Fotos – Era assim o Círio antes da pandemia

Neste domingo dedicado à Virgem de Nazaré, padroeira da Amazônia, mais uma vez, por causa da pandemia, não teremos a tradicional procissão do Círio, que acontece em Macapá desde 1934. Mas haverá missa e carreata nas paróquias, almoço em família e muita oração.
Ao longo dos últimos anos fiz muitas fotos da procissão e hoje selecionei algumas para a gente relembrar como era a devoção antes da pandemia.

(Fotos: Alcinéa Cavalcante)

Romaria dos rodoviários abre a programação do Círio de Nazaré nesta sexta

Nesta sexta-feira, 8, às 14h, a Romaria dos Rodoviários abre a programação central das celebrações do Círio de Nazaré em Macapá. Sob a condução das Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré sai em carro aberto pelas ruas da capital acompanhada por devotos motoristas particulares, taxistas, autoescolas e rodoviários em geral. A primeira romaria tem sua concentração na sede da Rede Amazônica, no bairro Buritizal.

A Romaria dos Rodoviários percorre as ruas da Zona Sul da capital em direção à Paróquia Nossa Senhora de Fátima e Sant’Ana, em Santana, com chegada marcada a partir das 18h. No percurso, os devotos terão a oportunidade de realizar suas homenagens ou acompanhar em transporte próprio o traslado.

No sábado, 9, às 7h, acontece no Porto da empresa Souzamar a concentração para a realização da Romaria Fluvial, para homenagem das comunidades ribeirinhas e aquaviários.

As embarcações devidamente inscritas na Capitania dos Portos do Amapá (CPAP) podem acompanhar o percurso com o transporte de peregrinos dentro das normas estabelecidas.

A imagem de Nossa Senhora de Nazaré será conduzida na Romaria Fluvial até chegar ao porto da empresa NorteLog no Rio Matapi, no distrito industrial, por volta das 10h, onde será recepcionada pelos participantes da Romaria dos Motociclistas.

as particulares, taxistas, autoescolas e rodoviários em geral. A primeira romaria tem sua concentração na sede da Rede Amazônica, no bairro Buritizal.

A Romaria dos Rodoviários percorre as ruas da Zona Sul da capital em direção à Paróquia Nossa Senhora de Fátima e Sant’Ana, em Santana, com chegada marcada a partir das 18h. No percurso, os devotos terão a oportunidade de realizar suas homenagens ou acompanhar em transporte próprio o traslado.

 

No sábado, 9, às 7h, acontece no Porto da empresa Souzamar a concentração para a realização da Romaria Fluvial, para homenagem das comunidades ribeirinhas e aquaviários.

Os motociclistas conduzirão a imagem peregrina até a Catedral São José, com chegada prevista para às 12h.

Os participantes das Romarias devem acompanhar a imagem seguindo as orientações das autoridades de segurança e defesa social, bem como, com uso permanente de máscara, álcool 70% para higienização e distanciamento necessário para prevenção contra covid-19.

Percursos

Romaria dos Rodoviários – 8.10.2021

Concentração: Às 14h – rede Amazônica (TV Amapá/Radio CBN). Itinerário:  Av. Diógenes Silva / Rua Santos Dumont / Rod JK / Rua Vila Operário / Av. Maria do Oliveira Santana / Rua Caetano Dias Tomás (Pass. Ig. Santa Terezinha)/ Rod Salvador Diniz / Rua Cláudio Lúcio Monteiro / Rua B. Um (Fundação Marcelo Cardio) / Rua D Nove / Rua D Treze / Rua B. Um / Rua D Dezenove / Tv Manoel Moura de Carvalho (Capitania dos Portos do Amapá)/ Rua Cláudio Lúcio Monteiro (rotatória – Igreja N Sra Perpetuo Socorro) / Av. José de Anchieta (Pass. Casa da Hospitalidade / Casa dos Idosos) / Rua Pedro Salvador Diniz / Av. 15 de Novembro / Chegada Igreja N. Sra de Fátima e Sant’Ana

Romaria Fluvial – 9.10.2021

Concentração: às 7h no Porto da SouzaMar. Itinerário: Saída até o Igarapé da Fortaleza, retorno seguindo até o Porto da NorteLog (Rio Matapi).

