As crianças na Bienal Internacional do Livro

Eles moram na ilharga do rio Amazonas, no bairro Perpétuo Socorro, e acariciados pela brisa que sopra do maior e mais belo rio do mundo escrevem lindas poesias.
Os irmãos Asaf (9 anos) e Aquila (11 anos) já estão de malas prontas para embarcar para São Paulo dia 10. Eles estarão na Bienal Internacional do Livro autografando a coletânea “Poesia na Boca da Noite”, dia 14. Na coletânea tem três poemas de Asaf e 5 poemas de Áquila.

Para que você conheça um pouco do talento dos “poetinhas” do Movimento Poesia na Boca da Noite, posto abaixo trechos de poemas deles. Leia e comente.

“Na frente da minha casa
O rio mais belo passa.
O peixe fazendo graça
O mergulhão traça.
Sua cor café com leite
Tem o cheiro e sabor
da minha infância querida.
Amazonas és meu amor.”
(Aquila)

“Eu sou água corrente linda e transparente
Hoje estou triste e amanhã estou contente
Eu gosto de você
e  meu amor é permanente”
(Asaf)

Poetas mirins do Amapá na Bienal Internacional do Livro

Dizem que dentro de todo poeta mora uma criança. Mas dentro de cada uma dessas crianças  (na foto com o músico Raule Assunção), mora um poeta.
Com idade entre 7 anos e 13 anos, essas crianças fazem parte do Movimento Poesia na Boca da Noite e já escrevem e declamam belas poesias. Seus poemas estão  no livro “Poesia na Boca da Noite”, que será lançado dia 14 na Bienal Internacional do Livro em São Paulo.
E vai ser lindo e emocionante ver os poetas mirins do Amapá autografando na Bienal. Vocês não acham?
Alguns já estão com passagem comprada, mala arrumada, canetinha nova para autografar e não falam em outra coisa. Outros ainda esperam receber algum apoio para participar deste momento tão importante.

Eu adoraria ver todos os poetas – adultos e crianças – do Movimento Poesia na Boca da Noite participando do lançamento do livro na Bienal, colocando o nome do Amapá em destaque no cenário cultural brasileiro.
Mas sem condições financeiras para comprar passagem, pagar hospedagem e alimentação vários não poderão ir.
Uma pena.

Agenda cultural – Sexta-feira tem Poesia na Boca da Noite na Praça do Coco

O rio Amazonas já mandou avisar que colocará a brisa à disposição dos poetas e amantes da poesia na sexta-feira, na Praça do Coco.
E lá, que a partir das 18h, o Movimento Poesia na Boca da Noite estenderá o Pano da Poesia, montará um belíssimo varal de poemas e fará exposição  de livros. Além, claro, de declamar muita poesia.

Você, leitor do blog, que é poeta ou amante da poesia participe desse momento mágico que ilumina a alma e enche o coração de amor e lirismo. Va lá, leve sua poesia ou de seu autor preferido para declamar ou enfeitar o varal. Liberte o poeta que está dentro de você.

Crianças no Pano da Poesia lendo livros de poemas

O Movimento Poesia na Boca da Noite reúne pessoas de todas as idades e classes sociais nas sextas-feiras para falar, dizer e recitar poemas.
As crianças se encantam com poesias infantis, soltam bolhas de sabão e brincam de ciranda junto com os adultos. Na hora da ciranda parece que todos viram crianças. É lindo!

Gente de todas as idades, classes sociais e tribos se encontra na boca da noite para falar de poesia e declamar poemas. É sempre muito emocionante

Chá da tarde

Verso e reverso

No verso e reverso da vida
às vezes sou verso,
às vezes o inverso do verso.

Às vezes sou verão;
outras, primavera.

Às vezes sou dia,
mas noite só se for estrelada.

Às vezes dou gargalhadas à toa.
Às vezes choro (baixinho)
e com as lágrimas lavo meus desencantos.
Depois
prego um sorriso no olhar
e saio plantando alegrias.

Canto a paz.
Não aprendi a ser pedra
também não me fiz vidraça.

E amo.
Amo muito.
Amo intensamente.
Amo tudo que merece ser amado
(às vezes também o que não merece).

E descubro
que no verso e reverso da vida
sou mais verso
que reverso.

(Alcinéa)

Chá da tarde

Conduzir
Kelly Holanda
………
Quem conduz a vida?
Ou é a vida quem te conduz?
Na fantasia da vida conduzir é um enigma
Porque não se sabe se é a vida quem nos conduz
No mistério do fogo, da água da luz.
Quem te conduz?
A dor, o sorriso a alegria.
Quem te conduz?
A tristeza, a correria do dia-dia.
Quem te conduz?
Ate que chega um momento de ver o dia
Conduzir é mais que certeza,
Conduzir é querer ser prudente
Num instante virar gente
Conduzir é clareza
Conduzir é querer acertar
Conduzir é driblar
Conduzir é querer desvendar o desconhecido
Conduzir é magia de noite e de dia.
Conduzir a vida da melhor maneira sem atropelos
Conduzir a vida com emoção,com amor no coração,isso sim vale a pena.

