Festa de São Tiago é inserida no calendário nacional de eventos do Ministério do Turismo

O Governo do Amapá atuou junto ao Ministério do Turismo para o reconhecimento de uma das mais tradicionais manifestações religiosas e culturais do estado. A Festa de São Tiago foi incluída no calendário nacional do Ministério do Turismo, uma ferramenta on-line que reúne os principais eventos e festividades de todo o país e amplia a oferta regional de programações turísticas.

A festa de São Tiago ocorre desde 1777 no município de Mazagão, entre os dias 16 e 28 de julho. O ponto alto da festa é a encenação das batalhas  entre mouros e cristãos nos dias 24 e 25 de julho,

“Além de agregar valor à imagem dos destinos turísticos locais, a meta do Governo é incluir mais programações com as nossas agendas oficiais e mostrar o que o Amapá tem de melhor a oferecer aos turistas que buscam planejar suas viagens pela Amazônia brasileira”, reforça a secretária de Turismo (Setur), Anne Monte.

(Com informações da Secom/GEA)

Memorialismo – Leia a maravilhosa palestra de Leão Zagury

Médico, escritor, autor de vários livros, dentre os quais o encantador “É assim que eu conto”, Leão Zagury esteve em Macapá semana passada participando das comemorações dos 70 anos da Academia Amapaense de Letras e proferiu esta maravilhosa palestra terça-feira, 20.

Leiam:

“Ilmo. sr. Presidente da AAL professor Fernando Canto, prof. Maneca, acadêmicos  e demais componentes da mesa, meus conterrâneos.

Em primeiro lugar quero deixar claro que não sou um literato portanto peço aos ilustres membros dessa douta academia que perdoem os excessos que decorrem do amor e do desejo de contribuir. Na verdade, sou apenas um idoso audacioso que ama essa cidade e conta suas histórias. 

Como não poderia deixar de ser, passei em revista alguns pontos a serem destacados sobre memorialismo, meu gênero literário.

Memorialismo – é o gênero literário em que o autor narra a história da vida de uma ou de várias pessoas. Assim como as biografias contam a vida de alguém ou de um lugar ou de ambos. Trata-se, portanto, de Escrever a Vida

Nós, que falamos português, só ouvimos o termo biografia no século XIX, onde se encontra de tudo desde trabalhos artísticos a opiniões, valores e crenças. Em geral tratam de pessoas públicas, cientista, esportistas ou dos que provocaram impacto na sociedade. 

Na escrita biográfica destaco a corrente positivista onde se realçam os heróis da sociedade, exemplos a serem seguidos e seus feitos dispostos cronologicamente, mostrando seu progresso. E a marxista, em oposição, que dá enfoque às estruturas sociais e ao coletivo. Devido a essa visão em um determinado momento da história, as biografias passaram a receber menos relevância como gênero de escrita. As correntes da escrita biográfica têm em comum o caráter de relato, que conta uma história sem excluir aspectos contextuais, sentimentais, cultura, vida privada e até política.

Sônia Farias Professora de Teoria da Literatura UF de Pernambuco esclarece que “Teorias dedicadas ao gênero memorialista buscam elucidar o filão autobiográfico. Os relatos de indivíduos fornecem informações, e o inscrevem no tempo e no espaço, por meio da expressão ficcional ou poética. A memória familiar reconstruída dramaticamente e tecida pelo protagonista ou pela voz poética revela e traduz a formação social no bojo das transformações culturais e científicas ao longo da história”. 

O século XX marcou o advento da biografia romanceada, na qual se recria, ficcionalmente, o material coletado sobre os biografados. Saliento a biografia de Stefan Zweig, Judeu, humanista, pacifista e crítico do nazifascismo. Esse gênero, geralmente, é resultado do levantamento da própria existência do autor e inclui confissões, memórias e cartas, que revelam sentimentos íntimos e a própria experiência como fez também Benjamin Franklin. 

