Confetes e serpentinas

piticoHoje todos os confetes e serpentinas são para o amigo Nivaldo Conceição, o Pitico, que está aniversariando e, com certeza, vai ser super paparicado pela comunidade carnavalesca.

Pitico – que já foi presidente do Maracatu da Favela e hoje faz parte do Conselho – revolucionou o carnaval amapaense em 2000.

Feliz aniversário, querido!

Um Góes para Rei Momo

Em qualquer cidade deste país cabe à Prefeitura realizar o concurso para escolha de Rei Momo. Só em Macapá é diferente.
A Liga das Escolas de Samba decidiu que não quer mais Sucuriju como Rei Momo e dentro de alguns dias estará escolhendo outro, mediante análise de currículo.
Dizem por aí que a presidência da Liga tomou a iniciativa de escolher o Rei com medo que a Prefeitura de Macapá faça um concurso “pra inglês ver”  coroando um Góes para reinar no carnaval.
Sei não.
Mas que é estranha a forma como a Liesa está agindo, isso é.
Como eu já disse, em qualquer lugar desse país onde há carnaval, a responsabilidade pelo concurso é da Prefeitura.
E mais: análise de currículo é apenas uma das etapas.
Geralmente, são três etapas: a primeira é análise de currículo. Na segunda etapa os candidatos a Rei são submetidos a uma sabatina, onde responderão perguntas sobre a cultura e carnaval da cidade. Na última etapa, os candidatos fazem um desfile, onde são  avaliados quesitos como ginga, simpatia, irreverência, expressão corporal, entre outros.

Não entendo porque o  prefeito Roberto Góes está deixando a Liesa se apropriar de algo que é da Prefeitura. Ele sabe que é assim. Ele é do carnaval. Já foi vice-presidente da Liesa e presidente da escola de samba Jardim Felicidade, onde – diga-se de passagem – realizou um bom trabalho.

Escolha de Rei Momo não pode ser feita nas coxas. Só para vocês terem uma idéia, em 2008, em Salvador (BA), fizeram um concurso nas coxas e o Ministério Público determinou  a anulação.

Na ação,  o Ministério Público enfatizou  que “o Rei Momo, assim como diversas manifestações populares do Carnaval, constitui-se em um patrimônio público de valor cultural e, por isso, jamais poder-se-ia admitir a sua manipulação por pessoa física ou jurídica desprovida de qualquer legitimidade para representar a vontade da coletividade.”

Vale lembrar: Rei Momo não é o Rei das Escolas de Samba. Ele é o Rei do Carnaval, daí que é muito estranho que só a Liga das Escolas de Samba tenha o direito de escolher. Né não?

Perguntar não atravessa o samba
O Rei Momo recebe a chave da cidade ou a chave da Liesa?
Quem entrega a chave da cidade para o Rei é o prefeito ou a presidência da Liesa?
O prefeito de Macapá é o Roberto Góes ou a Maria?

O que é bom se copia

Na Batida do Samba” era o nome de uma coluna sobre carnaval que eu e Rostan Martins assinavámos  no jornal “Ana Express” e também assim era denominada a página de carnaval do  “Fronteira”, um antigo jornal do qual meu pai, Alcy Araújo, era o editor-chefe e um dos sócios.
Eu, Rostan Martins e J.Ney levamos “Na Batida do Samba” para o rádio. Foi um dos melhores programas radiofônicos de carnaval.
Ontem, a Liga das Escolas de Samba estreou na Rádio Antena 1 um programa de carnaval.
Já adivinhou o nome? Pois é. É esse mesmo: Na Batida do Samba.
Diz um leitor deste blog que ou a Liesa está nos homenageando ou nos plagiando.

Atravessando o samba

Faltando menos de 20 dias para o festival de samba de enredo, ainda não saiu o CD de sambas do carnaval-2010.
A Liesa diz que é porque está tendo dificuldades para localizar os compositores e intérpretes  que devem assinar autorização para que seus sambas seram inseridos no CD.
Dá pra acreditar?

Sexta-feira passada o governo do Estado repassou para a Liga das Escolas de Samba R$ 1,5 milhão para ser rateado entre as escolas de samba e outras entidades carnavalescas. A Liesa prometeu que no sábado, às 16h, repassaria a parte que cabe às escolas de samba.
Até agora, as escolas não viram a cor desse dinheiro.