Chá da tarde

Aquilo que sou
Jhenni Suelem

Eu não sou poeta.
Ser poeta vai além da minha simples compreensão,
Ser poeta vai além do meu simples coração,
Ser poeta é ter métrica e estética.
E adivinha? Sou torta e incompleta.
Decreto agora, não me chamem de poeta!
Ser poeta é mágico e lindo.
Isto não se encaixa a minha alma.
Sou das palavras soltas,
Ser poeta é demais para mim.
Porém digo, amaria ser poeta!
Eu escreveria mil versos para ti,
Pintaria o céu de palavras coloridas,
Te faria sorrir todas as manhãs
E conquistar-te-ia todos os dias.
Mas eu não sou poeta.
Apenas sou o resto do imperfeito,
A pausa no silêncio,
O finito do infinito,
Eu sou tudo aquilo que meu coração me permitir sentir.

Jhenni Suelem Costa Quaresma, nascida em 23 de setembro de 1995, na maternidade Mãe Luzia, no Estado do Amapá. Amante da Literatura dedica-se à poesia e à filosofia, participa do Movimento Poesia na Boca da Noite onde declama poesias de sua autoria e de outros.

Chá da tarde

POEMA À FOGUEIRA
Arthur Nery Marinho

Fogueira de Santo Antônio
que ardes tal como arde
a chama do meu olhar!

Fogueira linda, que tanto
o meu tempo de criança
ora me fazes lembrar!

Não tenho mais estalinhos
pistolas também não tenho,
como não tenho balão.

Tenho somente a saudade
da infância que hoje não passa
de simples recordação.

Mas, psiu! Não digas nada
às crianças que hoje brincam
como em criança brinquei.
É cedo para que saibam
que na fogueira dos sonhos
minha esperança queimei.

Guarda silêncio, se ouves
o que, contrito, te pede
o meu pobre coração,
pela bondade de Antônio,
desconfiança de Pedro,
profecia de João.

Não digas nada, fogueira!
Não digas que tudo arde
neste mundo de ilusão,
que tudo não passa mesmo
das fantasias que acabam
quando incendeia o balão.

O poeta Arthur Nery Marinho faz parte da primeira geração dos modernos poetas do Amapá.
Nascido  em Chaves (PA), em 27 de setembro de 1923,  veio para o Amapá em 1946.
Ao lado de Alcy Araújo, Álvaro da Cunha, Aluízio Cunha e Ivo Torres, Arthur desenvolveu importantes projetos culturais.
Está na Antologia Modernos Poetas do Amapá,na Coletânea Amapaense de Poesia e Crônica, entre outras.
Em 1993 publicou o livro de poesias “Sermão de Mágoa”. Arthur morreu em 24 de março de 2003 e alguns meses após sua morte a Associação Amapaense de Escritores fez o lançamento do seu livro de poemas e trovas “Cantigas do Meu Retiro”.

Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar

Na quinta-feira, convidado pela sub-prefeitura, o Movimento Poesia na Boca da Noite esteve na Zona Norte. Poetas e amantes da poesia enfeitaram a praça do Jardim I com varais de poesia, penduraram versos nas árvores, declamaram poemas junto com os moradores da Zona Norte por mais de duas horas. E quando a noite caiu acendendo mistérios, adultos e crianças felizes e emocionados brincaram ciranda em volta do Pano da Poesia, resgatando as cantigas de roda porque dentro de cada poeta há uma criança e nos olhos e sorrisos de todas as crianças há poesia.

Chá da tarde

Outros dias
Andreza Costa

Sentirei falta da companhia
Das brincadeiras
Das conversas sérias.

Lembrarei dos elogios
Do toque das mãos
Do sorriso.

Tentarei viver das
Promessas que um dia
Foram feitas
Para que a amizade seja eterna.

Direi que a vida é longa
Mas que os momentos foram curtos
Para que em outros dias
Tudo dure muito mais que um segundo.

Andreza Gil Costa e Costa, nascida na década de 90, descobriu sua vocação poética  aos 10 anos de idade, em um concurso promovido por um Instituto mantido pelo Banco Itaú, sendo classificada em 2° lugar a nível estadual, incentivada por sua professora da 4ª série do Ensino Fundamental. A partir do ano de 2010 dedicou-se de forma mais efetiva as suas produções poéticas. Faz parte do Movimento Poesia na Boca da Noite.