Na atualidade, o interesse pela vida das pessoas cresceu muito. Autores consagrados escreveram ou tiveram suas biografias escritas por outros dando consistência a essa atividade literária. Dou como exemplo as biografias de Sartre e Simone de Beauvoir e no Brasil Afonso Arinos e Pedro Nava. 

Nava, médico como eu, membro da Academia Nacional de Medicina pertenceu à geração modernista de Belo Horizonte. É considerado o maior memorialista da literatura brasileira, autor do Baú de Ossos e Balão Cativo entre outros e se tornou minha referência nesse gênero literário. Traçou um painel dos costumes do Brasil no século XX, através da descrição dos hábitos familiares e populares, abrangendo quase um século, de riqueza temática, vocabular e erudição. Nava só assumiu a literatura quando se aposentou. A morte do pai quando tinha oito anos, foi o início das suas lembranças. Nos seus livros relata suas experiências de vida, sociedade e medicina. Comove e fascina o leitor, com as lembranças da infância. 

Segundo Drummond “possuía essa capacidade meio demoníaca, meio angelical, de transformar em palavras o mundo feito de acontecimentos.” 

Não ouso me comparar a esse eminente literato, mas modestamente, procurei pisar suas pegadas.

Depois de atingir meus objetivos profissionais como médico, tendo fundado e presidido a Sociedade Brasileira de Diabetes e a Academia de Medicina do Rio de Janeiro e me tornado Membro do American College of Phisitians entre outras, resolvi contar de onde vim, porque “sou como sou” e porque ajo “desta ou daquela maneira”. Apaixonado por ficção, principalmente quando usada para falar da vida real, resolvi fazer parecer mentiras as verdades que vivi. 

Entendi lendo Nava que vidas simples e provinciais podem ser universais. Percebi que minha história se confundia, com a história desta cidade. Estimulado pela apaixonada relação que mantenho com Macapá, que carinhosamente, com licença poética de Garcia Marques, chamo de “Minha Macondo”, suas lendas, minhas histórias de família e o incontrolável desejo de impedir que o tempo, esse demolidor implacável, destruísse minhas lembranças, resolvi deixar meu testemunho escrito para meus amigos e descendentes contando como “vi e senti a vida”. 

Conclui que poderia retratar nossa cidade através da maneira pela qual as pessoas conviviam sabendo que essa interação social permeia o imaginário coletivo. E entendendo que apenas a literatura poderia mostrar essas características, descrevendo pessoas, hábitos, costumes, relações e a ocupação do espaço urbano. Foi isso que procurei traduzir com minhas histórias e por isso escrevi o livro “É Assim Que Eu Conto”. 

Minha memória autobiográfica percorreria a linha de uma história pessoal e ao mesmo tempo coletiva, contando o que chamei de “ofício de viver”. Utilizaria este enorme e ao mesmo tempo minúsculo conjunto de observações, memória, sentimentos e escrita para reconstituir como se vivia aqui enquanto a guerra dizimava vidas na Europa. 

De início sofri pela certeza de que jamais conseguiria inserir nas minhas narrativas todo o contexto e todas as pessoas. Resolvi seguir tendo em mente que esse poderia ser motivo para outras histórias e ampliar meu universo em um novo livro. Na minha fantasia nasci “quase gêmeo” do Território Federal do Amapá. Viemos ao mundo em setembro de 1943, e crescemos juntos, o Território e eu, de mãos dadas como irmãos. 

Criança acompanhei a chegada do governador Janary Nunes. Escutei, da minha rede, nas madrugadas, os passos marcados das botas daquele homem poderoso e gentil batendo sistematicamente na calçada em frente à minha casa a caminho da antiga sede do governo. Anos depois me coube acompanhá-lo como médico, o que muito me honrou. Janary trouxe consigo a esperança, a luta contra as doenças e o analfabetismo, o otimismo e o progresso que aumentou com a descoberta das jazidas de manganês na Serra do Navio, revolucionando a economia. Assisti à construção de escolas, hospital e do fórum e seus magníficos leões. 

Tenho saudade daqueles tempos em que o sorriso habitava os rostos dos macapaenses.

