Artigo – A Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Amapá

A Assembleia Legislativa e o Tribunal de Contas do Amapá
Por Paulo Bezerra*

                   Ontem (25/08/2016), a Rede Amazônica de Televisão veiculou uma reportagem na qual o Desembargador Raimundo Vales conclamou a sociedade amapaense a rever o orçamento da Assembleia Legislativa do Amapá que é de 161 milhões de reais para atender 24 deputados estaduais e 110 servidores efetivos. O Desembargador afirmou, ainda, que o Tribunal de Contas do Estado do Amapá deve desempenhar o seu papel constitucional de fiscalizar o Poder Legislativo estadual, de onde são desviados milhões de reais.

Essa é a primeira vez que um agente político de tal envergadura faz crítica tão contundente sobre o Continue lendo

Artigo – Olimpíada do Rio, um Quarup contemporâneo

Olimpíada do Rio, um Quarup contemporâneo

Ronaldo Mota (*)

Antônio Callado, autor nascido no Estado do Rio de Janeiro em 1917, tem como uma de suas principais obras Quarup, retratando o período em torno da implantação do Regime Militar em 1964. O livro, publicado em 1967, versa também sobre eventos ocorridos na década anterior nas reservas indígenas da região do Xingu, no centro-oeste do Brasil. O enredo gira em torno de conflitos pessoais e políticos vivenciados pelo protagonista, padre Nando.

Ainda que Quarup e Olimpíadas sejam eventos muito distintos, há elementos de similaridade de contextos que permitem enxergar uma possível premonição de Callado sobre fatos que viriam a ocorrer somente meio século Continue lendo

O soldado e o ovo

O soldado e o ovo
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Num hospital servido pelas Irmãs de Caridade, achava-se um soldado em tratamento. Certo dia, pediu que lhe trouxessem um ovo cozido. Poucos instantes após, uma das irmãs servia ao enfermo o ovo cozido; mas aquele indivíduo, querendo provar a paciência da religiosa, rejeitou o ovo, bruscamente, dizendo: Continue lendo

Indiferença ou compaixão?

Indiferença ou compaixão?
Dom Pedro José Conti,Bispo de Macapá

Certa noite, o diabo veio à terra, com um grande saco nos ombros, para levar consigo tudo o que Deus não quer no céu. Ao caminhar, tropeçou num bêbado e lançou-o no saco, dizendo:

– Os beberrões são meus, Deus não os quer. Ao inferno com eles!

Seguiu andando e encontrou um ladrão:

– Para o saco – disse com uma grande gargalhada – de ladrões está cheio o inferno.

Continuou andando e encontrou um escandaloso.

– Oh, oh, este é pior do que o demônio! Os escandalosos são sujeitos infernais.

E assim foi metendo no saco a todos os que tinham a alma manchada com pecados de maledicência, orgulho, inveja, luxúria, e não sei quantas coisas mais. Até um hipócrita caiu no saco do diabo. Continue lendo

Os quatro mensageiros – Dom José Conti

Os quatro mensageiros
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

 O Primeiro Mensageiro enviado do céu, ficou pouco tempo sobre a terra. Logo que os homens escutaram o início da sua mensagem, começaram a reclamar, pegaram umas pedras e o enxotaram a pedradas. Depois, porém, tiveram medo e, para amansar o Céu, levantaram uma grande coluna de pedra na praça principal. O Céu foi compreensivo e enviou o Segundo Mensageiro. Este dizia a verdade, mas os homens não gostam de ouvir a verdade. Assim pegaram bastões e espadas e o mandaram embora. Mais uma vez, se arrependeram, e, Continue lendo

As mãos vazias – Dom Pedro José Conti

As mãos vazias
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Após sua morte um homem se apresentou em frente ao Senhor. Cheio de orgulho mostrou as mãos e disse:

– Veja, Senhor, como as minhas mãos estão limpas!

O Senhor sorriu para ele, mas, cheio de tristeza, disse-lhe:

– É verdade, mas também estão vazias!

Domingo, encontramos o evangelho conhecido como o da “viúva de Naim”. Ao chegar àquela cidade com os seus discípulos e uma grande multidão de seguidores, Jesus encontrou outra turma. Continue lendo

A Empregada – Dom Pedro José Conti

A empregada
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

A empregada era trabalhadeira, mas bastante vagarosa. Por sua vez, a patroa era apressada e queria tudo na hora. Quando dava uma ordem devia ser para já ou para… ontem. Às vezes, exigia mais tarefas ao mesmo tempo. Certo dia, ficou zangada e gritou para a empregada:

– Vê se corre logo na farmácia para comprar meio quilo de esperteza!

A moça foi e, chegando na farmácia, fez o pedido, com a maior simplicidade:

– Seu Antônio, a minha patroa mandou perguntar se aqui tem esperteza para vender.

– O que? Esperteza para quem? – respondeu o farmacêutico. Ele, porém, conhecia a madame e sabia da grosseria dela.

Assim respondeu brincando: Continue lendo

Tupi or not to be

Tupi or not to be
Em nome de Deus e do New York Times, a disputa do impeachment e dos Brasis

 Eliane Brum
O 17 de abril de 2016 tornou explícito que esta não é apenas uma crise política e uma crise econômica. Mas também uma crise de identidade, de ética e de estética. Os holofotes lançados sobre a Câmara dos Deputados, em transmissão ao vivo pela TV, iluminou o horror. E iluminou o horror mesmo para aqueles que torciam pela aprovação da abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff. No dia seguinte, algo também revelador aconteceu: a disputa foi levada ao território “estrangeiro”. Não uma disputa qualquer, mas a disputa sobre como nomear o acontecido. Vale a pena seguir essa pista. (Leia o artigo completo no El Pais clicando aqui)

Ele pode sempre adivinhar

Ele pode sempre adivinhar

Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

 Certo dia, o velho e bom Eleazar chamou seu netinho Samuel e lhe disse:

– Samuel, preste atenção ao que vou lhe dizer: quando alguém sofre sozinho, o sofrimento fica muito mais pesado. Entendeu o que estou lhe ensinando?

– Sim, compreendi, Nós sofremos muito mais quando estamos sozinhos.

– Mas, se uma pessoa olhar para ele e disser: “Como você está sofrendo, meu irmão”, o que acontece? Continue lendo