Círio de Nazaré – Carreatas em vez de procissão por causa da pandemia

O bispo de Macapá, dom Pedro José Conti e o coordenador do Círio de Nazaré padre Rafael Donneshi divulgaram nesta quarta-feira, 5, a proposta da Diocese de Macapá e da Comissão Organizadora para a programação da festividade neste ano em honra a Nossa Senhora de Nazaré.

Por causa da pandemia não haverá a tradicional procissão no segundo domingo de outubro. A missa campal está mantida. Mudou apenas de lugar: em vez de ser na Praça Nossa Senhora de Fátima será no estádio Zerão.
Nos anos anteriores após milhares de fiéis seguiam em procissão até a igreja de São José. Este ano, a procissão será substituída por carreatas. Cinco carreatas com imagem da Virgem de Nazaré percorrerão a cidade.

“Finalmente, podemos comunicar uma primeira proposta que esperamos ser realizável da programação do Círio”, disse dom Pedro. “Digo possível, porque sempre temos que acompanhar as permissões dos Comitês para o combate da Covid-19”, explica.

De acordo com Dom Pedro, com o processo de flexibilização destes dias, a expectativa é que em outubro se possa realizar a programação com as devidas medidas de segurança sanitárias. “Não terá a procissão. Isso já anunciamos antecipadamente. Porque seria uma grande aglomeração com um risco incomparável”, disse.

O bispo explica que a proposta, portanto, é favorecer que os fiéis acompanhem a programação em casa, pelas ruas ou comunidades paroquiais.

Programação
No sábado, 10 de outubro, às 19h, na Catedral São José haverá a tradicional missa da troca do manto, seguida da transladação em carreata da Imagem da Virgem de Nazaré para o estádio Milton de Souza Corrêa (Zerão). Após a chegada da Imagem no estádio, uma Vigília de Oração será realizada com os movimentos eclesiais e novas comunidades da Diocese.

No domingo, 11 de outubro, às 8h, acontece a missa campal no estádio Zerão, com número limitado de participantes distribuídos por paróquia e vicariatos. O local foi escolhido para que se pudesse realizar o controle do número de fiéis de forma a garantir o distanciamento na arquibancada.

O estádio tem capacidade de público de 5 mil pessoas, mas o número de fiéis dentro para a missa campal do Círio deve ser reduzido a menos da metade para atender as orientações das autoridades que indicarão o número de pessoas permitido.

Carreatas
Após a missa no estádio, a comissão prevê a realização de cinco carreatas com imagens peregrinas da Virgem de Nazaré. “Pensamos nos quatro vicariatos, por isso vamos entregar quatro imagens de Nossa Senhora de Nazaré para que sejam levadas, cada uma, no seu vicariato”, explica o bispo.

A partir de uma paróquia pré-definida sai uma carreata com a imagem da santa pelas ruas, bairros, comunidades, passando por todas as paróquias do Vicariato. Em Macapá, a Diocese possui quatro Vicariatos que reúnem as 13 paróquias da cidade.

Além destas quatro carreatas previstas, outra com a Berlinda levando a Imagem principal da Virgem percorre um outro trajeto até a Catedral São José. Desta forma descentralizada, os fiéis podem acompanhar a carreata mais próxima. Os trajetos serão divulgados em breve.

Descentralização
A programação está sendo organizada para descentralizar os eventos do Círio. As paróquias da cidade sediarão as novenas, os momentos de peregrinação, as carreatas e outros momentos devocionais, como exemplo o Círio dos Jovens.

Até o momento a Comissão organizadora tem como confirmadas as romarias fluvial e dos motociclistas.

Artigo dominical

A escada da oração
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá

Um famoso produtor cinematográfico suscitava a curiosidade de todos, porque tinha o costume de usar as escadarias de serviço do edifício onde trabalhava todo dia e nunca aproveitar do elevador.

Um dia, o pessoal quis saber o porquê dessa escolha. Ele simplesmente respondeu:
– Seria mais fácil usar o elevador, mas eu prefiro a minha “escada de oração”. Pela manhã, subo a escadaria devagar e, assim, tenho alguns minutos de oração. Peço a Deus que me dê luz para tomar as decisões certas ao longo do dia. Lembro-me dos milhares de pessoas que trabalham nas minhas empresas e os milhões que irão assistir aos nossos filmes. Ao entardecer, desço também a escada para ter tempo de agradecer ao Senhor pela sua ajuda.

