A Anglo American decidiu paralisar todas suas atividades industriais e administrativas por tempo indeterminado, a partir desta sexta-feira, no município de Santana, distante 24km de Macapá, no Amapá, onde na madrugada de quinta-feira seu píer desabou e máquinas, equipamentos, caçambas, pás carregadeiras e seis trabalhadores foram tragados pelo rio Amazonas.
Desde ontem o Corpo de Bombeiros faz buscas no local, mas a água escura do rio dificulta a visibilidade. Aliado a isso, há o risco dos mergulhadores se ferirem nas ferragens das máquinas, equipamentos e restos da estrutura do píer.
Ruan Max, parente de um dos desaparecidos, acompanhou os bombeiros na busca na tarde desta sexta-feira. “Não dá pra ver nada. Tá tudo muito escuro. Os bombeiros tem que se valer apenas do tato”,disse ele .
As buscas foram encerradas às 18h e recomeçam amanhã
De acordo com a Anglo uma balsa chegou hoje ao porto. Nela amanhã será montado um guindaste e toda estrutura necessária para retirar as máquinas e equipamentos do rio.
Desde ontem, parentes dos desaparecidos estão acampados na frente do escritório da Anglo em Santana. “Ainda tenho esperança de encontrar meu marido vivo”, disse Rose Ribeiro, esposa do operador de bordo Pedro Coelho Ribeiro, que desapareceu no acidente.
Dona Rose: lágrimas, dor e esperança
As causas do acidente estão sendo investigadas. A Anglo trabalha com a hipótese de um fenômeno natural. Populares que viram o acidente contam que houve um desmoronamento de terra, essa terra ao cair no rio fez o navio que estava sendo carregado balançar e ele teria batido no píer provocando o desabamento.
O píer usado pela Anglo foi construído há mais de 50 anos. Pertencia à Icomi que durante 50 anos explorou Manganês no Amapá. A Anglo assegura que toda a estrutura foi reformada recentemente.
Usando este porto a Anglo exportou do Amapá ano passado 6 milhões e 500 mil toneladas de ferro. A meta para este ano era de 7 milhões e 200 mil toneladas.
Catraieiros e outros barqueiros aproveitam para faturar um dinheirinho a mais levando os curiosos para ver o que restou do pier da Anglo. Eles cobram 2 reais por pessoa. E o movimento foi grande nesta sexta-feira
(Fotos: Alcinéa Cavalcante, Uliclelson Luís e Ney Pantaleão)