Chá da tarde

Guerreira
Izaías Cunha

Se só li de ti te amei
O que serei se conviver contigo?
Teu brilho
Tua graça
Tua arte na praça
E o mais que tu tenhas.

Teu olhar de guerreira
Tua voz de roufenha
Invadiu meu espaço sem senha

E o que mais que eu quero
Se pra o mal és martelo
Que esmiuça a pedra na penha.

Hoje tem poesia na boca da noite

Poetas e amantes da poesia estarão reunidos hoje, na boca da noite, na ponta do Trapiche Eliezer Levy para falar, dizer, declamar poemas à beira do maior e mais lindo rio do mundo, o Amazonas, recebendo o carinho da brisa e as bênçãos do padroeiro São José.
É lá no trapiche – um dos mais bonitos pontos turísticos de Macapá, que o Movimento Poesia na Boca da Noite estenderá os panos da Vida e da Poesia, montará um varal com belíssimos poemas e declamará poesia das 17h às 19h.
Qualquer pessoa pode e deve participar do Movimento Poesia na Boca da Noite, basta gostar de poesia. Portanto, proporcione a você mesmo momentos inesquecíveis de ternura e lirismo nesta última sexta-feira de março. Você, leitor do blog,  é nosso convidado especial.
Te esperamos lá.

Pro dia nascer feliz

Enquanto você dormia, um grupo  do Movimento Poesia na Boca da Noite saiu pela cidade plantando poesias. O grupo (formado por Alcinéa Cavalcante, Glória, Thiago Soeiro, Pedro Stkls, Pedro Henrique, Valdici, Cléo Farias, Mara, Charles, Julinha e Fernanda Gomes)  pendurou poesias nas árvores, nas praças, paradas de ônibus, deixou caixinhas de poesias e livros em bancos de praças e paradas de ônibus.
Durante uma semana essas pessoas trabalharam incansavelmente imprimindo poemas, pintando versos, colando, protegendo-os com plásticos (afinal, é tempo de chuva), fazendo varal e tantas outras coisas para sair nesta  madrugada enchendo a cidade de poesia, a poesia que faz o dia nascer feliz, que eleva o espírito, que abre sorrisos, que ilumina a alma.
Foram mais de dez mil poesias plantadas esta madrugada na cidade. São suas.  Colha-as com carinho e ternura.

Mais tarde, a partir das 9h, estaremos na Praça Barão do Rio Branco. Por lá ficaremos o dia todo, declamando, dizendo, falando poesia. Enfeitaremos as árvores da Praça Barão com mil poemas e ainda teremos uma modesta Feira de Livros de autores amapaenses.
Participe! Leve um poema seu ou do seu poeta preferido para declamar e enfeitar a praça. Se você tem livros publicados leve-os para expor ou vender na Feira.

Eis alguns pontos onde o grupo plantou poesias esta madrugada:

Poemas e crônicas

  Poeta, cronista, contista e professora Deusa Ilário lança nesta sexta-feira, 9, seu segundo livro de poemas e crônicas “Retalhos e Linhas“. Com prefácio do professor, músico e poeta Orivaldo Souza e capa de Ana Maria Barbosa e Márcio Wendel, o livro tem 284 páginas impregnadas de lirismo, ternura e amor.
Sou um pouco de flor, sou um pouco de pedra, sou relva e sou selva”, define-se a poeta.  Sobre Deusa, a professora Maria  José Costa da Silva – que assina a orelha do livro – diz: “Essa doce mulher é a própria poesia no corpo, na alma.” É verdade. Deusa é pura poesia, é maré cheia de versos, é chuva de lirismo.

Quem ler Retalhos e Linhas faz uma viagem em uma canoa. cujo remador tem habilidade, sensibilidade, carinho e desejo de sempre manter o remo no lugar certo, de modo que as águas que navegamos, enquanto leitores, estão sempre tranquilas. ternas como se tivessem, e estão cuidando de todas as vidas embarcada nesta canoa”, ressalta Orivaldo no prefácio.