Romaria dos Motociclistas

Concentração: Às 10h no Porto da NorteLog. Itinerário: Saída do terminal do Matapi (Distrito Industrial) / Rod AP-10 / Rod Duca Serra / Av. Pe Julio Maria Lombard (Parada em frente ao 22º BIS / Rua General Rondon / Catedral São José.

(Diocese de Macapá/Pastoral da Comunicação)

Círio 2021 – Romaria fluvial

Encerra amanhã, 7 , o prazo para inscrever na Capitania dos Portos as  embarcações que participarão  da Romaria Fluvial do Círio de Nazaré 2021.

A Romaria Fluvial será na manhã de sábado, 9, com saída do Porto da Souzamar, em Santana, e  chegada no Porto da NorteLog, no Rio Matapi.

Círio 2021: Sem procissão, imagens peregrinas serão conduzidas em carro aberto pelas ruas de Macapá no domingo

A Comissão Organizadora do Círio e os Vicariatos da Diocese em Macapá preparam para o próximo domingo, 10, o translado em carro aberto das imagens peregrinas da Virgem de Nazaré pela capital como parte da programação oficial deste ano.

Serão realizadas quatro carreatas visando permitir que devotos possam realizar suas homenagens à Nossa Senhora de Nazaré o mais próximo de suas residências e sem necessitar de grandes deslocamentos. As carreatas passarão nas principais igrejas de cada Vicariato. Antes da realização do percurso, a celebração da Missa do Círio acontece em cada Igreja Matriz Paroquial de Macapá na manhã deste 2º domingo de outubro.

Percurso Vicariato I

O Vicariato I reúne as Paróquias São Benedito, N.S. do Rosário e N.S. de Nazaré. Às 7h da manhã uma missa será celebrada na Igreja Matriz de São Benedito e em seguida conduzida em carro aberto em direção à Zona Norte da capital com destino à Paróquia N.S. de Nazaré e passando pelos bairros e igrejas da Paróquia do Rosário.

Concentração: Rua General Rondon (Igreja São Benedito) / Rua Guanabara (Igreja N Sra Aparecida) / Rodovia Perimetral Norte / Rua Vereador Júlio Maria Pinto Pereira (Igreja Santa Cruz)/ Av. Joaquim Silva do Amaral / Rua Josefa Pelaes da Silva (Igreja N Sra do Rosário)/ Av. Ana Maria Gomes da Costa / Rod do Curiau / Perimetral Norte / Rua Brasil Novo / Av. Caneleiras / Rua Mamoeiro / Av. Coqueiro / chegada na Igreja Nossa Senhora de Nazaré.

Percurso Vicariato II

O Vicariato II reúne as Paróquias Jesus de Nazaré, Santuário de Fátima e São João Piamarta. A imagem peregrina do Vicariato sairá da Igreja São João e Santa Maria, no Cabralzinho, em direção a Igreja Matriz de Jesus de Nazaré. Em seguida, segue em direção ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima para a conclusão da carreata.

Igreja Santa Maria e São João Evangelista – Cabralzinho
Trajeto: Rod Duca Serra / Trav. Joaquim Pinheiro Borges / Av. Cora de Carvalho / Rua Dr. Marcelo Cândio / Av. FAB / Rua Hildema Maia / Av. José Tupinambá / Rua Professor Tostes / Av. FAB / Rua Odilardo Silva / Av. Ernestino Borges / Rua Jovino Dinoá / Av. Pedro Américo / Rua Leopoldo Machado / Av Antonio Coelho de Carvalho / Rua Hamilton Silva / Av. Mendonça Furtado / Rua Professor Tostes / Av. Cora de Carvalho / chegada no Santuário Nossa Senhora de Fátima (Santa Rita) .

Percurso Vicariato III

O Vicariato III que reúne as Paróquias Sagrado Coração de Jesus, Cristo Bom Pastor e Jesus Bom Samaritano vai conduzir a imagem peregrina pelas ruas da Zona Sul de Macapá. A saída está programada para logo após a missa solene na Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, no bairro do Buritizal, percorrendo os bairros até chegar em Cristo Bom Pastor, no Novo Buritizal e seguindo em direção ao Zerão e Universidade para finalizar o percurso na Igreja Jesus Bom Samaritano, na primeira arena do Zerão.