Muito me entristeceu quando minha editora vetou colocar no livro os reais nomes das pessoas só me permitindo os da minha família. Entretanto, os mais velhos, seguramente vão identificar os encantadores macapaenses da minha infância e juventude. Exatamente os que aqui viveram e muito contribuíram para forjar minha personalidade. Fixando no papel um pouco deles, de seus gestos e personalidades, através da minha história pessoal expresso minha gratidão.

Assim como Nava, comecei pela relação com meu pai, base do meu vínculo com a cidade. Esse incrível macapaense apaixonado, me mostrou o amor pelos semelhantes, a diferença entre o discurso e a ação, a importância do exemplo, a generosidade, a dar sem receber. Me mostrou o que era a amizade, cristalizada na benquerença do meu pai pela figura forte do seu irmão negro, meu querido tio Casemiro. Eram irmãos, mas irmãos mesmo, desses que não traem e que perdoam os erros. O tio era o irmão negro do meu pai branco e judeu e aqui viviam. A cidade lhes dava o “caldo de cultura” para permitir isso enquanto em outras plagas se matavam pessoas apenas por serem diferentes ou praticarem crenças diversas. Aqui neste paraíso conviviam Judeus, brancos, negros e árabes. Eu amava o tio Casemiro e o amava tanto que um dia passei pó de carvão na pele para ficar igual a ele. Com eles entendi que o mundo era de todos, que o preconceito mata e o respeito pelo diferente une e enche o coração de alegria. 

Como já disse somos judeus e não contávamos com uma sinagoga e a religião por nós era aprendida “de ouvir dizer”. Na verdade, fazíamos uma inocente confusão. Guardávamos o Shabat e acompanhávamos as procissões. E como isso nos fez bem! Acreditem. 

Essa foi a base da minha formação moral e ética.  A ausência de preconceito. E isso eu aprendi aqui nessa cidade que transpirava amor, solidariedade, progresso e fraternidade. 

Não posso deixar de marcar minhas saudades. Tenho saudade do Macapá Hotel onde se podia saborear um Flip guaraná no final da tarde, dançar boleros e jurar amor eterno; do grupo Escolar Barão do Rio Branco onde fui alfabetizado; da olaria que a tantos deu emprego e cujos vasos com decoração marajoara ainda guardo com carinho; da Turma do buraco que plantou tantas arvores e deu emprego aos jovens – e tantas outros locais e iniciativas.

Acredito que os que me lerem no “É Assim Que Eu Conto”, terão a oportunidade de voltar no tempo e ver que na minha Macondo; um bode podia se transformar em um carneiro, sentir a angústia que a derrubada de um abacateiro podia provocar em uma criança e quanto doía em homem simples um coqueiro anão ser abatido, vivenciar o medo da Matinta Pereira e o pavor que os meninos tinham do médico que veio a cidade lhes cortar “as bolas”. Poderão se deliciar com uma comida esquisita chamada “cachorro quente”, na verdade um sanduíche de picadinho bem temperado que ainda hoje me faz “aguar”; entenderão porque minha mãe dona Clemência na verdade se chamava Piedade e poderão entender minha relação carinhosa com uma senhora idosa que se expressava com mãos calosas de quem tanto trabalhou e me adoçava a boca com o melhor mingau de mucajá, conhecer as lendas e verdades que cercam o meu avô Capitão Leão Zagury, que escolheu essas terras para estabelecer sua família. Voltarão no tempo e namorar ao pé da cruz em frente ao velho cemitério, ter medo de fantasmas e roubar um beijinho da namorada no passeio da tarde de domingo no Trapiche. 

