Em relação ao post “Boca no Trombone“, do dia 20, onde o leitor Luciano Pinheiro, reclama do concurso público, o diretor-presidente e presidente da comissão do concurso público, Sávio José Perez Fernandes, enviou o seguinte e-mail ao blog:
Prezada Alcinéa,
Cumprimentando-a cordialmente e no cumprimento de minhas atribuições como Presidente da Comissão do Concurso Público da Agência de Fomento do Amapá – AFAP, venho por meio deste esclarecer alguns questionamentos feitos por um de seus leitores através de uma mensagem enviada no dia 20/12, sobre o referido Concurso Público. Vale destacar que tais esclarecimentos nos foram encaminhados pela FMZ, por intermédio de sua Coordenação Acadêmica e de Banca.
Como o próprio menciona, a área de “Tecnologia da Informação” é relativamente recente no cenário profissional brasileiro. Por esta razão, quando a contextualizamos nesta realidade, descobrimos que ainda não há unanimidade na regulamentação profissional para a área, na forma de um conselho ou órgão correlato. Desta forma, há, sim, diversos cursos que tangem a área e a ausência de uma legislação específica viabiliza, muitas vezes, problemas desta e de outras naturezas.
Em resumo, ao nos atermos apenas na questão da área de TI, teremos o seguinte padrão: enquanto a restrição quanto à formação, vigente em alguns concursos, desagrada a alguns profissionais da área, a ampliação desagrada a outros. É virtualmente impossível agradar a todos quanto a esta questão.
No entanto, de maneira geral, gostaríamos de ampliar nossos esclarecimentos e considerar os comentários quanto à existência ou não das supracitadas formações no âmbito do Amapá e o efeito desta ausência como empecilho (ou prejuízo) para a realização de um concurso. Em caráter de exemplo, seguindo tal linha de raciocínio, não poderíamos abrir, no Estado, concursos para áreas como Medicina Veterinária e Medicina, uma vez que não temos a primeira escola e a segunda existe há apenas dois anos e ainda não formou sua primeira turma…
Infelizmente, a demanda amapaense por médicos e veterinários (dentre outros) suplanta – e muito – a discussão sobre a existência ou não destas escolas na região. Os concursos são, então, realizados segundo a necessidade da sociedade. Na verdade, dados nacionais diversos nos ensinam que a ordem é exatamente esta: as demandas social e profissional de uma região que levam à criação de cursos, inclusive os superiores. E foi justamente a demanda social que trouxe os cursos exemplificados e fará o mesmo com a área de TI.
Desta forma, reiteramos que o concurso em questão respeita a necessidade desta Agência, a legislação vigente e a sociedade Amapaense. Queremos deixar claro que o compromisso precípuo da Agência de Fomento do Amapá S/A – AFAP e, por conseguinte, nesta situação específica, o da empresa contratada – FMZ – é o de contribuir para o avanço e o desenvolvimento do Estado do Amapá, através de um processo constante de modernização, transparência e idoneidade em todas as atividades em que estamos presentes.
Estamos às ordens para quaisquer esclarecimentos.
Cordialmente,
Sávio José Perez Fernandes
Diretor Presidente/AFAP
Presidente da Comissão do Concurso Público
15 Comentários para "Sobre o concurso da Afap"
Concordo plenamente com os companheiros de T.I que foram excluidos desse processo seletivo, devido a falta de conhecimento necessario para elaboração do Edital.
Fico no aguardo da correção de equívoco.
O curso Análise de Sistemas não existe mais. O MEC mudou seu nome para Sistemas de Informação.
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/consulta_exatas.pdf
A nota de esclarecimentos está precisando de mais “esclarecimentos”, pois a mesma começa na primeira pessoa e termina na terceira. Aff!
