E O IEPA ?
Grupo de Pesquisadores do IEPA
O Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA) é uma Autarquia Estadual vinculado à Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia (SETEC). Sua missão é gerar e disseminar conhecimentos e tecnologia e capacitar recursos humanos para o desenvolvimento do Amapá.
Desde sua criação vem realizando estudos científicos do meio físico e da biodiversidade, visando promover o bem estar social e o desenvolvimento regional. Os primeiros anos foram caracterizados pelo levantamento da flora e fauna, culminando, ao longo de 26 anos, com o aprimoramento em pesquisas de desenvolvimento em Tecnologia e Inovação e da Biodiversidade. Hoje, o desafio é expandir de forma sustentável o uso dos recursos naturais da Amazônia.
Mais que isso, deseja-se avançar em novos indicadores, cumprindo a missão de auxiliar no fortalecimento e qualificação da educação especializada e na produção de conhecimento científico e tecnológico que possa ser revertido em qualidade de vida para a nossa população, permitindo ao Amapá exercer um papel de referência no desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação na Região Norte do país.
No entanto, a instituição não possui um quadro funcional próprio, muitos são oriundos de órgãos municipais, estaduais e federais, além de cargos comissionados, gerências, bolsistas e contratos administrativos. Com a expansão das áreas de conhecimento e o crescente avanço nas áreas de Biotecnologia e Fitoterapia, Arqueologia, Meteorologia e Climatologia, Gerenciamento Costeiro e Zoneamento Ecológico-econômico, torna-se necessário a contratação de pessoal qualificado.
Atualmente o quadro de pesquisadores conta com 17 concursados dos 32 aprovados no concurso do Ex-IPESAP e o restante do quadro que compõem o instituto, entre pesquisadores, auxiliares e administrativos estão cedidos de outros órgãos públicos, somam cerca de 300 servidores, alguns há mais de 20 anos na instituição.
Os demais que passaram pelo IEPA evadiram, ora por falta de condições de trabalho adequadas ou pela ausência de oportunidades de fixação. A saída de recursos humanos qualificados tem comprometido inclusive as diretrizes de Governo para o setor econômico, pois, aliena competência para formulação das politicas de desenvolvimento.
Enquanto o IEPA ganha notoriedade nacional e internacional, pelos esforços individuais dos pesquisadores, sua estrutura interna remonta de mais de uma década atrás, o sucateamento é notório ao longo desse tempo, e pior, sob a anuência explicita da falta de competência política e de gestão para ciência e tecnologia. O Governo do Estado estabelece uma estrutura político administrativa, criando a Secretaria de Ciência e Tecnologia e a Rede Integrada de Pesquisa (RIPAP) que a princípio deveriam estabelecer diretrizes claras para o setor, no entanto, funcionam mais como órgãos de execução de atividades.
As Leis nº 1300/2009 e nº 1352/2009, que estabeleceram o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores do Setor Econômico, apesar de terem sido sancionadas, na prática nunca foram regulamentadas, continuam no papel, passando de mesa em mesa ao longo de cada mandato governamental. Sem as progressões e promoções, o pesquisador é prejudicado na sua ascensão profissional, onerando-o financeiramente e faltando com o respeito ao reconhecimento da capacitação.
Em contraposição à experiência recente, os pesquisadores e técnicos lotados no IEPA querem colaborar na reconstrução de um sistema de CT&I que seja efetivo no apoio ao desenvolvimento científico, econômico e social do Estado do Amapá, com planejamento de diretrizes, objetivos e programas bem definidos e em escalas temporais estabelecidas. Ao mesmo tempo em que também desejam recuperar o respeito da sociedade amapaense, comprometendo-se em dividir com o Governo a tarefa de recuperar os níveis de produtividade anteriormente alcançados.