Ainda tenho histórias para contar. Ainda tenho gente para lembrar. Preciso falar do seu Congó que tanto me assustava e do que me ensinou, da visita do candidato Jânio Quadros, das matines no cine teatro territorial onde assisti aos domingos os filmes de Tarzan. Não, não falei da querida Sarah Alcântara, fiel amiga da minha mãe, que me mostrou um pouco do que era ciência quando me deu uma revista que se chamava “Ciência em quadrinhos”. Não falei da generosidade das minhas irmãs Cesarina e Dos Anjos exemplos de generosidade e gratidão. Das irmãs Quitéria e Tereza Tavares, que talvez não saibam o quanto as quero. Não falei das flores da dona Anita. Mas sobretudo não falei da saudade do Flip Guaraná parte da memória afetiva de muitos. Não posso esquecer minhas professoras Orlândina Melo e Acinê Garcia que me ensinaram a ler e escrever e da professora Zenar que me disse que escrever com a mão esquerda poderia ser útil e o quanto isso me foi realmente útil em um momento posterior da vida.  Não se pode falar de memória aqui sem falar do Memorial do Amapá e desse incansável Walter do Carmo. Não, não falei de todos, mas os que faltaram servirão de estímulo para manter o entusiasmo pela vida. 

Houve um momento em que pensei ter me desligado dessa cidade. Mas Macapá me chegava de diferentes maneiras, como quando o diretor do meu hospital pediu para atender alguém “de um lugar do qual eu nunca ouvira falar”, da moça que me disse ser minha “irmã de leite” por ter sido amamentada pela minha mãe. 

No meu livro deixei claro a dor da saudade e de como foi para mim viver longe daqui.

Considero-me testemunha de uma época e ao reler meus textos muitas vezes choro e outras sorrio porque os meus personagens ainda vivem. Contando minhas histórias penso estar apresentando aos mais jovens os ícones da minha época e agradecendo aos que trabalharam braço a braço com meu pai para que eu enfim conseguisse meu diploma de médico. 

Obrigado macapaenses, muito obrigado. 

Garcia Marques retirou-se da vida pública ao perceber que seu estado de saúde vinha se agravando. Escreveu uma carta de despedida aos amigos dizendo que se D’us o presenteasse com mais vida diria aos “velhos que a morte não chega com o fim da vida, mas, sim com o esquecimento”. 

Escrevi para que ninguém esqueça os simples que aqui viveram e construíram essa metrópole com amor e trabalho.  Obrigado macapaenses, muito obrigado.”

Prefeitura de Santana regulamenta o Fundo Municipal de Cultura

O prefeito Bala Rocha sancionou na última sexta-feira (23) o decreto nº 1036, que regulamenta o Fundo Municipal de Cultura da cidade (FMC), que tem como finalidade prestar apoio financeiro a projetos de natureza artístico-cultural e ao desenvolvimento de programas de produtores culturais do município.
“O Fundo  vai ajudar e muito no crescimento e fortalecimento da nossa cultura, principalmente na captação de recursos, como a Lei Paulo Gustavo do Governo Federal”, disse Bala

Fernando Canto: “O escritor é uma criança que ousa brincar com palavras”

ACADEMIA AMAPAENSE DE LETRAS

Discurso do presidente Fernando Canto ontem, 21, na sessão solene em comemoração aos 70 anos da AAL

“Confrades e Confreiras
Senhoras e senhores, boa noite.

Esta é uma data histórica para nós da Academia Amapaense de Letras e para a sociedade amapaense.

Quando falamos em data pensamos sempre em comemoração de algo ou feito bom, ou ainda sobre o marco de uma tragédia que ficou na memória da sociedade. Mas esta palavra vem do latim, do verbo dare e tem o significado de dado, algo que é dado. Por isso mesmo os escritores, os literatos doam a seus contemporâneos e a seus pósteros o que produziram e o que pensaram transcritos num papel ou algo semelhante. Esta seria então uma das funções do escriba, do narrador consciente dos acontecimentos significantes, já que todos possuem uma história para contar ao longo de sua vida, sendo protagonistas ou não.

Hoje, meus ilustres amigos, comemoramos a fundação da nossa Academia. É um acontecimento importante porque também lembramos do nascimento de um dos maiores escritores brasileiros, e não por acaso fundador e primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras, o carioca Joaquim Maria Machado de Assis, que certamente todos aqui já leram alguns dos seus textos.