Concordo com as contestações que estão sendo feitas ao edital desse concurso, relativas à área de Tecnologia da Informação. Antes de mais nada, me chamou a atenção a incrível semelhança desse edital com o do concurso da Agência de Fomento do Estado do Amazonas, disponível em ww4.funcab.org/arquivos/AFEAM2009/edital.pdf . Tem muita coisa literalmente igual, inclusive os requisitos para os cargos de T.I. e os respectivos conteúdos programáticos. Até mesmo a bibliografia sugerida é exatamente a mesma, coisa que por sinal nem é muito usual de se ver em grandes e concorridos concursos Brasil afora. O problema, aparentemente, foi de revisão mesmo. Parece que se basearam em um outro edital e não fizeram uma minuciosa revisão do seu conteúdo. E agora, ou não querem admitir o equívoco ou nem mesmo se deram conta que erraram. Acredito que o Ministério Público Estadual deve ser acionado para que esse engano possa ser corrigido.
Eu não tinha visto este edital. Ele comprova a assessoria mal feita.
Uma pergunta ao Sr. Sávio, que em sua mensagem se prontificou a dar mais esclarecimentos: onde está a lei que cria os cargos? Não encontramos no site da AL/AP nem no da AFAP.
Concurso do SENADO FEDERAL, que saiu hoje, com salário iniciando em 18mil:
ÁREA: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ESPECIALIDADE: INFORMÁTICA LEGISLATIVA (ANÁLISE DE SISTEMAS)
REQUISITO: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível superior na área de Tecnologia da Informação, Ciências Exatas ou qualquer formação de nível superior acrescida de pós-graduação na área de Tecnologia da Informação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação – MEC.
ÁREA: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
ESPECIALIDADE: INFORMÁTICA LEGISLATIVA (ANALISE DE SUPORTE DE SISTEMAS)
REQUISITO: diploma, devidamente registrado, de conclusão de curso de nível superior na área de Tecnologia da Informação, Ciências Exatas ou qualquer formação de nível superior acrescida de pós-graduação na área de Tecnologia da Informação, fornecido por instituição de ensino superior reconhecida pelo Ministério da Educação – MEC.
É exatamente dessa forma que tenho visto em editais de diversos cargos.
*de diversos concursos.
Obrigado pela resposta.
Em todo caso, há algumas considerações que gostaria de fazer.
1. Há muitas nomenclaturas de cursos na área de TI. Esses cursos direcionam para várias áreas e formam profissionais com diferentes conhecimentos. Existem, entretanto, 3 grandes ramos: Infraestrutura, Desenvolvimento e Suporte. A situação das profissões ligadas a TI são sui generis, visto o grau de mudanças, e que estão longe de terminar.
2. Sabendo disso, a administração pública desenvolveu uma estratégia: em concursos, pede-se qualquer curso de nível superior ou especialização na área, sob qualquer título, desde que autorizado pelo MEC.
3. A iniciativa privada, além do teste de conhecimento, também pede certificados em tecnologias diversas, tão comuns na área. É um consenso na área de TI que as certificações atualizadas são mais importantes para garantir um conhecimento específico do que um curso. É muito comum, inclusive, haver bons profissionais que nunca fizeram curso superior.
4. Quando vão organizar um concurso de TI, os órgãos sempre se deparam com a questão da escolaridade. Nos últimos anos, é comum pedirem qualquer formação na área (sem especificar nominalmente os cursos) e, no conteúdo programático, colocarem questões relativas a assuntos que o profissional vai lidar no dia-a-dia. Esta é a melhor prática, já que só vai passar quem souber os assuntos pedidos.
5. A comparação com a medicina, acima, não está totalmente correta. Porque no Amapá há muitos profissionais na área de TI, e há muitos cursos na área também. A melhor comparação seria se houvesse vários cursos de medicina com diferentes nomes, mas com o conteúdo semelhante.
6. Participo de um grupo de TI no Estado. Mandei pra todos a cópia do edital. A resposta foi que ninguém ali estaria apto para participar do certame. Não por falta de competência, até porque a maioria já trabalha com TI há anos. E sim porque existe uma limitação além do razoável. Veja bem, estou falando de profissionais que trabalham com TI, já moram no Estado, dão conta do recado, querem fazer o concurso e não podem porque a AFAP não os quer.
