Poetas

hoje5

 

Em volta da mesa, lendo, declamando, falando de literatura, meus amigos  poetas e escritores deixam o fim de tarde mais gostoso, terno e iluminado no pátio da minha casa.
No meu pátio ou no quintal rapidinho a gente faz a festa poética e pinta o entardecer com as cores da ternura, amizade e lirismo.
E hoje foi assim: um belo entardecer com Maria Ester, Rui Guilherme, José Pastana, Ricardo Pontes, Mauro Guilherme, Cléo Araújo, Raquel Braga, Manoel Bispo, Raule Assunção e Cléo Araújo.

Chá da tarde

Um passeio na orla
Bruno Muniz

Eu vi o rio levando o andor
e um povo envolto às pausas do açaí;
vi das pedras fortes, ido ao norte, um São José,
e um pouco à frente,
ao sorvetear todo o sabor de um bacuri,
sentei a ver cada detalhe do lugar:
“Um pesqueiro quando às águas é doutor?”
“Como o arteiro beira o céu a esculpir!”.
Na boca da noite,
Alcinéa traz os versos ao passar.
Na volta pra casa,
uma rede bambeia ao soluçar do vento
e um vazio mede as horas da maré;
às esquinas paradas no tempo,
uma placa encostada no muro
descama à sombra do sol
que reluz à cor do jambo:
“Bem-vindo a Macapá”.

Piquenique poético

Alegria, poesia, música, contação de histórias, guloseimas, maré enchendo, brisa e muito afeto, carinho, lirismo, ternura e amizade.
Foi assim o piquenique poético do Movimento Poesia na Boca da Noite neste domingo no Parque do Forte.
E a gente volta pra casa de alma leve e coração sorridente. Foi tudo muito lindo.

aa1

aa2

S

Semana do Poeta

Hoje é o Dia do Poeta. Em Macapá, o dia acordou com um sol bochechudo saudando os poetas. O céu está azulzinho e nuvens impecavelmente brancas brincam formando códigos que só os poetas conseguem decifrar. Um convite à poesia. Um dia perfeito para ler, dizer, declamar poemas, relembrar os primeiros poetas amapaenses, relembrar os que partiram, conversar e abraçar  todos aqueles que vivem a poetar no meio do mundo, estimular a juventude que está se dedicando à arte de construir versos e incentivar as crianças que traduzem em versos os sentimentos mais puros.
Ontem começou aqui no blog a “Semana do Poeta”, com uma homenagem a Arthur Nery Marinho. Durante todo esta semana, o maior espaço neste blog será dedicado à poesia, aos poetas e grupos poéticos.
O espaço está aberto para todos. Mande sua poesia, sua foto, sua história ou do seu grupo poético. Esta semana quem manda no blog são os poetas e os amantes da poesia.
Lembremos hoje a Antologia Modernos Poetas do Amapá, lançada em junho de 1960, reunindo os mais importantes poetas do início do Território Federal do Amapá: Alcy Araújo, Álvaro da Cunha, Aluízio da Cunha, Arthur Neri Marinho e Ivo Torres. Intelectuais que demarcaram, como área de cultura, um território ainda jovem. Foi a primeira iniciativa, no gênero, cultivada na linha setentrional do país.
Publico abaixo recorte do jornal Amapá (que recebi de presente do poeta Paulo Tarso) noticiando o lançamento da Antologia em Belém do Pará, na livraria Dom Quixote.
O lançamento em Belém foi bastante concorrido e contou com a presença de estudantes, intelectuais, professores, jornalistas e dos nomes mais importantes da literatura paraense como Bruno de Menezes, Haroldo Maranhão, Max Martins, Rodrigues Pinagé e Georgenor Franco – que saudou os amapaenses em nome da Academia Paraense de Letras. Alcy Araújo, meu pai (de terno branco, óculos, à direita) falou em nome dos modernos poetas do Amapá.

modernospoetas1

Poetas são doutores em ciências abstratas

Os poetas são doutores em ciências abstratas. Eles sabem a espessura das palavras, a leveza de cada objeto e timbre das sensações. Poetas inventam velas e barcos, viajam através do tempo e descobrem mundos novos e nos falam múltiplos dialetos desses mundos abstratos.
Sabem projetar e construir palcos, pintar e iluminar cenários, dar forma, voz e movimentos aos seus personagens.
Poetas são incansáveis e exímios artífices no lidar com a lapidação da palavra, e, assim sendo tratam com talento admirável e surpreendente desenvoltura o sentimento do mundo.
E como se não bastasse o maravilhoso conteúdo que se lhe apresenta a vida real, dana-se o poeta a inventar e reinventar-se, tendo como instrumental de trabalho a imaginação e como matéria-prima a palavra.

Manoel Bispo, poeta, escritor, compositor, artista plástico e professor

Tenda literária

a8Livros, varal de poesias, brindes poéticos, bate-papo com escritores, declamação, amor, lirismo, risos, alegria. Tudo isso e muito mais rolou na Tenda Literária que o Movimento Poesia na Boca da Noite montou no Largo dos Inocentes, sexta-feira passada, a convite da Confraria Tucuju.
Na última sexta-feira de outubro tem mais. Anote logo na sua agenda para não perder.

Chá da tarde

Aos cabelos dela
 A.D.G.Martínez
(Para Lidiane Martínez)
…………….
Vejo o rútilo de teus cabelos
Peça de seda a tramar
Adota a beleza das crinas
E a fluidez dos rios ao mar
Reage aos ventos carinhosos
Como se eternamente fossem pairar
E na magnitude da perfeição cíclica
Repousam em teu ombro, como se nunca tivessem saído de lá
Este véu que te coroa e adorna
Com olor de romã e paraíso
Com cor de castanho e infinito
Cobrem-me em nossos carinhos
Onde minha mão feito passarinho
Insiste em se aninhar.