O aniversário de 70 anos da AAL nos lembra a coragem daqueles que ousaram penetrar nesse mundo tão difícil, não pela busca do reconhecimento, mas pela responsabilidade com seu próprio, eu-lírico que por muitas vezes ficou latente e de repente explodiu pela vontade de dizer ao mundo que interpretou o desconhecido, que criou e matou personagens na sua ficção, ainda que todos os temas, fantásticos ou não, já estivessem rondando sua mente criativa devido ao convívio social do autor pelas leituras e sentidos abertos para o mundo.

Há quem ache que escrever é um mistério, que poetizar é um tipo de magia que torna o escritor um ser diferenciado.

Talvez sim, talvez não, pois cada um demonstra sua própria verdade no que cria ou faz. Essa é a sua responsabilidade.

Meus queridos amigos, antes de toda a seriedade o escritor é uma criança que ousa brincar com palavras. É o intérprete dos que não enxergaram o que ele viu, pois sonha, imagina, transcende e constrói aspectos da vida real e se anuncia na escritura como um anjo e sua espada de fogo ou, como um demônio à procura de almas desgarradas.

Um escritor é o que restaura a memória da humanidade, pois sempre é fundador de sentimentos que se esvaziaram no espaço e se deturparam no tempo. Ele executa e organiza pela escrita o caos deixado pelo passado e a antevisão do futuro tão recorrente nele. O escritor também processa em seu íntimo a predisposição visionária dos acontecimentos e não tenta ser simplesmente fiel a si mesmo. Reitero aqui o que disse, pois ele é um aglutinador de recordações da sociedade, antes de ser um solitário construtor de textos com sentidos organizados ou um deus criador de vidas e da morte em seus escaninhos mentais.

Devo lembrar então que o escritor se vale do lembrado e do esquecido, elementos esses que compõem uma experiencia, que é ao mesmo tempo individual e coletiva, e que a memória das pessoas é uma fonte inesgotável de informações, pois está plena de significados e sempre povoada de nomes e significações, posto que cada olhar sobre algo sempre revela coisas e remete a contextos diferentes e até emocionais. Daí dizer que ele se torna um etnólogo e escavador das coisas do mundo

Nesse bojo entram as organizações acadêmicas, as que procuram reunir psicologicamente as tendências individuais e coletivas de um povo com sua criatividade e seu sentido universal que honram e dignificam a raça humana pela cultura e pela arte. Assim, todos nós temos nossas preocupações sociológicas devido a sua correlação com a literatura, ainda que busquemos condicionamentos estéticos ou outros caminhos que não sejam o dessa correlação. Muito do que o escritor escreve está ancorado nela, nessa correlação, com todas as alegrias e mazelas que inevitavelmente envolve nossos olhos e provoca a iracúndia aos governantes. Por isso o literato carrega um tipo de poder que irradia, penetra e incomoda seus contentores e êmulos. E ao longo de sua permanência no planeta e até mesmo depois suas narrativas continuam por vezes incomodando e servindo de referência para tantas situações.

Mas hoje é dia de festa. É dia de comemorações. Uma comemoração tem sua própria liturgia e a nossa nem bem começou.

Eu poderia iniciar pelos agradecimentos a todos que nos ajudaram para a realização deste congraçamento, sejam pessoas ou instituições. Porém, deixei por último, pois serão sempre os primeiros que queremos e teremos como parceiros daqui para a frente.

Agradecemos ao Governo do Estado do Amapá, por meio da sua Secretaria de Cultura, à Assembleia Legislativa, ao SENAC e a Casa Francesa pelo apoio cultural imprescindível para a realização deste evento.

Todo esse processo é uma tecitura artesanal que queremos solidificar pelo pensamento e pela escrita, afinal há muito a desvendar, há muito a encantar pela escrita e muito a amar pelo brilho do olho do leitor, aquele ser ávido pelo conhecimento e por conteúdos que a magia da literatura traz para todos, de todas as idades.

MUITO OBRIGADO!”