Sambou…

Faixa etária

Presidente de uma grande escola de samba, o cara foi participar de um programa de carnaval na Rádio Difusora de Macapá.
Falou do enredo, dos ensaios, do número de alas, onde comprar fantasias etc e tal.
Perguntado pela apresentadora do programa qual o tamanho das alegorias,  respondeu de bate-pronto:
– Nossos carros alegóricos estão na faixa etária de 10 metros de largura por 15 metros de altura.

(Do livro “Sambou…”, de Alcinéa Cavalcante e Rostan Martins)

No esconderijo do Mancha

Desde o começo da tarde está rolando a maior folia no esconderijo do bloco Mancha Negra. Com feijoada, churrasco, cervejinha gelada, muito samba e causos do carnaval, a festa não tem hora pra terminar. Eu dei uma passadinha por lá e fiz estas fotos pra mostrar vocês.

mancha

Por que um novo Rei Momo?

A Liga das Escolas de Samba do Amapá (Liesa) decidiu que Raimundo Tavares, o Sucuriju (leia sobre ele aqui), não é mais o Rei Momo.

A Liesa alega que está apenas cumprindo um regulamento elaborado em 2000 quando por causa da morte do primeiro Rei, o Sacaca, foi feito um concurso para a escolha do herdeiro do trono. De acordo com o regulamento, a cada dois anos haveria eleição para a Corte do Carnaval, composta pelo rei, cidadão do samba e musa.

Se passaram nove anos e não foi realizada nenhuma eleição. Por que? Ora, porque todos os presidentes que assumiram a Liesa neste período entenderam que Sucuriju é cara do carnaval amapaense, uma figura marcante e tem uma bela história carnavalesca que começa quando ele tinha apenas cinco anos de idade. Sucuriju foi de empurrador de alegoria a fundador e presidente de escola de samba. É tido como um dos melhores mestres-salas que o Amapá já viu. “Sua casa é um barracão de escola de samba“, diz o ex-presidente da Liesa, carnavalesco Paulo Rodrigues. Ressaltando que Sucuriju “é amigo de todas as escolas” e sempre ajudou a todas. “É muito difícil encontrar alguém à altura para substituí-lo”, diz Rodrigues, com o que concordam outros ex-presidentes da Liesa, como Rostan Martins e Mathias.

Desde que Sucuriju foi coroado rei, passaram pela Liesa cinco presidentes: Paulo Rodrigues, Matias, Geléia, Tia Sila e Abimael e nenhum teve a  idéia infeliz e mesquinha de destroná-lo.

E por que a atual presidente da Liesa quer fazê-lo? Quem frequenta os bastidores assegura que a questão é pessoal, que tudo não passa de vingança porque ano passado Sucuriju cobrou seriedade da presidência, cobrou empenho e responsabilidade, reclamou da forma como o carnaval estava sendo conduzido. E reclamou com toda razão. Não há como negar que em 2008 o carnaval amapaense começou a despencar ladeira abaixo. Um carnaval que era grandioso, com escolas de samba levando para avenida até 30 alas se viu obrigado, por decisão de Liesa, a encolher com um regulamento amador que limitava o número de alas em 10 e acabava com a figura do campeão. Em vez de escolher a escola campeã, a Liesa resolveu distribuir troféu para melhor isso e aquilo. Em 2009 tentou voltar para o antigo regulamento, mas, desestimuladas pelo que tinha ocorrido no ano anterior, as escolas de samba não conseguiram reeditar os grandes carnavais e o que se viu foi um fiasco na avenida, fantasias se desmanchando, alegorias inacabadas, cachorros viras-latas passeando na avenida se misturando com os foliões, uma balbúrdia na concentração e outra na dispersão. Ora, que Rei Momo ficaria satisfeito com isso? Sacaca não ficaria. E Sucuriju não ficou.
Acontece que para quem preside a Liesa desde 2008 é pecado mortal fazer crítica, mesmo que construtiva. A presidência só aceita confetes, serpentinas e aplausos. Jornalistas que tiveram a “ousadia” de questioná-la ano passado tiveram suas credencias para cobrir o desfile cassadas. Até a um ex-presidente da Liga, que é jornalista, a credencial foi negada. Mas destronar o Rei Momo é o absurdo dos absurdos. É o mico do mico.

E não adianta dizer que a presidência não tem nada a ver com isso, que a decisão é do Conselho. Ora, todo mundo sabe que a maioria dos conselheiros não tem opinião própria, que come na mão da presidente, que ela manda e eles obedecem. O motivo dessa subserviência todos sabem também.

