Nota triste – Vítima de acidente de trânsito, jornalista Washington Vieira morre aos 56 anos

Faleceu na madrugada de hoje, vítima de acidente de trânsito, o jornalista Washington Vieira aos 56 anos.
Era um apaixonado por rádio e acordava a cidade às 5h da manhã com seu programa cheinho de notícias e comentários.
“Um ser humano generoso, um colega sempre alegre, motivado com a noticia e a informação. Sem dúvida, ele fará muita falta. Washington foi merecedor do nosso respeito, apreço e admiração. Seu trabalho, certamente, será lembrado ainda por muito tempo”, disse o secretário de Estado da Comunicação e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas, Gilberto Ubaiara.

Washington deixa mulher e três filhos.
O velório será na capela mortuária São José (Rua Jovino Dinoá c/ Cora de Carvalho – Centro) ,a partir das 19h. O sepultamento será amanhã, 27, às 10h ,no cemitério São José.

Hoje é Dia do Assessor de Imprensa

“A função do assessor de imprensa é essencialmente ética.Suas ferramentas de trabalho são os fatos amparados pela verdade” (Moacir Loth).
O blog parabeniza todos os assessores que cumprem assim essa missão.
E como lembra o jornalista Gilberto Ubaiara é a redação, o dia a dia, a apuração, a reportagem,  que conferem toda a bagagem que um bom assessor sempre vai precisar.

A liberdade de imprensa ameaçada

A liberdade de imprensa ameaçada
Renivaldo Costa*

Nas eleições de 2006, a jornalista Alcinéa Cavalcante lançou uma enquete em seu blog de notícias (alcinea.com) e sugeriu aos internautas que apontassem quais dos políticos amapaenses poderiam ostentar a frase: “O carro que mais parece comigo é o camburão da polícia”.

Reiteradamente citado na enquete, o ex-senador José Sarney não gostou das menções e processou a jornalista. Fazia um ano que ele havia deixado a presidência do Senado e eleito seu sucessor, Renan Calheiros. Além disso, era candidato à reeleição e uma jovem negra chamada Cristina Almeida crescia nas pesquisas e ameaçava seus planos. Resultado: usou de seu prestígio e conseguiu condenar a jornalista a pagar R$ 2 milhões de indenização.

No mesmo período, além de Alcinéa, também foram condenados o jornal Folha do Amapá (fundado por Elson Martins) e os jornalistas Humberto Moreira, Domiciano Gomes e a irmã Alcilene Cavalcante. No caso de Alcilene, a punição absurda ocorreu porque, ao publicar uma imagem do fotógrafo Chico Terra com uma charge com a mensagem “Xô, Sarney”, um leitor resolveu – no comentário – sugerir que ele voltasse ao Maranhão, de onde veio. Pasmem: Alcilene teve de pagar mais de R$ 30 mil de indenização ao ex-senador por uma mensagem de terceiros.

O poder de Sarney era tamanho que, mesmo considerando uma grande injustiça, muitos jornalistas se eximiram de fazer comentários ou prestar solidariedade aos colegas injustiçados, com medo de represálias.

Lembrei desse episódio pois, atuando como jornalista há 26 anos, nunca vi a liberdade de imprensa tão ameaçada como agora. Isso é perfeitamente compreensível pois 56 anos após o Golpe de 1964, cresce o coro daqueles que desejam fechar o Congresso e o Supremo e clamam por Ditadura. Afinal, como afirmou Jorge Pedro Sousa: “nenhuma ditadura sobrevive com uma imprensa livre”. Assim, como nenhuma democracia sobrevive sem uma imprensa livre.

Curiosamente, como estudante de Direito que agora também sou, foi que ouvi de um professor de Sociologia Jurídica, que cabe à imprensa, livre, ser a voz dos “sem voz”, de denunciar irregularidades e injustiças. De buscar aquilo que nem sempre está às claras e, para isso, precisará investigar. Sem liberdade em contrariar interesses, seja de pessoas importantes, de empresas poderosas ou de governantes, o jornalista não conseguirá exercer essa parte da sua função profissional.

