meu trabalho à prova e também de expandir horizontes para a nossa literatura”. Na bagagem, ela leva três dos seus títulos mais recentes: O peso das borboletas, Entre a flor e a navalha e Poesia para alguma coisa ou para coisa nenhuma, sendo os dois últimos, livros artesanais, que caracterizam boa parte da sua obra.

Sesc Bauru

Data: 26 de setembro de 2023
Local: Espaço de Leitura
Horário: 15h
Entrada Franca

Sesc Vitória

Data: 28 de setembro de 2023
Local: Sala da Palavra
Horário: 9h
Entrada Franca

Sesc Glória

Data: 28 de setembro de 2023
Local: Biblioteca
Horário: 19h
Entrada Franca

Sesc Linhares

Data: 29 de setembro de 2023
Local: Sala da Palavra
Horário: 9h
Entrada Franca

Sesc São Mateus

Data: 29 de setembro de 2023
Local: Sala da Palavra
Horário: 16h
Entrada Franca

(Fonte: Blog de Rocha)

Unifap promove “Ciclo de Palestras: Poder, Memória e Representações.

O Programa de Pós-graduação em História (PPGH), da Universidade Federal do Amapá (Unifap), realiza o evento “Ciclo de Palestras: Poder, Memória e Representações.” As palestras ocorrerão nos dias 21 e 28 de setembro e 5 de outubro de 2023, em formato híbrido (presencial e virtual). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no link https://forms.gle/Ji8dKshD3yPw59pH9, Haverá certificado para os participantes.

Confira a programação:

21 de setembro de 2023 (quinta-feira).
MESA: Afro – Indígena (Memória).
Palestrantes: Profa. Dra. Carina Santos de Almeida (Unifap) e Prof. Dr. Erundino Diniz (Unifap).
Mediadores: Vitória Santos (Mestranda do PPGH) e Vinicius Sarges (Mestrando do PPGH).
Local: Auditório do Curso de História, bloco L, sala 3 – 
campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP).

28 de setembro de 2023 (quinta-feira)
MESA: Ideia de poder (On-line).
Palestrantes: Prof. Dr. Renan Birro (UPE) e Prof. Dr. Gabriel Lima (UFJVJM).
Mediadora: Renata Magno (Mestranda do PPGH).

5 de outubro de 2023 (quinta-feira)
MESA: Representações
Palestrantes: Profa. Dra. Fernanda dos Santos (Unifap); Profa. Dra. Maura Leal (Unifap) e Profa. Dra. Simone Garcia (Unifap)
Mediadoras: Keith Maciel (Mestranda do PPGH) e Tifanny Raiol (Mestranda do PPGH).
Local: Auditório do Curso de História, bloco L, sala 3 – campus Marco Zero do Equador, em Macapá (AP).

17ª Primavera dos Museus – Confira a programação

Começou sábado a 17ª Primavera dos Museus com a Feira Afroameríndia, na Fortaleza de São José, com exposição de peças artesanais, roupas e outras produções artísticas.
A programação segue até o dia 23 de setembro com exposições, rodas de conversa, oficinas e palestras nos museus Fortaleza de São José de Macapá, Sacaca e Joaquim Caetano.

Confira a programação de amanhã, terça-feira, 19:
Visita Técnica pré-agendada com escolas
Local: Museu Fortaleza de São José de Macapá
Hora: 8h às 17h

Roda de Conversa: os escravizados nos documentos da Guarda Permanente do Tjap
Local: Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva
Hora: 9h às 10h

Ciclo de Palestras: memória e saúde – avanços, resistências e percalços para pessoas quilombolas, indígenas e LGBT+
Local: Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva
Hora: 9h às 12h

Visita dos integrantes do projeto Reviver à exposição arqueológica dos povos originários do Amapá
Local: Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas e Patrimoniais do Amapá (Cepap/Unifap)
Hora: 9h às 12h

Exposição dos acervos arqueológico dos povos originários do Amapá, Acervo de Roque Penafort, projeto Salvaguarda ICOMI e projeto Salvaguarda da Guarda Territorial do Amapá
Local: Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas e Patrimoniais do Amapá (Cepap/Unifap).
Hora: 9h às 12h

Exposição arqueológica Territórios Indígenas e Quilombolas do Amapá: memória, cultura, educação e ensino de História;
Local: Centro de Estudos e Pesquisas Arqueológicas e Patrimoniais do Amapá (Cepap/Unifap).
Hora: 9h às 18h

Oficina: Construção de Relicário
Local: Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva
Hora: 14h às 18h

Ciclo de palestras: Indígenas do Amapá – memória e cultura
Local: auditório da Superintendência do Iphan/Amapá, (próximo ao Macapá Shopping)
Hora: 14h às 18h

Encontro de Saberes: Guardiãs da Cura (bate-papo com rezadeiras, benzedeiras, curandeiras, parteiras, defumadores)
Local: Museu Histórico do Amapá Joaquim Caetano da Silva
Hora: 15h às 18h

Com emenda de Randolfe, projeto “Canta Unifap” contrata novos talentos musicais

Desenvolvido pelo Programa de Formação, Capacitação, Aperfeiçoamento e Idiomas (Profid), o projeto é voltado para os universitários

O “Canta Unifap” foi criado para descobrir talentos musicais e valorizar a comunidade acadêmica. O senador Randolfe Rodrigues, um dos entusiastas do projeto, destinou emenda parlamentar no valor de R$ 251 mil para execução.

Por meio da iniciativa, os estudantes poderão mostrar o dom musical e ainda receber por isso. O projeto também contempla a criação do coral de vozes da Unifap, que será composto por membros da comunidade externa e interna da universidade.

Para Randolfe Rodrigues, esse tipo de ação aproxima os jovens facilitando a socialização e oportunizando momentos de lazer. “Tudo isso faz parte do processo da educação. A música estimula, enriquece o aprendizado, proporciona momentos agradáveis e uma renda extra para quem participar”, destacou o senador.

Melque Lima, que é coordenador do Profid, explica que os candidatos precisam acessar o edital no site da Unifap, verificar os critérios para participar e se inscrever. Nesta primeira fase serão selecionados os músicos acadêmicos e, posteriormente, os cantores.

“Nós queremos contratar estudantes que tocam guitarra, bateria ou contrabaixo, por meio do projeto “Canta Unifap”, uma iniciativa para descobrir novos talentos musicais entre os jovens”, afirmou o coordenador.

(Carla Ferreira)

Caetano Veloso recebeu hoje o título de Doutor Honoris Causa

Caetano Veloso recebeu nesta segunda-feira, numa solenidade linda, o título de  Doutor Honoris Causa concedido pela Universidade de Salamanca, uma das mais antigas da Espanha e do mundo.
Este é o segundo título de Doutor Honoris Causa que Caê recebe. O primeiro foi concedido pela Universidade da Bahia. A solenidade foi em cima de um trio elétrico.