O livro de fábulas – Dom Pedro José Conti

O livro de fábulas

Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Foi um pai que contou este fato. “Toda noite a minha filhinha queria que eu lesse uma fábula antes de adormecer. No meio da história, ela já dormia. Logo, eu a colocava na cama. Estava cansado de ler sempre as mesmas coisas. Assim, certo dia, entrei numa livraria em busca de algo novo. A última novidade eram os audiolivros, ou seja, gravações de livros lidos por profissionais. Comprei logo uns dois audiolivros de fábulas para crianças e relativo aparelho para escutar. Uma maravilha! Ensinei à minha filhinha como tudo funcionava e ela ficou feliz. Ela ligava o aparelho, a história começava e ela…dormia. Funcionou por algum tempo. Depois, uma noite, minha filha me empurrou o velho livro de fábulas e me pediu para lê-lo novamente. Eu disse: Continue lendo

Um sorriso – Dom Pedro José Conti

Um sorriso
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Certa vez, um sorriso passeava pelo mundo. Era um sorriso simpático, alegre, carinhoso. Estava feliz como só pode sê-lo um sorriso. Chegou numa cidade onde os moradores e o trânsito eram muito nervosos. Estava esperando o sinal abrir na faixa dos pedestres, quando dois carros se chocaram. Pararam ao lado da rua. As portas se abriram. Um dos motoristas desceu rápido e já estava com o rosto desfigurado pela raiva. Foi naquele instante que o sorriso colou nele. De repente, o semblante daquele homem ficou calmo e a atitude amigável. O outro motorista também não estava para brincadeira, mas vendo o sorriso do primeiro ficou desarmado.

– Peço desculpa, a culpa é minha – disse. Continue lendo

Quantos Amapás existem?

Quantos Amapás existem?
Cléo Farias de Araújo

É comum, em certos lugares, no início de uma administração, “esquecer-se” de reformas de prédios que precisam ser feitas, de manter-se chefes competentes, substituindo-se-os, por “qualquer um”, nos “ajustes” que a nova “administração” faz.

O texto introdutório tem a ver com o abandono da escola Barão do Rio Branco, no início da avenida FAB.
– Tem que derrubar e construir outro, pois o prédio é velho. É do tempo do Janari- Podem dizer os filhos da modernidade.
Ora, Niceto Alcalá-Zamora y Castillo, já dizia que nunca se deve desprezar os tijolos de uma construção antiga, pois ali contém História pura.
Logo, se o pensamento de “derrubar” ou “deixar pra lá”, por “não fazer parte das nossas prioridades”, poderia ensejar, em simples exercício intelectual, que o presente depende do passado, assim como o futuro depende desses dois primeiros, pra tentar existir.
Se o que Janari e outros governantes mais antigos fizeram, não serve mais, ou “não deveria existir”, logo, o Amapá de agora, sem o alicerce de outrora, também não existiria e, por tabela, o governo, também não.
Não se pode apagar a História, tentando se fazer a própria. Por outro prisma, a ambição pessoal, sem contribuição com a coletividade, é louco “jus sperneandi”.
Ora, meu povo, se não pelos feitos do Janari, refaçam a escola, em atenção a quem defendeu este pedaço de chão, no caso, José Maria da Silva Paranhos, o Barão, que empresta o título à escola.Não devemos esquecer que Amapá, na verdade, significa uma pá de serviços a quem ama esta terra.

Artigo dominical

Também eu não o conhecia
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

 Dizem que quando Moisés levantou o seu cajado e estendeu a mão sobre o Mar Vermelho não aconteceu o milagre tão esperado. Foi somente quando o primeiro homem começou a entrar na água, no meio das ondas, que o mar se dividiu de maneira que os Hebreus puderam passar de pé enxuto.

Interpretação? Anedota? Não sei. O que essas poucas palavras querem nos dizer é que a fé exige decisão e firmeza. Algo de Continue lendo

A não violência – Dom Pedro Conti

A não violência
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Como nos outros anos, para o 2017, no começo do ano civil, o Papa Francisco nos brinda com a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz. Essa iniciativa chega ao número 50, porque começou com Papa Paulo VI em 1º de janeiro de 1967.