Muitos devem ter pensado que era um esforço inútil e uma burrice. Podia rezar em outro lugar e em outro momento. Verdade. No entanto, para aquele senhor, muitas coisas se passavam por sua cabeça subindo e descendo as escadarias. Orar a Deus e preocupar-se com a situação dos demais tornava leve a sua fadiga. Quem age por amor, não sente, digamos, tanto assim, o peso do seu esforço. A certeza de ajudar alguém alegra o coração e multiplica as forças. Ao contrário, quando fazemos as coisas por obrigação, por interesse ou sem nenhuma motivação significativa, tudo fica mais cansativo e buscamos encontrar todas as formas possíveis para aliviar, ou mesmo burlar, os nossos compromissos. Este é, em poucas palavras, o ensinamento do evangelho deste domingo. Jesus fala do “jugo” e do “fardo” dele que, para quem os carrega com o mesmo esp&ia cute;rit o amoroso, tornam-se “suave” e leve”. Será que acreditamos nisso? Antes, porém, vamos lembrar outras palavras do trecho evangélico deste domingo, no qual Jesus louva ao Pai porque esconde certas “coisas” aos sábios e entendidos e as revela aos pequeninos. Que “coisas” serão essas?

Continuamos com a leitura do evangelho de Mateus. Jesus lamenta a incredulidade das cidades por onde passou. O anúncio do Reino foi acompanhado por sinais. Justamente aqueles que os profetas tinham apontado como distintivos do “messias”. Foi também lembrando esses mesmos sinais que Jesus respondeu à pergunta de João Batista se era ele, Jesus, o esperado ou se deviam aguardar outro. Com todas essas manifestações, os moradores daquelas cidades não deviam ter reconhecido e acolhido Jesus como o “ Cristo”? Não foi bem assim e nós conhecemos o desfecho da missão de Jesus. Com esta recusa já aparece, no horizonte, a sombra da cruz. Mas será que ninguém mesmo compreendeu a novidade que a própria pessoa de Jesus representava e realizava?

Eis a resposta do evangelho de Mateus: “os pequeninos”! Eles acolheram o profeta da Galileia! Com o título de “pequeninos”, algumas vezes, é indicado o pequeno grupo dos seguidores de Jesus, mas, neste trecho, quem está do lado oposto são os “sábios e entendidos”, ou seja, todos aqueles que se achavam autorizados a julgar o falar e o agir de Jesus. São os adversários de sempre: fariseus e doutores da Lei. Então, Jesus nos diz, hoje, algo maravilhoso: entender e acolher o Filho – e todas as “coisas” que ele nos trouxe – é dom do Pai que, gratuitamente, as revela a quem ele quer, preferencialmente, aos “pequeninos”, aos simples e aos pobres.

Por sua vez, o Filho, com o seu falar e agir revela o Pai. Mais uma vez, somos convidados a nos esvaziar dos nossos esquemas e preconceitos para pedir ao Pai que torne os nossos corações capazes de acolher Jesus. Nesta altura, podemos entender que têm visões da vida e da sociedade que são pesadas, porque geram disputas, preocupações exageradas, brigas, confusões, “estresse”.

Os “pequeninos” começam a entender que um olhar e um agir mais amorosos e fraternos, consequência do seguimento de Jesus, conseguem tornar a vida mais leve, porque mais rica de sentido e valores. Nas subidas e descidas da vida, o cansaço de “lutar” por amor a Deus e ao próximo sempre será mais leve e gratificante do que gastar a vida atrás dos próprios interesses egoístas e gananciosos.

Sábado tem missa solene e carreata para N.S.do Perpétuo Socorro

No mês de junho a Igreja Católica celebra Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. A programação iniciada na terça-feira, 23, conta com tríduo, orações, celebrações e carreata. A festa busca construir uma igreja missionária que vá ao encontro dos menos favorecidos. Neste ano, o tema é “Mãe do Perpétuo Socorro, geraste a vida”, e o lema: Sois Mãe e Socorro de todos.