Outro dia, numa palestra que fiz a estudantes de jornalismo, ouvi uma analogia que cai como uma luva a essa questão. “A liberdade de imprensa é para veículos de comunicação o equivalente ao que a liberdade de expressão significa a uma artista”. Não há como exercer os fundamentos do jornalismo e da comunicação em geral sem ampla e irrestrita liberdade em fazê-lo. O jornalismo deve atender à sociedade civil ao noticiar, informar, denunciar, escrever, detalhar tudo aquilo que é ou pode vir a ser de interesse público.

Eu quero acreditar que ainda possamos lutar por uma democracia onde ideias como amordaçar a imprensa e fechar as instituições democráticas, sejam até ouvidas (pois cada um tem o direito de expressar suas convicções), mas sejam de pronto rechaçadas, especialmente por aqueles que tem o dever de defender a liberdade e guardar a Constituição.

Nosso papel como jornalistas é fornecer as informações, os fatos e as verdades necessárias para que o público tire suas próprias conclusões e se “autogoverne” – expressão dos jornalistas e teóricos Bill Kovach e Tom Rosenstiel. Se ao cumprir esse mister, expomos mazelas, o ideal é que as corporações ou classes onde elas são expostas, façam “mea culpa” ao invés de simplesmente negar sumariamente, processar veículos e exigir indenizações vultosas, como ocorreu recentemente no episódio envolvendo a TV Equinócio e a Seccional da OAB/AP.

Ademais, eu prefiro viver numa democracia onde se valorize a liberdade de expressão e os excessos sejam punidos exemplarmente do que numa sociedade de mordaça, onde se imponha censura e intervenção contra tudo aquilo que ameace a manutenção de feudos e grupos políticos retrógados.

* Jornalista (Reg. Prof. 018/04) e sociólogo (Reg. Prof. 048/10).

Nota triste – Faleceu hoje o veterano jornalista Wilson Sena

Faleceu hoje, aos 88 anos de idade, o jornalista e desportista Wilson Pontes de Sena. Nascido em Icoaraci (PA) em 24 de abril de 1932, ele veio para o Amapá em março de 1948.
Wilson Sena foi jogador e árbitro de futebol, presidente do Esporte Clube de Macapá, fundador e presidente da Associação dos Jornalistas Profissionais do Amapá e professor de Artes Gráficas na antiga Escola Industrial de Macapá.
Foi um abnegado pelo esporte, principalmente pelo seu clube de coração.
Foi também um jornalista atuante tendo trabalhado em vários jornais.
Há alguns anos, enfrentando problemas de saúde, o veterano jornalista vivia praticamente recluso em sua casa.

“NOTA DE PESAR DO YPIRANGA CLUBE
É com muita tristeza que comunicamos o falecimento do eterno Presidente do @ecmacapa o senhor WILSON PONTES DE SENA , um abnegado do esporte, pessoa que escreveu sua história no E.C. Macapá, como atleta, dirigente e presidente. Nossos sentimentos a familia.”

Entidades entram com ação contra o governo por ataques a jornalistas

Entidades da sociedade civil protocolaram nesta terça-feira, 30 de junho, em Brasília (DF) uma ação contra a omissão do Governo Federal em promover medidas de segurança para garantir a atuação de jornalistas e comunicadores que cobrem as entrevistas do presidente Jair Bolsonaro na área próxima ao Palácio da Alvorada, popularmente conhecida como
“cercadinho”.

A ação é assinada por Instituto Vladimir Herzog, Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Repórteres sem Fronteiras (RSF) e Artigo 19. O grupo é representado pelo escritório Aragão e Ferraro Advogados. A iniciativa surgiu a partir da Rede Nacional de Proteção a Comunicadores, projeto que reúne coletivos e organizações de todo o Brasil e que desenvolve estratégias para coibir os casos de violação à liberdade de expressão ao redor do país.

Desde o mês passado, diversos veículos de imprensa, entre eles os grupos Globo, Bandeirantes e Folha, não enviam repórteres para cobrir as entrevistas concedidas pelo presidente no local. A decisão veio após apoiadores de Bolsonaro, que dividem o mesmo local com os jornalistas, subirem o tom das ameaças e dos ataques contra os profissionais de imprensa.