7. Os profissionais dos quais eu falei trabalham com TI tanto em DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS (classificação do ANALISTA DE FOMENTO) quanto em SUPORTE A HARDWARE E SOFTWARE (classificação do TÉCNICO DE FOMENTO).
Por que excluir estes profissionais? O que a AFAP ganha com isso?
Vendo a descrição sintetica dos cargos de TI presente no edital, desenvolvimento de sistemas e suporte técnico de hardware e software, observo que os memos se encaixão perfeitamente no Curso de Sistemas de informação oferecidos por nossas instituições de ensino superior, e ainda no de Tecnologia em redes de computadores se acompanhados de pós graduação especifica.
O Sr. Sávio José, mostra ainda um total desconhecimento do assunto de TI, quando faz uma comparação com cursos de medicina veterinaria e medicina, tentando mostrar uma ligação ilusória, este fato não não tem relação com o que está sendo questionado pois aqui nosso estado existe sim cursos na area de TI que tem competência para exercer as funçoes descritas no edital, e profissionais qualificados nesta area.
Só tenho a lamentar este fatidico edital, que mostra uma falta de conhecimento com area que nós de TI escolhemos como profissão.
Tenho certeza de que a AFAP não tem interesse em desrespeitar os profissionais e faculdades locais, que não pretende prejudicar a si própria desqualificando artificialmente vários bons profissionais desejosos por fazer parte de seu quadro, que essa restrição foi apenas uma assessoria mal prestada e que a falha será corrigida.
Bem… um concurso só pode ser feito para preencher um cargo criado por uma LEI… na LEI que cria o cargo o que está escrito como requisitos mínimos?
Exato.
Uma assessoria mal prestada e um dirigente mal informado na área de TI e outras do ramo da informática,se faz oquê? Ainda não consegui descobrir pq o Sr. Sávio esta à frente dessa AFAP.Creio que o “equivoco” esta ai,nesses apadrinhamentos.
Carla, se você não sabe por que sou hoje diretor presidente da AFAP, vou tentar te explica:
Sou economista e fui o diretor presidente da AFAP quando da sua fundação e nos seus três primeiros anos.
Sempre acreditei ser o empreendedorismo uma saída viável para o problema da pobreza no Brasil. Por isso me empenhei na implantação de uma política de crédito popular para o Amapá.
Na minha gestão, a AFAP, que abriu as portas com um aporte financeiro de 4 milhões, teve seu patrimônio aumentado em quase cem por cento.
Tal desempenho é reflexo do meu empenho e de minha equipe na época.
Quando entregamos a Agência, ela começou a viver um período de contínuos prejuízos.
Nove anos depois, sou novamente diretor presidente da AFAP, trabalhando com uma equipe comprometida e completamente focada na prospecção de empreendimentos capazes de garantir a geração de emprego e renda.
Quando nós assumimos (01/01/2011), a Agência apresentava um patrimônio de quase três milhões de reais negativos, sendo que hoje conseguimos uma evolução de 52% (dados até outubro/2011), o que significa dizer que, para este ano, esperamos que este percentual evolutivo cresça ainda mais.
Em 2010, a Agência fez apenas uma operação de financiamento, no valor de R$ 2.900,00. No final do primeiro ano da nossa gestão, a AFAP já realizou 659 operações de crédito, com investimento de R$ 3.262.088,53 (dados de 22/12).
Pela primeira vez estamos realizando um concurso para formação de nosso quadro funcional. Isso é uma grande coisa.
Não tenho padrinho político, mas um partido político (PSB) no qual milito há vinte anos. Que fez e, acredito piamente, que vai fazer o melhor para o povo do Amapá.
Para maiores informações, acesse o site da AFAP (www.afap.ap.gov.br) e acompanhe nossos relatórios.
Feliz Ano Novo pra você, com muita saúde e oportunidades.
Sávio Peres.