Concentração: Na Igreja Sagrado Coração de Jesus – Trajeto: Av. 1º de Maio / Rua Santos Dumont / Av. Teresa Maciel Tavares / Rua Prof. Tostes / Av. dos Aimorés / Rua Hildemar Maia / Av. 13 de Setembro / Rua Tia Bela / Av. Antônio Ferreira de Jesus / Av. 13 de Setembro / Rua Tiago Flexa da Costa / Av. João Batista Coutinho / Trav. Municipalista / Av. Armando Limeira Pontes / Av. Raimundo Antônio Machado / Rua Carlos Drumond de Andrade / Av. Edite Penaforte / Rua Benedito Lino do Carmo / Av. Bem-Hur Correa Alves (7ª do Congós) / Av. Netuno / Av. da Estrela / Av. Saturno / Av. Júpiter / Rua Marte / Av. Netuno / Av. da Estrela / Av. Ivaldo Veras / Av. Inspetor Aimoré / Av. Mário Fortunato Barriga / Rua Euríco dos Santos Barbosa / Av. Maria Geovanete / Rua Djalma Nascimento / Av. Raimundo Péres / Rua Dr. Braulino / Av. Francisco Matos / Rua Amadeu Gama . Chegada na Igreja Jesus Bom Samaritano ( Rua Amadeu Gama, 782 – Zerão )

Percurso Vicariato IV

O Vicariato IV corresponde as paróquias São José, Santuário N.S. Perpétuo Socorro, N.S. da Conceição e São Pedro. A carreata deste vicariato saí após a missa às 8h no Santuário do Perpétuo Socorro, passa pelas ruas do centro em direção a Paróquia n. S. da Conceição, no bairro do Trem, e em seguida chega ao bairro Beirol, na Paróquia São Pedro.

Concentração: Igreja Santuário de N.S. Pérpéuo Socorro: Rua Acesio Guedes / Av. Rio Xingu / Rua Turíbio O Guimarães / Av. Pedro Américo / Rua São José / Av. José Tupinambá de Almeida / Rua Candido Mendes / Av. Iracema Carvão Nunes / Rua Odilador Silva / Av. Professor Cora de Carvalho / Rua Leopoldo Machado / Av. Cônego Domingo Maltez (Igreja N Sra da Conceição) / Rua Rio Pedreira / Rua Beira Rio (Centro Covid – Igreja Santa Inês) / Rua do Araxá / Rua Setentrional / Sétima Avenida / Rua Humberto Goes (Igreja N Sra de Nazaré) / Av. Equatorial / Rua Samuel Trajano de Souza (Igreja N. Sra de Guadalupe) / Rod Juscelino Kubitschek (Igreja São Paulo) / Av. Antônio Martins da Silva / Rua Jovino Diona / Chegada na Igreja São Pedro.

Catedral

A Catedral São José, mesmo sendo a igreja matriz paroquial, não receberá a carreata do Vicariato IV em decorrência das celebrações centrais do Círio de Nazaré presididas pelo bispo diocesano, dom Pedro Conti, e pelo pároco Padre Rafael Donneschi, às 7h30, às 10h e às 19h.

(Diocese de Macapá/Pastoral da Comunicação)

Círio 2021: Mais de 400 peregrinos caminharão de Fazendinha ao Santuário de Fátima em Macapá

Mesmo sem a realização da procissão do Círio de Nazaré em Macapá neste domingo, dia 10, mais de 400 peregrinos irão manter uma tradição que cresce a cada ano. No domingo do Círio peregrinos irão sair do distrito de Fazendinha – distante 13 km de Macapá – até o Santuário de Nossa Senhora de Fátima, no bairro Santa Rita na capital amapaense.

Como nos anos anteriores a peregrinação terá início às 5h, saindo de Fazendinha, seguindo pela rodovia Juscelino Kubistchek, rua Hildemar Maia, até o Santuário.

Independente da realização da procissão do Círio de Nazaré, fiéis, devotos e pagadores de promessas realizam a peregrinação já há algum tempo.A caminhada de fé e exemplo de devoção a Deus e Nossa Senhora de Nazaré, tem a participação de moradores de Fazendinha, Macapá e Santana.

Ao chegar no santuário os peregrinos são recebidos com café da manhã e água. Para atender aos peregrinos o Santuário vem arrecadando alimentos e água mineral. As doações podem ser feitas até sábado, dia 9, no próprio Santuário.