“Nestes tempos sombrios queremos levantar nossos olhares, mãos e vozes, clamando com toda fé e esperança pelo auxílio divino, por meio da intercessão da Mãe do Perpétuo Socorro. Vivemos tempos difíceis, mas com as bênçãos de Deus superaremos e seremos libertos”, expressa o pároco Pe. Benedito Chaves.

O tríduo segue até esta sexta-feira, 26, com oração e celebração da santa missa, às 19h. No sábado, 27, dia dedicado à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a programação inicia-se às 16h com a missa solene, seguida de carreata pelas ruas e avenidas do bairro.

A celebração presencial contará com a participação de 50 pessoas, que receberam senhas antecipadas.

A carreata fará o percurso pela Rua Acésio Guedes, Av. José Tupinambá, Rua Beira-Rio, Av. Ana Nery, Rua José Tavares de Almeida, Av. José do Espírito Santo (antiga Pedro Américo), Av. Beira-Rio, Rua 25 de Dezembro, Rua Antônio Pelaes Trajano, Av. Manoel Cardoso. Rua Turíbio Orivaldo Guimaraes, Canal do Jandiá, Rua Ariosvaldo Coelho Caxias, Rua 25 de Dezembro, Rua São Braz, Rua 25 de Dezembro, Rua Acésio Guedes, Rua Rio Xingú, Rua Cândido Mendes, Rua Rio Tefé, Rua Hugo Alves Pinto, Rua Oscar Santos, Av: Beira-Rio, Rio Xingú, Rua Acésio retornando ao Santuário.

Quem quiser e puder ornamentar a frente de sua casa para a passagem de nossa padroeira, no percurso da carreata, esteja à vontade.

Logo após, haverá venda de iguarias através do sistema drivethru em frente ao Centro Paroquial. Todo valor arrecadado será destinado para as ações de manutenção da igreja.

(Pastoral da Comunicação/Diocese de Macapá)

Festa do Círio de Nazaré – Lançamento será dia 1º na TV Nazaré e nas redes sociais

A Diocese de Macapá apresenta na segunda-feira, 1/6, o tema, o lema e o cartaz do Círio de Nazaré 2020. O lançamento da festa este ano acontece exclusivamente pelos meios de comunicação e redes sociais na data em que a Igreja celebra a festa litúrgica de Maria, Mãe da Igreja.

Às 11h na TV Nazaré (canal 51.1 HDTV) o bispo de Macapá, dom Pedro José Conti e o coordenador do Círio, padre Rafael Donneschi, fazem a apresentação da festa deste ano. Às 19h, através das redes sociais, a programação especial continua com uma “Live Solidária” com participação dos artistas Marcelo Dias, Patrícia Bastos, Osmar Júnior e Zé Miguel, bem como o cantor católico Tiago Moraes, autor da música “Senhora de Nazaré”.

As doações arrecadadas na Live Solidária serão destinadas a Cáritas Diocesana, o organismo eclesial responsável por iniciativas de caridade junto às famílias carentes e instituições filantrópicas.

De acordo com o coordenador da Comissão do Círio de Nazaré 2020, padre Rafael Donneschi, aspectos ligados a realização do dia do Círio ainda não serão programados devido as restrições da pandemia.

“Por enquanto, o que podemos tratar sobre a realização do Círio de Nazaré são alguns aspectos organizacionais da mensagem central que desejamos passar aos devotos. Não é possível ainda tratarmos de uma programação completa ou se Círio de Nazaré 2020 vai se realizar como estamos acostumados, pois a realidade da pandemia da Covid-19 e o distanciamento social não nos permite isso agora”, explicou.

A comissão organizadora considera atualmente algumas alternativas para a programação com possibilidades que incluem ou não a realização da grande procissão do 2º domingo de outubro, dia 11, levando em consideração a situação de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no Amapá.

Padre Rafael ressaltou que a procissão do 2º domingo é apenas um dos momentos da festividade religiosa, que envolve também outros eventos de fé e devoção do povo amapaense.

Acompanhe
O lançamento da festividade do Círio de Nazaré poderá ser acompanhado pela TV Nazaré (canal 51.1 HDTV), pelas redes sociais, no facebook @ciriodenazaremacapa e @diocesedemacapa.