Desta vez, Papa Francisco nos convida a refletir e a agir para alcançar a paz, seguindo o “estilo” da NÃO VIOLÊNCIA. De fato, a pergunta que devemos nos fazer é elementar: é possível construir uma paz verdadeira e duradoura com meios violentos? Muitas vezes a própria guerra foi apresentada como uma solução necessária para alcançar a paz. Uma espécie de mal menor. Nada de mais falso e ilusório. Além da violência inadmissível de qualquer guerra, também já vimos que não existem “guerras relâmpagos”, resolutivas. Também porque não existem “guerras santas”. “ Só a paz é santa” nos lembra o Papa Francisco. Com efeito, cada vez Continue lendo

Artigo dominical

O medo
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

 No início da história humana, após a criação, os primeiros seres humanos receberam de presente, para morar, um esplêndido jardim. A vida deles era pura felicidade. Não faltava nada. O jardim oferecia alimento, beleza, descanso e diversão. As crianças podiam correr livremente. Um muro altíssimo e bem forte, porém, circundava todo o jardim. Os homens e as mulheres tinham tudo, mas quando chegavam na frente do muro, sentiam-se frustrados. Por isso, certo dia, perguntaram ao Criador que, não pudessem ver, sabiam estar sempre presente:

– Por que este muro? O Senhor não confia em nós? Continue lendo

A nossa Nova Floriano – artigo de Randolfe Rodrigues

*Por Randolfe Rodrigues  
Criada em 26 de janeiro de 1922, a Praça Floriano Peixoto sempre foi reduto de boêmios, amantes, poetas, músicos  e outras figuras extraordinárias. O olho d’água que formou os lagos observa há muitas décadas as histórias dos encontros que ocorreram por aqui. Parcerias musicais, reuniões de amigos, disputas de pescaria, torneios desportivos e beijos apaixonados… As memórias sobre este cenário constituem uma parte significativa do retrato afetivo dos moradores de Macapá.
Antes de passar pela urbanização do seu entorno na década de 1980, a Praça Floriano era conhecida como “Lago do Sapo” ou “Praça do Sapo”, embora também pudesse ser chamada de praça dos maçaricos, das garças e das saracuras que mariscavam à beira d’água sob a atenta vigilância de um atípico morador de áreas urbanas: um jacaré. Dizem que ele foi capturado depois de ter emergido em meio aos aningais e mururés para perseguir uma mulher ao longo da Rua General Rondon. Mas não é possível precisar sobre esta informação. O mais certo é que, além do jacaré e das águas que por aqui correram ou pararam, a Floriano se fez ninho de gente encantada.
O maestro Nonato Leal compôs muitas canções ao cair da tarde na companhia do poeta Alcy Araújo e dos gorjeios dos pássaros que pousavam religiosamente “à noitinha”, como costuma dizer o compositor. Anos mais tarde, pousava em bando, no mesmo horário, o grupo de skatistas, ocupando a praça de manobras velozes fazendo mais forte o ventinho da praça. Na madrugada, a juventude faminta pelo lanche do Ari emenda até hoje, a noite confraternizada nos bares e boates da cidade. No alvorecer, voltava para casa o Ginoflex, ébrio, boêmio convicto, carregando seus velhos vinis, seu bom humor infalível e algumas anedotas. Nas tardes de domingo, crianças pilotavam entusiasmadas pedalinhos em forma de cisnes brancos, ondulando com mais vida as águas dos lagos.
Considerada um dos cartões postais mais bonitos da cidade, a Praça Floriano é entregue à população revitalizada, desde a pavimentação do passeio externo, com piso tátil e rampas de acessibilidade, até à jardinagem, iluminação e limpeza dos lagos.
A Nova Floriano está ainda mais bonita, permanece com suas árvores frondosas, seu vento suave e seus cisnes à espera de novos retratos, outros personagens e boas lembranças para a gente amar.
*Senador da República pela REDE-AP

Artigo – Ascensão de Pedro DaLua anima especulações para 2018

Com vitória de Caetano Bentes e Clécio Luís, ascensão de Pedro DaLua anima especulações para 2018 e intriga as “velhas raposas” da política

Por José Marques Jardim*

 Do ponto de vista analítico, Pedro DaLua, deputado estadual pelo PSC é hoje um dos parlamentares mais comentados nos bastidores da política no Amapá. Eleito em 2014 com mais de 4 mil votos o deputado vem colocando em prática uma atuação que deixa intrigadas até as mais velhas “raposas” do meio político que ainda insistem nas velhas fórmulas que só vêm perdendo efeito.

 DaLua tem um discurso de renovação e aposta na força do povo, que segundo ele, não pode ser decepcionado. Para ele, o político é um instrumento da vontade popular. Continue lendo

A alegria do céu – Dom Pedro José Conti

A alegria do céu
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

 Com o evangelho deste domingo chegamos ao coração do próprio evangelho e também do Jubileu da Misericórdia, que está chegando ao fim. Vamos deixar que as três parábolas da misericórdia, que encontramos no capítulo 15 do evangelho de Lucas, falem ao nosso coração e marquem a nossa vida de cristãos chamados a ser misericordiosos como o nosso Pai é misericordioso. Começamos com a ovelha desgarrada, depois com a moeda perdida e, finalmente, com os dois filhos, cada um surpreendido, também se de maneira muito diferente, pela compaixão e o perdão do pai. Continue lendo