Atores indígenas apresentam cinco espetáculos amanhã ma Ueap

O Amapá agora tem uma Cia de Teatro Indígena, o Teatro Maiuhi, formada por 30 jovens atores de quatro povos: Karipuna, Galibi Maruworno, Palikur e Waiãpi.
Amanhã, 23, a partir das 18h no Auditório Central da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), o grupo apresenta cinco espetáculos: O SUS e o Susto do Jacaré (sobre hesitação vacinal), A Terra chora: interesses vindos de fora (sobre o garimpo), Silenciamento racial: a luta de ontem e de hoje (sobre preconceito contra indígenas em instituições de ensino), Por onde anda o papagaio? (sobre alcoolismo) e Desaldeiada? (sobre a rejeição na aldeia de quem sai para estudar na universidade).

Parise e outras famílias de imigrantes que fazem a história da comunidade italiana no Brasil

Ao pesquisar sobre seus antepassados, o paulista Luiz Gustavo Parise descortinou um universo pouco explorado. Para além dos já batidos relatos de imigrantes italianos que embarcaram em um navio rumo ao Novo Mundo, em Partiremos ao Amanhecer o autor reconstitui em detalhes o cotidiano tanto da Itália quanto do Brasil desde o período pré-imigração até após a chegada dos italianos ao país.

O resultado é uma obra de 400 páginas que narram sobre a vida doméstica, o trabalho, a religiosidade, os costumes e a sociedade. São cenas como a do embarque dos italianos no porto de Gênova ou o momento em que Steffano Parise ampara Maria Agujaro durante o nascimento do primeiro filho do casal, com todas as dificuldades e superstições que envolviam um parto em 1798, ao mesmo tempo em que tropas napoleônicas invadiam a vila onde moravam.

Parise pesquisou em mais de dois mil documentos na Itália – onde esteve por cinco vezes -, leu mais de 30 livros, fez dezenas de entrevistas e visitou lugares por onde seus antepassados estiveram. Assim, foi possível escrever uma história verídica na forma de um romance histórico, com diálogos, descrições, sentimentos, personalidades, vestimentas, cenários e objetos reconstituídos pelo autor.

Além da família Parise, a obra cita dezenas de outros sobrenomes de origem italiana que hoje estão presentes em todo o Brasil. Dessa forma, ao contar a história da sua família, Luiz Gustavo Parise resgata também a trajetória de milhões de outros brasileiros que hoje formam uma das maiores comunidades de ascendência italiana do mundo. O prefácio é do produtor cinematográfico Rubens Gennaro, reconhecido pela produção focada na imigração italiana como nos filmes Anita e GaribaldiCafundó e Oriundi.

Ficha técnica
Livro: Partiremos ao Amanhecer
Autor: Luiz Gustavo Parise
ISBN: 978-65-5899-339-1
Páginas: 400
Preço: R$ 69,00
Onde encontrar: Amazon | Clube de Autores

Sobre o autor: Luiz Gustavo Parise nasceu em Conchas, interior de São Paulo. É piloto de avião há 24 anos, conduzindo a aeronave Airbus em linhas aéreas. Tem graduação em Psicologia e em Gestão de Empresa Aérea. Morou em San Diego, nos Estados Unidos e já visitou mais de 30 países. Sua paixão por histórias e outras culturas vem desde a infância.

(Giselle Zambiazzi )

AAL 70 anos – Confira a programação de terça e quarta-feira

20/6 – Terça-feira
local: auditório do Senac

18h – Cerimonial
Hino Nacional e Hino do Amapá
Atração artística: Companhia de Dança Grahan
Fala do presidente Fernando Canto (abertura dos trabalhos)

19h
Palestra “Jambu e a Academia Amapaense de Letras”
Palestrante: escritor e jornalista Ray Cunha

19h45
Palestra: Memorialismo: É assim que eu conto
Palestrante: escritor e médico Leão Zagury

20h30
Lançamento dos livros Jambu, de Ray Cunha; e Amor à Vida, de Wilson Carvalho

21h –  Praça de alimentação do Senac
Coquetel
Atração musical: Adenor Monteiro

21/6 – quarta-feira
Sessão Solene, com inicio às 18h.
Haverá declamação de poesia com Luiz Alberto Guedes; leitura da carta de Janary Nunes escrita por ocasião da fundação da AAL (a carta será lida por Rudá Nunes, filho de Janary); exibição de vídeo sobre o ex-presidente Nilson Montoril, falecido recentemente; entrega de certificados, troféus e medalhas; sessão de autógrafos dos escritores Ricardo Pontes, João Barbosa, Ivan Carlo (Gian Danton) e Tiago Quingosta; Corte do Bolo e parabéns; e encerramento com show do Grupo Pilão.