“Precisamos do apoio dos devotos de Nossa Senhora e da população amapaense, contribuindo com água e alimentos para atendermos os mais de 400 irmãos peregrinos que vamos receber no domingo do Círio” diz o reitor do Santuário.

No mesmo domingo do Círio o santuário terá a celebração de duas missas, sendo a primeira as 7h30 e a segundo ás 10h, não sendo realizado a santa missa das 18h.

(Fonte: Portal do Santuário)

A mulher do cego – Dom Pedro José Conti

A mulher do cego
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá 

Um homem tinha uma filha muito feia. Conseguiu que se casasse com um cego, porque ninguém a queria. Certo dia, porém, chegou naquela cidade um médico que se ofereceu para devolver a vista ao cego. O pai da moça foi totalmente contrário a isso por medo que o homem pudesse se divorciar da filha dele.

Continuamos a leitura do evangelho de Marcos. Encontramos ao menos dois grandes ensinamentos. O primeiro diz a respeito da expulsão de demônios usando o nome de Jesus, por parte de pessoas que não estavam diretamente no grupo que o seguia. Talvez os discípulos estivessem com inveja daquilo que estava acontecendo, mas Jesus não se importa com isso, ao contrário, manifesta-se favorável. Ele fica feliz se, por causa do seu nome, alguém é liberto de uma situação de sofrimento. Até um copo de água, algo tão simples e pobre, dado com generosidade aos amigos de Jesus, será premiado. O verdadeiro bem é sempre valioso e não pode produzir frutos contrários ou palavras maldosas. “Quem não é contra nós é a nosso favor”, declara Jesus (Mc 9,40)

O segundo assunto é sobre o pecado do escândalo e as palavras do Evangelho são muito duras. Os “pequeninos que creem” não são as crianças, mas os simples e os humildes do Reino de Deus. Nesse caso, a pequenez não depende da idade ou de alguma condição de inferioridade. Os “pequenos” são todos aqueles que desistem do orgulho e da arrogância e se deixam alcançar pelo amor do Pai. São os “puros de coração” da bem-aventurança de Mateus (Mt 5,8 “eles verão a Deus”) e até Jesus se diz “manso e humilde de coração (Mt 11,29). O grande pecado, o de sempre, é o do ser humano que quer ser “como deus” (Gn 3,5), que recusa a sua condição de criatura e quer disputar com o próprio Deus. Se ainda a humanidade tinha dúvida, Jesus veio para manifestar plenamente a paternidade amorosa e a misericórdia de Deus e enviou os seus discípulos para anunciar e testemunhar essa Boa Notícia. “Deus é amor” (1Jo 4,7-8), ele não quer humilhar o ser humano ou se impor com o seu poder. Ele se doa a todos aqueles que o procuram de coração sincero. Somente precisa acreditar, confiar e deixar-se envolver e transformar por este amor.

O “escândalo” acontece quando quem deveria ensinar o caminho certo para o encontro com Deus não o faz, quando promove a si mesmo, usa o nome de Deus, ou de Jesus, não para o bem, mas para confundir, afastar, dividir. Quem deveria ensinar o caminho da Vida e não o pratica claramente, desvia a si mesmo desse caminho e deixa escandalizados os pequenos. A responsabilidade das Comunidades, da Igreja toda, do primeiro ao último batizado, é muito grande. Por isso, Jesus fala em “cortar” e “arrancar” tudo aquilo que leva a pecar, porque a grande meta a ser alcançada é “entrar no Reino de Deus”. Sem dúvida, Jesus usa palavras que são também imagens. Ele não quer um povo de seguidores mutilados, mas sim um povo de cristãos decididos, corajosos e coerentes.

Para Jesus não existem opções de fé pela metade. Isso não significa que a alegria de ser cristãos seja reservada só para pessoas perfeitas que nunca erram. São os doentes, ou seja, os pecadores, que precisam do médico e não os que têm boa saúde (Mc 2,17 “Não vim chamar justos, mas pecadores”). Ele está sempre disposto a nos perdoar, contanto que o reconheçamos como único Senhor de nossas vidas e não fiquemos, talvez, servindo a dois senhores (Mt 6,24) sobretudo quando um desses senhores é o dinheiro, o poder, ou a nossa ambição desmedida. Quando o Papa Francisco fala em “tolerância zero” na nossa Igreja, não está condenando alguém, mas está nos exortando a todos a corrigir os erros e os possíveis escândalos desde o início, sem deixar que se espalhem, sejam esquecidos ou considerados inevitáveis. Então, vamos arrancar o olho que nos leva a pecar? Claro! Se for necessário para entrar no Reino. No entanto, talvez, seja bom também enxergar bem, não para divorciar da mulher feia, mas para ver claramente o mal .