Em resposta a uma reivindicação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) chegou a promover novas medidas de segurança e uma nova divisão dos espaços destinados a jornalistas e apoiadores do presidente, mas as iniciativas foram consideradas insuficientes.

O chefe do GSI, general Augusto Heleno, em conversa registrada pelo Grupo Bandeirantes, disse que não iria conter ameaças e agressões verbais, e que os jornalistas tinham que “fingir que não ouviram” ao serem ofendidos.

A ação lembra que os ataques a jornalistas não configuram um episódio isolado e que, desde a cerimônia de posse de Jair Bolsonaro e durante todo este ano meio de governo, foram registrados incontáveis relatos de tratamento abusivo do presidente, seus familiares, ministros e apoiadores contra profissionais de imprensa.

Segundo o texto da peça, a liberdade de expressão é um elemento indispensável para a construção e a manutenção de um Estado democrático de direito pleno, não apenas no que diz respeito à possibilidade de expressão em si, mas ao direito de captação e transmissão de informações, intrinsecamente relacionado à atuação de jornalistas e comunicadores, e ao direito da população de ter acesso a essas informações. Em outras palavras, a proteção aos profissionais de imprensa é, acima de tudo, uma garantia ao direito de liberdade de expressão, pilar fundamental para o bom funcionamento da democracia e condição necessária para o exercício da cidadania.

Diante da omissão do Governo Federal, as entidades mencionadas entraram com uma ação
civil pública exigindo novas medidas de segurança para jornalistas e comunicadores atuarem no local. No processo, são citados como responsáveis por promover tais medidas o presidente Jair Bolsonaro; o chefe do GSI, Augusto Heleno; além do novo ministro das Comunicações, Fábio de Faria; e do chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Fabio Wajngarten.

Após ser protocolada, cabe agora à Justiça do Distrito Federal uma decisão sobre o juízo da
ação.

(Fonte: Fenaj)

Nota de Repúdio do SINDJOR-AP à deputada federal que ofende jornalistas no Amapá

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amapá (SINDJOR-AP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), bem como toda a categoria, vêm a público repudiar as declarações desrespeitosas da deputada federal suplente pelo Amapá, Patrícia Ferraz, que via redes sociais gravou vídeo contra os jornalistas do Estado e via programa jornalístico televisivo contra o jornalista Seles Nafes.

O SINDJOR-AP e a FENAJ condenam veementemente a atitude da parlamentar e a sua postura contra a imprensa amapaense e contra o jornalista Seles Nafes, que exerce a profissão legalmente.

Independentemente de cargo ou partido político, a imprensa local e o jornalista Seles Nafes oferecem serviço especializado que contribui para a sociedade formar a sua própria opinião sobre os assuntos de interesse público. O papel de dar visibilidade às ações da parlamentar cabe ao assessor de imprensa, e temos excelentes profissionais no mercado local.

O SINDJOR-AP e a FENAJ alicerçados na lei maior que rege a categoria consideram que os jornalistas profissionais do Amapá, assim como o jornalista citado Seles Nafes, não ferem o Código de Ética do Jornalismo. A imprensa profissional se destaca pela excelência no profissionalismo, credibilidade e competência.

As declarações da deputada federal suplente, Patrícia Ferraz, são consideradas para o SINDJOR-AP e para a FFENAJ um ato grave que demonstra a falta de respeito com a imprensa amapaense. A atitude fere o direito constitucional da liberdade de imprensa. O SINDJOR-AP e a FENAJ, bem como os jornalistas, se solidarizam entre si e com o profissional ora desrespeitado, pela postura da deputada federal suplente, Patrícia Ferraz.

O SINDJOR-AP e a FENAJ condenam toda forma de cerceamento da liberdade de imprensa e expressão, exigindo retratação pública. O SINDJOR-AP já deu ciência a todo o Brasil, por meio da Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, sobre o lamentável episódio. Não há democracia sem liberdade de imprensa, e não há liberdade de imprensa sem jornalistas.

Macapá(AP), 4 de junho de 2020.
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amapá-SINDJOR-AP
Federação Nacional dos Jornalistas-FENAJ