Doações
Alimentos e produtos de higiene podem ser entregues na Catedral São José, de 8h às 14h, a partir de 1 de junho. Valores em dinheiro através de depósito bancário no Banco Bradesco – Agência 1420-6 | Conta 131680-0 | CNPJ: 07.814.217/0001- 84 – Mitra Diocesana de Macapá.

(Pascom/Diocese de Macapá)

A outra metade do céu

A outra metade do céu
Dom Pedro José Conti –
Bispo de Macapá

 
Era uma linda noite de verão. O pequeno Nico passeava com a mãe. Para ele tudo era encantador: as casas iluminadas, as &aacu te;rvores[U1] , o ar perfumado. Olhou o céu estrelado e, de repente, ficou pensativo. A mãe, sábia, ficou calada, até que percebeu que Nico queria dizer alguma coisa. Então perguntou:
– Nico, está pensando em que? A criança ficou mais um instante em silêncio, como se estivesse organizando os s eus pens amentos e depois respondeu:
– Se esta metade do céu é tão bonita, a metade do outro lado deve ser ainda mais maravilhosa!
A Páscoa de Jesus é uma brecha que nos permite enxergar um pouco as maravilhas do outro lado da Vida. Sim, aquela Vi da plena , que é a Vida de Deus. Jesus, com o seu amor, com a sua existência totalmente doada, do início ao fim, abriu-nos o caminho do céu. Não para fugir deste mundo, material, cotidiano e passageiro, mas para que aquela luz chegasse até nós e nós pudéssemos ser iluminados e guiados por ela. Se a Cruz sempre será “escândalo e loucura”, a Ressurreição sempre será “novidade”, algo tão surpreendente e inimaginável que até os evangelistas tiveram que inventar palavras para comunicar a boa notícia. Em si, os termos usados só significam levantar-se do sono, erguer-se, como o faz alguém que estava deitado. Logo, os cristãos aprenderam que isso não era suficiente, não explicava nada, aliás, escondia o mais importante. Assim juntaram outras palavras.
Começaram a dizer que Jesus tinha sido “sepultado”, ou seja, tinha realmente morrido porque a cruz n&atil de;o era ficção ou mentira. Depois disso, eis a novidade: ele tinha “ressuscitado” – levantado – dos mortos e agora era o Vivente. As mulheres que foram ao sepulcro escutaram as palavras: “Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!” (Mt 28,6) ou: “Por que buscais entre os mortos o vivente?” (Lc 24,5). Pedro, após Pentecostes, dirá mais ainda: “Deus o ressuscitou, libertando-o das angústias da morte… (e) o constituiu Senhor e Cristo” (Atos 2, 24.36). Depois, em Atos 10,42 (2ª leitura do Dia de Páscoa) dirá: “Deus o constituiu Juiz dos vivos e dos mortos”. Aquele homem Jesus, vergonhosamente crucificado, agora está glorioso “exaltado à direita de Deus” (Atos 2, 33) o qual “lhe deu o Nome que está acima de todo nome, para que, ao Nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e de baixo da terra&r dquo; (Fl 2,9-10).
Não foi nada fácil para os primeiros cristãos encontrarem as palavras certas que podiam expressar tamanha nov idade.&n bsp; Nós hoje as repetimos quando rezamos o Credo, a nossa profissão de fé, muitas vezes sem nos dar conta do que dizemos. Não é mais a humanidade a buscar descobrir e agradar, de tantas formas, um “deus” desconhecido. Não será o nosso esforço a nos aproximar mais de Deus. Em Jesus morto e ressuscitado nos foi aberto, uma vez por todas, o caminho para o encontro amoroso entre o Pai e nós, os seus filhos, ainda dispersos, mas que o Filho, o Bom Pastor, quer reunir num só rebanho para que, juntos cantemos a vitória sobre o mal e a morte. Quando nos reunimos para celebrar a nossa fé, nas nossas Liturgias, este caminho aberto se torna uma realidade que podemos experimentar. O nosso Deus continua a nos convocar, a nos reunir, a perdoar os nossos pecados, a falar, a nos dar a sua paz e o seu Corpo e o seu Sangue como antecipação do banquete final do Reino celeste. As nossa s Missas não acontecem para nos fazer esquecer as angústias do tempo presente e nem para melhorar o nosso bem-estar psicológico. A Liturgia serve para nos fazer enxergar a novidade do Reino, a beleza da Vida Nova que a Ressurreição de Jesus descortina à nossa frente. Nas Missas, contemplamos a Nova Cidade, a Jerusalém celeste, onde “a morte não existirá mais, e não haverá mais luto, nem grito, nem dor, porque as coisas de antes passaram” (Ap 21,4). Somente se nos deixamos iluminar por esta luz “divina” sempre generosamente oferecida, podemos entender as sombras que ainda escurecem a nossa vida pessoal e de toda a humanidade. Metas maravilhosas nos fazem desejá-las e nos comprometem a buscar meios para alcançá-las. Como a metade das estrelas de Nico.