AAL 70 anos – Leão Zagury faz palestra sobre memorialismo nesta terça

Já está em Macapá o médico e escritor Leâo Zagury. Ele veio participar das comemorações alusivas aos 70 anos da Academia Amapaense de Letras. Amanhã, terça-feira, ele fará palestra com o tema “Memorialismo. É assim que eu conto”, as 19h45 no auditório do Senac. Antes, as 19 horas, o escritor e jornalista Ray Cunha palestrará sobre o tema “Jambu e a Academia Amapaense de Letras”.

Renomado escritor e uma das maiores autoridades em diabetes, Zagury – de tradicional família amapaense – nasceu em Belém, mas se criou em Macapá e nesta cidade viveu até mudar-se para o Rio de Janeiro para cursar faculdade, onde vive até hoje, mas sem perder os laços com Macapá.
É autor de vários livros, entre os quais “O menino e o macaco Caco”,  “O jacaré que comeu a noite” e “É assim que eu conto”. Este último são crônicas e contos onde ele conta causos e histórias encantadoras da sua vida em Macapá. Nesse livro, de acordo com críticos literários, Leão Zagury “transforma, em um piscar de olhos, realidade em ficção e vice-versa. Suas memórias e as histórias que ouviu dão vida a deliciosos contos que encantam o leitor”

Zagury diz que gosta de ficção, principalmente se usada para falar da vida real. “É assim que eu conto histórias que narram um pouco  da minha história. Histórias que mostram de quem e do que sinto saudade e um pouco do que passei na vida. Essas histórias me fazem rir e chorar”, diz ele.

Além de obras literárias, Leão Zagury é autor também de livros sobre diabetes, dos quais destaca-se “Diabetes sem medo”.

Mais sobre o autor
Leão Zagury é médico endocrinologista. Presidiu a Academia de Medicina do Rio de Janeiro e foi fundador e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Membro eleito da Academia de Medicina do Rio de Janeiro; Mestre em Ciências Médicas Endocrinologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Membro Honorário da Sociedade Argentina de Diabetes; Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Diabetes; Ex-vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia; Ex-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes; Ex-presidente da Academia de Medicina do Rio de Janeiro; Chefe do Serviço de Diabetes do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia Luiz Capriglione; Membro Honorário da Câmara Técnica de endocrinologia do Cremerj; Especializado em Endocrinologia e Metabologia; Especializado em Medicina Esportiva, Especializado em Nutrologia Especializado em Diabetes e  Cidadão carioca e amapaense.

AAL 70 anos – Presidente Fernando Canto anuncia três prêmios literários

A programação em comemoração aos 70 anos da Academia Amapaense de Letras (AAL) prossegue amanhã, terça-feira, às 19h no auditório do Senac,  com palestras, lançamento de livros, exposição de artes visuais e de livros, apresentação da Companhia de Dança Grahan e show musical com Adenor Monteiro.
A programação foi aberta na manhã desta segunda-feira com um café da manhã oferecido aos jornalistas, escritores, professores, artistas e demais amantes das letras.

Na ocasião, o presidente da AAL, Fernando Canto, fez um breve histórico da Academia e anunciou que brevemente serão lançados editais para os prêmios literários Alcy Araújo, Arthur Nery Marinho e Álvaro da Cunha. Os três (já falecidos) fazem parte da primeira geração de poetas do Amapá. Os prêmios marcam o centenário de nascimento desses três grandes escritores.A exposição de artes visuais fica aberta ao público até  quarta-feira

Poetisa Annie de Carvalho declamou na abertura da programação

(Fotos: Flávio Cavalcante)