Artigo dominical

A limpeza do coração
Dom Pedro José Conti, Bispo de Macapá

Em tempos de gripe suína e poluição generalizada, lavar as mãos é uma medida preventiva e até de bom senso, procurando evitar que o vírus e a sujeira se espalhem. No evangelho deste domingo tudo começa com uma crítica aos discípulos de Jesus. Os rigorosos observantes da Lei e das Tradições dos antigos queriam saber por que eles não tinham lavado as mãos antes da refeição. O questionamento ofereceu a oportunidade a Jesus de falar não somente do puro e do impuro, mas também da religiosidade perigosamente exterior deles, chamando-os de hipócritas.
È evidente que a discussão não está no simples cumprimento da norma de lavar as mãos. Costume que, por sinal, com gripe ou sem gripe, é sempre muito bom para a nossa higiene pessoal. Aquele gesto, entendemos, representava a adesão incondicional à Lei e a todas as normas e preceitos que se tinham sobreposto ao cerne fundamental dela. Infelizmente os fariseus, com os quais Jesus polemizou muitas vezes, estavam demais preocupados com o cumprimento formal das normas, tendo como resultado o afastamento do verdadeiro sentido da Lei. Eles mesmos tinham caído na própria prisão. Dando excessivo valor a normas menores ou exteriores, tinham acabado de ficar presos nelas.
Eles tinham perdido o significado verdadeiro da Lei de Deus: servir e honrar o Senhor com liberdade e criatividade, sempre atualizando o sentido e o valor dos seus mandamentos. Quem aceita sem entendê-las certas normas e faz questão de respeitá-las a qualquer custo, corre o perigo de que elas substituam a sua iniciativa e a sua responsabilidade pessoal. È o fazer por fazer, tendo a consciência em paz por ter feito o que deve ser feito, porque sempre foi feito assim, sem nunca questionar-se. Desta situação para a hipocrisia, que Jesus repreende, o passo é curto. Cumpre-se a rigor a norma, mas sem reconhecer o sentido e o valor. Poderíamos fazer muitas outras coisas boas, ou de maneira diferente. Não as fazemos porque estamos simplesmente satisfeitos com a obediência cega e vazia de normas codificadas.
No caso, porém, de lavar as mãos, Jesus, quer nos conduzir além de uma questão de obediência ou não à Lei. Com efeito, se a “sujeira” fosse somente exterior um bom banho resolveria, mas se as atitudes erradas, a começar pelos maus pensamentos, vêm do nosso interior, é evidente que não tem detergente, nem álcool e nem gel, que consigam limpar o nosso coração. De um coração bom e sincero virão coisas boas e verdadeiras. De um coração mau, somente poderão sair coisas más. Precisamos, portanto “purificar” o nosso coração. De outra forma podemos falar bonito, ser exteriormente cheirosos e de bela aparência, mas se não tivermos também bons pensamentos e muita vontade de fazer o bem, nada de bom mesmo conseguiremos realizar. Como profetizou Isaías: “Este povo me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”.
Neste último domingo de agosto, o nosso agradecimento é para as nossas e os nossos catequistas. De maneira especial aqueles e aquelas que com paciência e carinho procuram ajudar as crianças, os adolescentes e os jovens a dar os primeiros passos na compreensão da fé cristã. Hoje ser catequista é uma missão cada vez mais exigente e nem sempre apoiada e compreendida pelas famílias dos catequizandos. Se os jovens não encontrarem apoio e exemplo nos seus pais e nos irmãos mais velhos, logo pensarão que participar da Catequese, das Missas e da vida da Comunidade seja somente um compromisso de crianças. Crescendo ficarão livres de toda obrigação ou, no máximo, continuarão a cumprir algumas delas por costume, para apaziguar as suas consciências, mas sem criatividade e paixão. Exatamente como obedecer a uma Lei antiga entendida mais como um peso que como uma oportunidade de crescimento na fé e no amor a Deus e ao próximo.
Sempre seremos tentados de lavar somente as nossas mãos, de ficar na exterioridade da nossa fé. Esta superficialidade pode condenar a morte não somente Jesus como foi o que aconteceu quando Pilatos lavou as suas mãos. Pode nos condenar a uma fé vazia, formal, talvez hipócrita. Jesus quer mudar o nosso coração. É mais difícil, mas esta é a alegria e o sentido de sermos cristãos.

PF já está no Jari

Policiais federais e o procurador do Ministério Público Federal já estão no Laranjal do Jari tentando impedir o aterro às margens do Rio Jari.

Para impedir a ação da Polícia, políticos daquele município com o apoio de um senador mandaram bloquear a entrada da cidade, mas a PF conseguiu entrar e deter a retirada de areia de uma área federal. A areia que estava sendo retirada dali servia para aterrar a margem do rio. Dois crimes ambientais estavam sendo praticados: a retirada da areia e o aterro, ambos sem licença ambiental, sem estudos de impacto ambiental, sem nada exigido pela legislação.

