O novo livro de José Pastana

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“Em Poemas e um Amor, o escritor amapaense José Queiroz Pastana traz à tona seu próprio mundo interior, traduzindo, brilhantemente, as sensações do seu eu-lírico.
Nessa viagem, o poeta parece ora transitar entre o simbolismo, a partir do momento em que se distancia das preocupações do mundo real e aproxima-se do mundo mágico ao brincar com os efeitos sonoros produzidos pelas palavras. Assim, faz com que seus poemas soem como uma bela música aos nossos ouvidos. Ora parece transitar pelo modernismo, quando incorpora aos seus poemas elementos do cotidiano.
Nessa obra, as palavras transcendem o significado, buscam uma nova significação dentro de cada leitor, apelam para a totalização de nossa percepção. Isso porque, na simplicidade de seus versos, o poeta nos leva a refletir sobre nós mesmos, sobre nossos amores, sobre nossa relação com o outro e com o Meio Ambiente, num prazeroso ato de releitura de nossas vidas.
Mara Sílvia Jucá Acácio
Profª Mestra em Linguística UEPA”

O livro está à venda no site da Editora Ar aqui

Um poema de Manoel Bispo

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Origami
Manoel Bispo

Pássaro azul, de papel mil vezes redobrado
por mãos de fadas no artesanal e terno invento
pássaro de planuras leves e canto quebrado
ave-arte, cujo voo paira no vagar do intento.

Quantos planos afloram entre as dobraduras
legiões de ângulos rasos como se escondidos
nos ninhos feitos dessas mesmas linhas puras
que a geometria acha nos seus elos perdidos.

Dobrar até a bela formatura sair do abstrato
e o imaginário coração de pássaro disparar
como dispara o coração de Goya no retrato

E, se faltar alguma dobra na ave dita e feita
que não seja o caso de medir ou comparar
posto que é ponto sabido: não há dobra perfeita!

Poetisa do Amapá vence concurso nacional “Sarau Brasil”

índicee A poetisa amapaense Annie Carvalho (foto) é uma das ganhadoras do concurso nacional “Sarau Brasil 2016”. Annie concorreu com quase três mil poetas brasileiros e ficou entre os 15 melhores com o poema “Em cima da borboleta uma planta!”, que será publicado na coletânea “Sarau Brasil 2016” (Editora Vivara). Além da publicação, a poetisa amapaense receberá medalha e certificado.

Annie Carvalho faz parte do Movimento Poesia na Boca da Noite e do grupo “Pena e Pergaminho” e apresenta, junto com Maria Ester e Thiago Carvalho, o espetáculo poético “Liras e Mocambos”, onde declama – divinamente bem – autores amapaenses ao som de caixas de marabaixo.

Leitora assídua deste blog, foi aqui que ela ficou sabendo do concurso e resolveu se inscrever. “Os meios de comunicação são muito importantes,  pois  eu fiquei sabendo do prêmio pelo blog da Alcinéa Cavalcante, me inscrevi  e hoje aqui está o resultado”, disse.

E fez agradecimentos. “Agradeço a Deus e aos meus pais pelo incentivo.  Estou muito feliz por levar o nome do Amapá em nível nacional”.

Nós também, Annie, estamos muito felizes com sua vitória. É a poesia amapaense mais uma vez ocupando lugar de destaque no cenário literário deste país.

Em cima da borboleta uma planta!
Annie Carvalho

É verdade.
mas, não importa se acredita
A planta pousa na borboleta.
Matizes de poemas aromatizantes.
Surgem na linha imaginária que separa a seiva do dia,
como flecha que passa.
Mas, eu garanto tudo acaba quando
A parca natureza- Humana.
Em vez da flor colhe o espanto.

Chá das cinco – Glória Araújo

 

gloria2aOs dois homens
Glória Araújo

Um homem de meia idade,
encontra um jovem e se abraçam
se olham nos olhos e se beijam

Um deles falou : eu te amo muito
e o outro retrucou
eu também te amo demais
e este abraço nos recompensa
todo sofrimento e privações
que juntos passamos

E é por tanto te amar
que estudava noite e dia
sempre , sem descansar
para poder te abraçar
e bem alto gritar:

Meu pai, eu passei no vestibular!

Poema à fogueira

POEMA À FOGUEIRA
Arthur Nery Marinho

Fogueira de Santo Antônio
que ardes tal como arde
a chama do meu olhar!

Fogueira linda, que tanto
o meu tempo de criança
ora me fazes lembrar!

Não tenho mais estalinhos
pistolas também não tenho,
como não tenho balão.

Tenho somente a saudade
da infância que hoje não passa
de simples recordação.

Mas, psiu! Não digas nada
às crianças que hoje brincam
como em criança brinquei.
É cedo para que saibam
que na fogueira dos sonhos
minha esperança queimei.

Guarda silêncio, se ouves
o que, contrito, te pede
o meu pobre coração,
pela bondade de Antônio,
desconfiança de Pedro,
profecia de João.

Não digas nada, fogueira!
Não digas que tudo arde
neste mundo de ilusão,
que tudo não passa mesmo
das fantasias que acabam
quando incendeia o balão.

O poeta Arthur Nery Marinho faz parte da primeira geração dos modernos poetas do Amapá.
Nascido  em Chaves (PA), em 27 de setembro de 1923,  veio para o Amapá em 1946.
Ao lado de Alcy Araújo, Álvaro da Cunha, Aluízio Cunha e Ivo Torres, Arthur desenvolveu importantes projetos culturais.
Está na Antologia Modernos Poetas do Amapá,na Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica, entre outras.
Em 1993 publicou o livro de poesias “Sermão de Mágoa”. Arthur morreu em 24 de março de 2003 e alguns meses após sua morte a Associação Amapaense de Escritores fez o lançamento do seu livro de poemas e trovas “Cantigas do Meu Retiro”.