Uma Semana Santa diferente

Uma Semana Santa diferente
Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá

Quando escrevo estas palavras ainda não sabemos como será a Semana Santa que iniciamos com o Domingo de Ramos. Talvez tenhamos a possibilidade de realizar as celebrações previstas pela Liturgia, ao menos do Tríduo Pascal, nas Igrejas, com poucas pessoas, distantes entre si, ou nem isso. Talvez, por precaução e segurança, tenhamos que ficar em casa, esperando dias melhores. Por tudo isso e sem saber o que nos aguarda, posso afirmar, com certeza, que será uma Semana Santa “diferente”.

Em primeiro lugar, porque muitas perguntas e novos sentimentos se ajuntam em nossas cabeças e em nossos corações. As previsões são sombrias, para alguns até catastróficas. Muitos acham que a humanidade, depois que essa tempestade passar, será diferente. Concordo, mas será melhor ou pior? Por melhor entendo uma humanidade mais solidária e fraterna consciente que as nossas divisões e fronteiras podem ser defendidas com muros, cercas, armas, leis e impostos, mas na realidade somos mais família humana do que pensamos. O vírus se espalhando provou que todas essas defensivas servem para pouco ou nada. Essas barreiras funcionam para as mercadorias, os migrantes, os que fogem das guerras inúteis, para povos inteiros deslocados das suas terras, mas não para um inimigo quase invisível. Pode ser, porém, que acordamos, um dia, piores. Preocupados com a nossa sobrevivência, com a falência das empresas, com os negócios parados e os lucros sumindo; pode ser que tenhamos medo uns dos outros, como se todos fossem inimigos e nos roubassem algo que nos pertence. Será que iniciaremos grandes ou pequenas guerras pela água, pelo chão, pelos remédios capazes de nos proteger no futuro de novos vírus letais? Se assim acontecer esta pobre humanidade estará perdida.

Eu espero e acredito que teremos aprendido a unir mais as forças. Países de lados diferentes, com interesses e políticas opostas, não negaram ajuda a quem precisava. A quem especula complôs internacionais e disputas pelo controle do planeta, respondem os milhares de voluntários prontos a ajudar, arriscando as próprias vidas. Quantos aplausos e sinais de gratidão já ganharam os médicos e todo o pessoal dos hospitais? Muitos deles já pagaram com a vida o seu desprendimento. Sem contar todos aqueles e aquelas que acolheram desabrigados e moradores de rua, todos os que prepararam e distribuíram alimentos para a sobrevivência de quem não podia parar de trabalhar ou não tinha mais nenhum recurso financeiro. Saber que fábricas de automóveis se transformaram em fábricas de respiradores para atender às urgências dos doentes graves, é um sinal confortante. É verdade que alguns estão assaltando pedestres nas ruas desertas, outros querem lucrar acima do lícito vendendo máscaras protetivas, álcool em gel, alimentos, remédios e tudo o que, na falta, costuma ficar mais caro. Sempre haverá aproveitadores, como também profetas de desgraça. O caminho do bem é longo e difícil.