Qual riqueza? – Dom Pedro José Conti

Qual riqueza?
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá

Certo dia, o marido disse à esposa:

– Sabe, querida, trabalharei muito e, um dia, seremos ricos.  A esposa respondeu:

– Querido, nós já somos ricos. Porque eu tenho você e você tem a mim. Um dia, talvez, teremos dinheiro.

No evangelho de Marcos, deste domingo, encontramos Jesus e seus discípulos andando, quase às escondidas, pela Galileia. Na realidade, “o segredo” está no segundo anúncio da paixão. Ele fala também da ressurreição, mas os discípulos “não compreendiam estas palavras e tinham medo de perguntar” (Mc 9, 32). Entendemos que o assunto é sério e que sempre será muito difícil aceitar Jesus como “messias” sofredor. Mais ainda: um messias perdedor, sem mais nada, sem poder nenhum, vergonhosamente derrotado. Talvez os discípulos tivessem medo de lhe pedir uma explicação mais clara para não ter que reconhecer que aquelas palavras de Jesus derrubavam os sonhos de grandeza que, secretamente, acalentavam. Aqueles seguidores representam todos nós e os cristãos de todos os tempos. A razão é simples. Os reinos e as sociedades humanas funcionam como uma pirâmide de poder. De uma maneira ou de outra, quem está em cima manda em quem está em baixo. Vez por outra, as coisas parecem melhorar; mudam as leis e os sistemas de governo, mas sempre aparece algo que, do alto, “pesa” mais que outras coisas. Hoje, vivemos sob o jugo da economia, das leis do mercado. Tudo bem misturado e aliado com o poder das armas, da tecnologia, dos meios de comunicação que exaltam o individualismo e o consumismo. Alguém duvida que estejamos vivendo tempos de grandes disputas? As contendas começam em nossas famílias e nem as religiões escapam das confrontações. Todos querem ganhar, sobressair, estar por cima, ser os maiores, ser os primeiros. Poder e riquezas continuam fascinando.

Jesus, o Mestre, tem algo importante para nos dizer. É quase um “segredo”, é para poucos, porque também é muito difícil de ser entendido e acolhido. Por isso, fala “em casa” e chama só os doze ao seu redor. Primeiro explica: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!” (Mc 9,35). Mas, a quem servir? Eles devem lembrar outras palavras dele. Devem “servir” aos pequenos, aos pobres, àqueles que nunca poderão devolver o que receberam. Isso para que o serviço da caridade não seja interesseiro, não tenha outro objetivo a não ser o bem daqueles que foram ajudados. De outra maneira, deixaria de ser um gesto de amor e seria uma troca de favores, a ser cobrada antes ou depois. Logo em seguida, Jesus, para ajudar a entender o que quer nos ensinar, pega uma criança e a propõe como modelo de pessoa que deve ser abraçada, acolhida e servida por causa dele, para honrar o nome dele, e, por isso, de maneira totalmente amorosa e gratuita. Uma criança! Exemplo claro de alguém que, muitas vezes, passa despercebido, quase invisível.  Alguém que, naquele tempo, pouco ou nada valia. Só dava despesa e devia ser cuidada. Ainda não produzia nada, não podia ser uma força de trabalho.

Hoje, parece muito diferente, mas nem tanto. Falo dos milhões de crianças fora da escola por causa das guerras, das migrações, da fome e da miséria. Têm crianças transformadas em soldados, violentadas em sua inocência ou exploradas em sua dignidade. Têm crianças vendidas como mercadoria, roubadas de sua infância e usadas para satisfazer os desejos e as ambições dos adultos. Apesar de tantos progressos, continua difícil para os mais velhos acolher as crianças como elas são, como elas vêm ao mundo, com seus limites, mas também com o direito de serem diferentes de como, talvez, os pais as queriam. Isso porque cada pessoa é um dom de Deus único e irrepetível. Dom e desafio ao mesmo tempo para ser acolhido e amado, com total gratuidade, sem condições ou chantagens. Jesus nos ensina que para Deus Pai cada pessoa vale por si mesma, é um verdadeiro tesouro, uma riqueza incomparável. Só quem ama sabe dar o verdadeiro valor às pessoas amadas. Pode faltar dinheiro, mas quanta riqueza temos em nossas famílias! Ainda não a descobrimos?