Neste momento as caçambas continuam aterrando a área, apesar da presença da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, que praticamente nada podem fazer uma vez que até agora a Justiça (não se sabe porque) ainda não concedeu a liminar requerida (leia aqui a ação)  pelo Ministério Público Estadual para suspender o aterro da área – que se constitui numa verdadeira agressão ao meio ambiente.

Os políticos envolvidos, como o prefeito Barbudo Sarraf, um senador e vereadores, fazem parte do grupo do senador José Sarney (PMDB-AP), talvez por isso se considerem acima da lei.

nosEu com meu sobrinho Gabriel e a mana Alcilene ontem, no Largo dos Inocentes, na homenagem que a Confraria Tucuju prestou ao poeta Alcy Araújo, meu pai

O aterro no Jari

Dano ambiental em Laranjal do Jari gera Ação Cautelar do Ministério Público

O Ministério Público Estadual ingressou com Ação Cautelar, com pedido de liminar contra o município de Laranjal do Jari. A ação, proposta pela Promotoria de Justiça daquele município requer a paralisação do aterramento que ocorre desde o dia 27 de agosto nas áreas situadas na avenida Tancredo Neves, próximo à beira-rio, exatamente em frente à área atingida pelo incêndio ocorrido em 2006.

Fatos
No dia 27, os promotores de Justiça Vinícius Mendonça Carvalho e Ricardo Crispino Gomes viram no local cinco caminhões do tipo “caçamba”, contendo grande quantidade de terra. O material estava destinado a promover o aterramento da referida área. Entre os presentes na Beira Rio estavam políticos e comerciantes.

Obtivemos a informação de que não existe qualquer estudo de impacto ambiental ou licenças ambientais para o aterramento daquele local”, dizo promotor de Justiça Vinicius Carvalho. No mesmo dia, o Ministério Público expediu recomendação à Secretaria Municipal de Meio Ambiente para que procedesse a adoção de providências para impedir o dano ambiental. “Foi recomendado que embargasse as atividades, aplicasse multas e apreendesse materiais, equipamentos e veículos utilizados em qualquer ação que implique em degradação ambiental da área”, destacou o promotor.

No entanto, o pedido não foi atendido e os serviços foram retomados na madrugada de sexta-feira, 28. “Até o presente momento caminhões estão jogando terra no local, em manifesta degradação dessa área de ressaca, inclusive com a omissão de órgãos de fiscalização locais, que se descuraram de obedecer aos dispositivos constitucionais e legais que regem a defesa do meio ambiente, enquanto direito difuso”, informa o promotor Vinicius na Ação.

Pedido
No pedido ao juiz da comarca de Laranjal do Jari, o Ministério Público requer que o município, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, proceda a imediata fiscalização do local e a adoção de providências tendentes a impedir o aterramento da área por particulares. Deverá ainda embargar obras e atividades, aplicar multas e apreender materiais, equipamentos e veículos utilizados em ação que implique em degradação ambiental, inclusive com o auxílio de força policial.

Segundo o promotor de Justiça da comarca de Laranjal do Jari, Vinícius Carvalho, caso não seja cumprida a Ação Cautelar, o município receberá multa no valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) para cada hipótese de descumprimento consistente no despejo de terras no local.

(Texto: Assessoria de Comunicação do Ministério Público)

Da caixinha de comentários

Continua faltando água e luz

Renata Gomes disse:

Alcineia, moro no Jesus de Nazaré, hoje é sábado e minha casa também não vê água vinda da Caesa há pelos menos 4 dias. Será que mesmo na rua da Caesa, como disse um senhor lá embaixo, o problema da falta de água são os tubos do Capi. Pelo amor de Deus, o Waldez não é bom nem de inventar mentira, né. Minha esperança é que o povo dê o troco nas próximas eleições, incompetência nunca mais!!!!

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Jorge disse:

Ontem deixei este comentário aqui, agora são exatamente 13h43 e não tem água aqui no Laguinho. Tenho poucos minutos para deixar este comentário pois acabou de faltar energia aqui (novamente) e meu nobreak é de apenas 20 minutos. De novo pergunto: A quem recorrer?

Aviso no bar

Prezado Cliente, atenção:

Não Beba – Você pode ser PRESO E MULTADO pela Lei Seca.
Não Fume – Você pode ser PRESO E MULTADO pela Lei Antifumo.
Não Faça Barulho – Você pode ser PRESO E MULTADO pela Lei do PSIU.
Não Paquere – Você pode ser PRESO E MULTADO pela Lei de Assédio Sexual.

Se não gostar, vá para casa e DIVIRTA-SE!

Laguinho sem água

Leitor do blog diz na caixinha de comentários:

“Aqui no Laguinho, nesse momento (12h48), não tem água nas torneiras. Ontem também aconteceu o mesmo. Quedas de energia são frequentes. Uma pergunta: A quem recorrer?

Jorge”

Você sabia?

O São José – que já foi um timaço – nasceu no bairro da Favela. A sede era ali na Leopoldo Machado esquina com a Presidente Vargas.

Depois levaram o Sanjusa para o Laguinho e ele nunca mais foi o mesmo 😉

Espera aí que o Sapiranga já vem contar essa história.