Eu quero ser testemunha da esperança, como Papa Francisco a nos repetir as palavras de Jesus, “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé”? Creio sim, na bondade de Deus, na sua paternidade e misericórdia. Não estamos sozinhos nesta luta. No entanto, devemos acreditar também em nós, na força do povo que descobre o seu potencial de generosidade e partilha. Quantos gestos de fraternidade e esperança nos surpreendem todo dia, talvez vindo de pessoas que tínhamos julgado insensíveis, gananciosas ou superficiais. Na Semana Santa que iniciamos, acompanharemos, mais uma vez, Nosso Senhor Jesus Cristo, no caminho do Calvário. Assim ele quis partilhar a condição humana, fraca e mortal. Deu-nos o exemplo, ensinou-nos a oferecer tudo, a não poupar nem a própria vida, para que outros passam viver mais felizes. Ele fez tudo isso por amor. É sempr e e some nte o amor que doa vida, ampara e consola. É o amor que transforma até a morte em vida nova. Após o silêncio da Cruz, cantaremos o Aleluia da Ressurreição. Acreditemos e nós também seremos uma humanidade nova e melhor.

Imagem de São José será colocada no Parque do Forte dia 8

Com missa, bênção e shows musicais, no dia 8 de março, no Parque do Forte, às 8h, será a inauguração da nova imagem de São José, padroeiro do Amapá, que foi doada à comunidade católica amapaense pela Associação Comercial e Industrial do Amapá (ACIA). A  programação inicia com a Missa Campal.

A Bênção faz parte da programação da Festividade de São José. O bispo de Macapá, dom Pedro José Conti vai presidir a celebração.

A Missa vai ser animada pela equipe de cânticos Catedral. Após a cerimônia religiosa haverá apresentação da Banda de Música da Polícia Militar e do cantor  Osmar Junior.

A Imagem
Idealizada pelo devoto Nonato Altair Marques Pereira, a obra de arte tem mais de 3 metros de altura e foi confecionada pelo artista plástico do Estado do Piauí Lindomar Plácido da Costa. O monumento terá uma estrutura giratória que deixará a imagem de São José em movimento, olhando para a frente da cidade, e outras vezes  para o Rio Amazonas. Várias instituições contribuíram para a realização do projeto.

A Festividade de São José acontece desde 1758, são 262 anos de graças, histórias e tradição. E a inauguração da nova imagem vai ser uma nova atração para a comunidade amapaense. Como uma demonstração de respeito à fé católica e o resgate dos valores culturais que desenvolveram e são presentes no município de Macapá.

(Mônica Nascos, da assessoria de comunicação da Festividade de São José)

259 anos da Igreja São José

Na próxima sexta-feira, 6 de março, a Igreja de São José, em Macapá, completará 259 anos. São mais de dois séculos e meio de histórias, fé e tradição. Para celebrar o aniversário, será realizada a missa em ação de graças, às 12h.

Como tudo começou
Segundo registros históricos, a igreja começou a ser construída no século XVIII, em 1758. Foi lançada no dia 06 de março de 1761, tendo como primeiro vigário o Padre Joaquim Pair, e o Bispo do Pará, Dom Frei João José e Queiroz, a inauguração contou com a presença do Governador do Pará, Manuel Bernardo de Melo.

A estrutura possui 33 metros de comprimento, 13m de largura e 13m de altura. O período de construção foi de três anos e dividiu-se em duas etapas: primeira, com o altar-mor e, logo em seguida, a nave central (parte em que os fiéis permanecem durante a missa). O exterior e interior são pintados de branco.

Vários sacerdotes passaram pela igreja, entre os padres Jorge Basille, Vitório Galiani, Arcângelo, Gian Franco. Lino, Paulo Dicopri, e Pe. Dário. A tradicional Igreja também foi o campo de ação catequética do inesquecível missionário Pe. Júlio Maria Lombardi, a princípio como coadjutor e depois como vigário definitivo. Além de tantos outros que deixaram legados, como padre Paolo Lepre.

A fé em Deus e a devoção por São José

Maria Zulma Carneiro (foto), de 86 anos, serviu durante muitos anos na Igreja São José. Ela lembra com carinho dos tempos que participou da comunidade. “A festividade na Igreja São José sempre foi marcada de muitas alegrias. Naquela época, a festa do padroeiro era muito maior que o Círio de Nazaré. Toda população amapaense vinha participar da missa na Igreja, que começava às 05h da manhã e depois tinha o arraial”, afirma.
A devota colocou os nomes de seus dois filhos de José, como forma de homenagear o Santo, e ressaltou que a fé “representa tudo na vida”.

(Fonte: Portal da Catedral de São José)