As palavras no chão – Dom Pedro José Conti

As palavras no chão
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá 

Um bom paroquiano acabava de participar da Missa e estava chegando perto da sua casa. De repente, um amigo aproximou-se dele e lhe disse:  “Eu preciso lhe falar”. O bom homem viu naquele encontro um sinal do céu. Ficou tão entusiasmado que começou a falar de tudo aquilo que achava importante. Falou das bênçãos de Deus, da eficácia da oração, do compromisso, da satisfação em fazer o bem e explicou ao amigo que ele era um sinal enviado pelo seu anjo da guarda porque antes estava se sentindo só, mas agora não mais. Falou, falou com palavras inspiradas. O amigo o escutava em silêncio. Agradeceu e foi embora. O bom paroquiano perdeu um pouco da sua euforia. Também porque percebeu que, por conta da sua empolgação, não tinha prestado atenção ao pedido do amigo. Baixou os olhos e viu todas as suas palavras no chão, espalhadas na rua.  

O trecho do Evangelho deste 21º Domingo do Tempo Comum é a conclusão do capítulo 6 do evangelho de João. Deixamos Jesus, dois domingos atrás, afirmando: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51). Os judeus questionam: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” (v.52). Mas Jesus insiste: “Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida” (v.55) e ainda repete o que já disse no v.51: “Aquele que come este pão viverá para sempre” (v.58).

Apesar de estarmos, talvez, familiarizados com a linguagem simbólico-teológica do evangelho de João, sobretudo neste capítulo onde nos fala da Eucaristia, não podemos deixar de nos maravilhar das conexões que surgem entre elementos tão diferentes. Comemos é pão e bebemos é vinho. Só que o pão é a carne de Jesus e o vinho é o sangue dele. Sem fazer a ligação com a vida doada de Jesus e o seu sangue derramado na cruz esta linguagem fica incompreensível. No entanto, parece-me que o mais difícil seja entender o que representa para os seguidores de Jesus comer o seu corpo e beber o seu sangue. Significa escolher participar do seu amor, doando também a própria vida a serviço dos irmãos. O amor é a essência de Deus. Amar é participar da vida divina, vida esta que é plena, porque vai além do tempo limitado da nossa passagem neste mundo humano. A “palavra dura” do evangelho deste domingo não é, portanto, a promessa da vida plena, mas o jeito de alcançá-la. Esse é o paradoxo exigente de Jesus: é possível encontrar a “vida plena” somente perdendo-a, ou seja, gastando-a por amor a Deus e ao próximo. Se o egoísmo ou a indiferença falam mais alto, dá vontade mesmo de desistir.

É isso mesmo que Jesus pergunta aos discípulos: “Vós também vos quereis ir embora?” (Jo 6,67). A resposta de Pedro é uma verdadeira profissão de fé: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (Jo 6,68-69). Para o evangelista João, Jesus é a Palavra de Deus feito carne (Jo 1,14), agora ele vai dar essa “carne” – o seu corpo, a sua vida – por meio do sinal do pão, como alimento àqueles que acreditarem nele. No memorial da Páscoa de Jesus, acontece uma comunhão extraordinária entre o ser humano e as Pessoas divinas. A Palavra sem Eucaristia pode resultar num discurso bonito, mas vazio; a Eucaristia sem a Palavra pode ser só um cerimonial bem-organizado.  Palavra e Eucaristia são “alimentos” que se completam, um explicando o outro, um plenificando o outro. Na missa nos são apresentadas a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia para podermos nos alimentar de ambas. Acreditamos que Jesus é o Pão Vivo descido do céu, mas ele é, também, a Palavra viva. Essa Palavra não é um livro para ser simplesmente lido, mas é alguém que continua a ensinar, a corrigir, a perdoar e a enviar. A Palavra transforma a nossa vida quando se torna a nossa mesma maneira de pensar, de falar e de agir. Para conseguirmos isso, precisamos antes ser, nós mesmos, bons ouvintes da Palavra de Deus. Somente assim aprenderemos a escutar os irmãos para entender seus anseios, esperanças e necessidades. Sem escutar primeiro, falaremos à toa.

