Categoria: Poetas do Amapá
De repente a gente faz um sarau
Adoro saraus. Adoro receber amigos na minha casa. Sexta-feira com aquela lua belíssima, bochechuda, encantadora, fizemos uma sarau na minha casa.
Nada foi programado. De repente, ao ver aquela lua linda, alguém falou no grupo de whatsapp que a noite estava ideal para um sarau.Bastou isso. Todo mundo se animou e rapidinho os amigos foram chegando com livros, violões e guloseimas.
Música e poesia da melhor qualidade. Muita alegria, afeto, abraços, versos e canções.
São coisas tão simples assim que nos fazem felizes e cada vez mais amigos.Ah, e como era Dia do Bancário, aproveitamos pra cantar parabéns pro meu marido, que é bancário aposentado. e para o amigo Celé, bancário na ativa no BB.
Uma crônica e um poema de Rui Guilherme
Insônia
Rui Guilherme
Sinto inveja, saudável inveja, de quem come e não engorda. Mais, ainda, de quem anuncia que vai dormir; joga-se na cama; repousa a cabeça numa fronha perfumada com cheiro-do-Pará e, incontinenti, adormece.
Para mim, a dificuldade para conciliar o sono é constante. Mormente quando tenho de acordar cedo para viajar: ou quando tenho hora marcada para despertar. Nessas circunstâncias, é comum eu varar a noite sem pregar olho.
Da cama para a rede; da rede, para o banheiro; do banheiro, de volta à leitura. Sono que é bom, só tomando tranqüilizante – o que não é prudente fazer, diante do risco de perder a hora na manhã que teima em não raiar.
Deitar; apagar a luz; afofar o travesseiro; arrumar a coberta, são operações que repito. O sono, porém, cadê?
Não adianta tentar contar carneiros. Os ovinos, solidários aos universitários, estão em greve. Não dão sinais de vida.
Rezar é muito bom. Aplaca a ansiedade, eleva o espírito. Mas não trouxe o sono.
Forço a memória para lembrar letras de velhas músicas: sambas-canção, boleros melosos, até o coral da 9a. Sinfonia de Beethoven, com os maravilhosos versos da Ode à Alegria de Schiller, que repito várias vezes: “Freude schöner Götterfunken / Tochter aus Elysium”, e por aí vai, como dizia o comandante Barcellos, que governou o Amapá. Nada tem o condão de me jogar nos braços de Morfeu.
Fazer, o quê? Escrever este desabafo à moda de crônica, frustrada tentativa de acalanto. E, como não deu certo, só resta tomar uma ducha, fazer a barba, correr para o aeroporto, alçar-me aos céus e seguir destino.
Chá da tarde
Chá da tarde
Bar du Pedro
Rubemar
Sr. Prefeito
Uma coisa eu tenho medo
Nunca feche o Bar du Pedro
Que é relíquia territoriá
Pode mudar toda a arquitetura
Du Mercado Centrá
Mas não feche o Bar du Pedro
Se não muita gente vai falar.
Sempre foi o lugar do seresteiro
Do bebum sem dinheiro
Do boêmio apaixonado
Do peão que labuta com esforço
Do mulato preguiçoso
Ou mesmo do homem doutorado
Sr. Prefeito!!
Lindo, emocionante e inesquecível
Foi assim que o Movimento Poesia na Boca da Noite comemorou neste sábado, 8, o Dia Estadual da Poesia. Foi um fim de tarde repleto de lirismo, ternura, alegria, abraços, amizade e muita muita poesia de poetas amapaenses começando por Alexandre Vaz Tavares (1858-1926) até os poetas da nova geração.
A turma chegando e estendendo o Pano da Poesia, onde todos sentam, deitam, declamam, leem, brincam
Leitura e declamação de poesias
Mais de 300 brindes poéticos foram distribuídos
O Varal com poesias impressas em pergaminhos, tsurus e corações foi um sucesso. Impossível passar por ele e não parar para ler e até fazer selfie
Veja mais fotos clicando aqui
Em setembro tem mais. E se você quiser participar basta entrar em contato com os membros do Movimento Poesia na Boca da Noite.
Hoje tem Poesia na Boca da Noite
O Movimento Poesia na Boca da Noite estende o Pano da Poesia hoje no entorno da Fortaleza de São José, das 17h às 19h, para comemorar o Dia Estadual da Poesia com piquenique poético, leitura e declamação de poemas de autores amapaenses, entre eles “Macapá” de Vaz Tavares, varal de poesias, distribuição de brindes poéticos, ternura, lirismo, afeto e alegria.
Você, leitor do blog, é nosso convidado especial. Leve sua poesia ou de seus poetas preferidos para ler, declamar ou enriquecer o varal.
Todos estão convidados. E nem precisa ser poeta para participar deste momento mágico, basta gostar de poesia.
Então está combinado: nos encontraremos hoje, sábado, a partir das 17h, na ilharga do maior rio do mundo, sendo acariciados pela brisa, e contemplando o por do sol e o nascer da lua.
Homenagem do blog aos poetas do Amapá
Hoje é Dia Estadual da Poesia
Instituído pela Lei N. 580, de 21/06/2000, 8 de agosto é o Dia Estadual da Poesia. A data foi escolhida em homenagem ao poeta, médico, professor e ex-prefeito de Macapá Alexandre Vaz Tavares, nascido em Macapá no dia 8 de agosto de 1858. Consta que ele foi o primeiro poeta a escrever poemas sobre Macapá. Sua poesia “Macapá” (praticamente desconhecida das novas gerações) foi publicada pela primeira vez em agosto de 1889, na Revista de Educação e Ensino do Pará. Vaz Tavares morreu em abril de 1926, aos 67 anos.
MACAPÁ
Alexandre Vaz Tavares
(1858-1926)
Na esquerda margem selvosa
Do rio-mar, o Amazonas,
Pensativa e descuidosa
Como essas gastas madonas
Das noites de bacanal,
Descansa da atividade
Dos anos, na nova idade,
A minha amada cidade,
Minha cidade natal.
Para leste orientada,
Em face encara o nascente,
De onde lhe envia a alvorada
Um beijo róseo-nitente
Em cada raio de sol.
À noite a lua de prata
Fios de perola desata
Por entre a florida mata
Onde dorme o Rouxinol.
Ao Oiapoque, o guiano,
Vão seus solos marginais,
Que se prolongam, no plano
Das divisas boreais,
Em serras em alcantil
A oeste, vastas campinas,
Amplo tapiz de boninas,
Com pingues raças bovinas,
Riquezas e encantos mil.