Mas, voltando a questão do regulamento. Se era pra fazer com que ele fosse cumprido, por que não terá também eleição para escolher o “Cidadão do Samba” e a “Musa do Carnaval”? Que história é essa de cumprir só a parte que se refere ao Rei? Na verdade, o regulamento de 2000 já nem existe. Um novo foi feito pela atual presidência acabando com o fugura do Cidadão do Samba e da Musa. Agora serão escolhidas a primeira e a segunda princesas, como no Rainha das Rainhas.

Será que esse povo que comanda a Liesa pensa que ninguém  sabe a diferença entre banda marcial e bateria, entre farda e fantasia, entre hino e samba, entre ala e pelotão? Me mata de vergonha!

Fica Sucuriju – Hoje pela manhã ouvi os programas de rádio que tratam do carnaval. Em todos eles, a decisão da Liesa de tirar a coroa de Sucuriju para colocar em outro foi duramente criticada. Ouvintes entraram no ar e fizeram um apelo aos conselheiros para que eles mantenham Sucuriju no cargo de Rei Momo. Um dos ouvintes, no programa Luiz Melo Entrevista, disse que se é pra destituir alguém que se destitua a presidente da Liga e não o Rei.

Pra não esquecer
Veja algumas imagens do carnaval do ano passado

Garrafão de vinho na avenida atrapalhando a evolução do casal de mestre-sala e porta-bandeira
Garrafão de vinho na avenida atrapalhando a evolução do casal de mestre-sala e porta-bandeira
Cães vadios na avenida
Cães vadios na avenida
Fantasias se desmachando
Fantasias se desmachando
Alegorias inacabadas
Alegorias inacabadas

Sambou…

Minha artiquibancada

Começa a chover no Sambódromo e a torcida esfria.
Armstrong  anuncia que dentro de três minutos os portões serão abertos para Boêmios do Laguinho e pede aplausos para a nação negra,  mas a torcida continua fria. Não grita, não apita, não levanta, não sacode a bandeira.
A chuva tirou o ânimo também dos brincantes.
Alemão se dirige ao intérprete e em seu ouvido diz:

– Parceiro, tá todo mundo frio, dá um alô pra arquibancada e pra concentração pra ver se anima.

Podexá, diz o bom intérprete, que dá um gole no “abre gogó” (uma mistura de mel, gengibre e rum) e grita:

Alouuuuuuuu, minha arquitibancada!
Alouuuuuuuuuuu, meu concentramento!

(Do livro “Sambou…”, de Alcinéa Cavalcante e Rostan Martins)

Meu Rei

Rei Momo SucurijuEle tem a cara e a alegria do carnaval amapaense. Caiu no samba ainda gitinho, foi ritmista de bateria de escola de samba, passista cheio de breque e ginga e um dos melhores mestres-sala. Daqueles que comprava o sapato branco com bastante antecedência e passava cera no solado para deslizar na avenida com leveza e elegância. Elegância  no gingado que só quem nasceu pra ser o rei do carnaval tem.
Ele é Raimundo Tavares, o Sucuriju, que deu muitas alegrias ao Boêmios do Laguinho e fundou a escola de samba Jardim Felicidade.
De sorriso largo e franco, conversador, contador de histórias, causos e piadas do carnaval amapaense, Sucuriju há muitos anos é o Rei Momo do Amapá, mas agora está sendo destronado pela Liga das Escolas de Samba que, por falta de coisa melhor pra fazer (até hoje não foi lançado o CD do carnaval)  resolveu escolher um novo Rei.
Não sei de que cabeça “iluminada” surgiu a idéia. Só sei que o novo Rei será escolhido pela diretoria executiva da Liga e presidentes das escolas de samba mediante análise de currículo. O que vai pesar nesta escolha também não sei, já que a Liga não informa quase nada. A única informação que se tem lá é que quem quiser disputar o trono tem que apresentar currículo até dia 10. O novo rei será apresentado à comunidade carnavalesca no dia 30, por ocasião do Festival de Sambas de Enredo.
Tomara que o escolhido não seja alguém que não saiba a diferença entre farda e fantasia, ala e pelotão, banda marcial e bateria, samba e hino…
Sucuriju, meu preto, neste blog e no meu coração você será sempre Rei.