Festa de São Tiago 2021 será restrita à vila de Mazagão Velho

A comunidade da vila de Mazagão Velho, no Município de Mazagão divulga a programação da Festa de São Tiago 2021, que, em sua 244ª edição, será restrita aos moradores da localidade devido à pandemia de covid-19.

Assim como em 2020, será mantida apenas a parte religiosa da celebração, que acontece de 16 a 28 de julho sob realização da comunidade de Mazagão Velho, com apoio do Governo do Estado e da prefeitura municipal.

Os festejos irão respeitar todas as normas de segurança dos decretos vigentes e as medidas sanitárias de prevenção à covid-19. O acesso à vila será restrito aos moradores, com cadastro e identificação de seus veículos. À pedido da Comissão Organizadora, a Prefeitura de Mazagão deverá decretar lockdown na vila, para evitar aglomerações.

Programação 2021
No dia 16, primeiro dia da programação, será mantida a alvorada festiva, apenas com a queima de fogos. Ao meio-dia, o toque das caixas (tambores) e dos sinos na igreja e, à noite, novenas a partir das 18h30 e às 19h30, acontece uma transmissão ao vivo pela internet com a cultura e tradição de Mazagão Velho como tema central.

As novenas e celebrações na igreja acontecem de 17 a 23 de julho, a partir das 18h30; no dia 24 de julho, a live terá como tema o episódio da Entrega dos Presentes e o tradicional Baile de Máscaras.

No dia 25 de julho, dia de São Tiago, haverá missa campal na frente da capela do Santo a partir de 8h, respeitando o distanciamento social e o limite de 150 pessoas, além da obrigatoriedade do uso de máscara e álcool em gel. Em seguida, as imagens de São Tiago e São Jorge percorrem as principais ruas da vila e bênção chegada na frente da igreja. À noite, uma live reconta os episódios da festividade e o enredo da encenação da batalha entre mouros e cristãos.A programação segue até o dia 28, com missa campal na frente da igreja e uma live sobre a Festa de São Tiago das Crianças. A comunidade tem o propósito de manter a tradição, mas com os devidos cuidados de manter as medidas de prevenção e segurança contra a Covid-19.
“A pandemia mudou a rotina do mundo. Queremos manter os rituais religiosos da Festa de São Tiago, homenagear as vítimas da Pandemia e manter viva nossa maior expressão cultural, já que se trata de uma das mais importantes festividades religiosas e culturais do Amapá”, assinala Tiago da Assunção Belo dos Reis, coordenador da Comissão Organizadora da festa.

Confira a programação:
Dia 16 de julho (sexta-feira):
5h – Alvorada;
12h – Toque do meio-dia na frente da igreja;
– Mini-transladação das imagens/carreata;
18:30h – Celebração;
19:30h – Live sobre a Festa de São Tiago;

De 17 a 23 de julho:
12h – Toque do meio-dia na frente da Igreja;
18:30h – Novena/celebração;

Dia 24 de julho (sábado):
5h – Alvorada;
12h – Toque do meio-dia na frente da Igreja;
18:30h – Celebração/novena;
20h – Live sobre a Entrega dos Presentes e Baile de Máscaras;

Dia 25 de julho (domingo):
5h – Mini-translado das imagens dos Santos;
8h – Missa campal na frente da Capela – respeitando o distanciamento social;
9h – Carreta com as imagens de São Tiago e São Jorge pelas ruas de Mazagão Velho;
10h – Bênção na chegada na Igreja;
12h – Toque do meio-dia na frente da Igreja;
15h – Live sobre o enredo, capítulos e contexto histórico e cultural da Festa de São Tiago;
19h – Queima de fogos em louvor ao dia de São Tiago;

Dia 27 de julho (terça-feira):
5h – Alvorada;
12h – Toque do meio-dia na frente da Igreja;
18:30h – Celebração/novena na igreja;

Dia 28 de julho (quarta-feira):
5h – Mini-translado das imagens dos Santos;
8h – Missa campal (área em frente à Igreja);
9h – Carreta com as imagens de São Tiago e São Jorge com as figuras da festa das crianças pelas ruas de Mazagão Velho;
– Live sobre a Festa de São Tiago das crianças.
12h – Toque do meio-dia na frente da igreja.

(Fonte: Portal do Governo do Amapá)