Deusa Ilário faz parte do Movimento Poesia na Boca da Noite.
Retalhos e Linhas será lançado amanhã, sexta-feira, às 9h na área de estacionamento da Secretaria de Estado da Educação (Seed)

Vamos fazer de Macapá a Capital da Poesia

“Onde não há poesia a vida pesa como chumbo.”
(Manoel Bispo, poeta amapaense)

O Movimento “Poesia na Boca da Noite” convida poetas e amantes da poesia para fazer de Macapá a capital da Poesia no dia 14 de março, quando se comemora o Dia Nacional da Poesia.
A idéia é que neste dia, haja poesia em todos os cantos da cidade. Pequenos varais  e livros em paradas de ônibus, porta de escolas e praças.
Um grupo de poetas já decidiu ontem que árvores das praças Floriano Peixoto, Bandeira, Barão e Veiga Cabral amanhecerão enfeitadas de poemas. Impressos ou manuscritos, os poemas serão pendurados durante a madrugada nas árvores. Em várias paradas de ônibus do centro da cidade serão estendidos varais de poesias e deixados alguns livros para garantir o acesso do maior número de pessoas ao prazer de ler um belo poema.

Você, leitor do blog, também pode reunir os poetas, professores de literatura, amantes da poesia do seu bairro e fazer o mesmo. Importante que neste dia você viva e respire poesia. Declame um poema para seus familiares, para os amigos, para o namorado ou namorada. Ligue para os programas de rádio e declame uma poesia. Se alguém da sua relação faz aniversário neste dia, dê de presente a ele um poema ou um livro de poesia.

Na reunião de ontem ficou decidido também que da boca do dia à boca da noite, haverá na Praça Barão ou Veiga Cabral (qual das duas você acha melhor?) uma feira de livros, declamação, varal, ciranda, brincadeiras poéticas e bate-papo com os poetas. Qualquer pessoa pode participar. Como é tempo de chuva, vamos tentar conseguir duas tendas: uma para a feira de livros e outra para nos proteger da chuva, caso São Pedro resolva refrescar a cidade. Vamos tentar conseguir também um modesto equipamento de som (Quem souber onde podemos conseguir, a custo zero, tendas e o som, por favor nos avise).

Outras idéias estão surgindo e você, querido leitor, também pode e deve dar sugestões.
Deixe suas sugestões na caixinha de comentários aqui do blog ou mande para o e-mail [email protected]

Na escola Lima Neto
O diretor da escola Lima Neto, pedagogo Ronan Almeida, aderiu a idéia e  fará um grande e belo caminho da poesia por toda a escola, que fica no bairro Infraero II.  Na entrada será montado um varal e nos três turnos de aula professores e alunos declamarão poemas em todos os cantos da escola. O Movimento Poesia na Boca da Noite doará  livros de poesias à biblioteca daquela escola.

 

O novo livro de Carla Nobre

  Será lançado na próxima quarta-feira, 7, o livro de poesias “O Amor é Urgente”, da escritora amapaense Carla Nobre.

Carla é poeta, cronista, professora de Literatura e membro titular do Conselho Estadual de Cultura. Este é seu segundo livro.

O lançamento será às 19h no Centro Cultural Franco Amapaense.

Na oportunidade, o grupo Abeporá das Palavras – presidido por Carla Nobre, lançará também um blog em homenagem a um dos homens mais cultos do Amapá e grande incentivar da literatura, o professor Antônio Munhoz – que em fevereiro passado completou 80 anos de idade.

Cronistas do Meio do Mundo

O grupo Uni-Verso lança neste sábado, na Confraria Tucuju, durante as comemorações do aniversário da cidade, a terceira coletânea do Projeto Samaúma. As coletâneas reunem poetas, contistas e cronistas do Amapá. A primeira, de poesia, foi lançada em 2010; a segunda, de contos, foi lançada ano passado e neste sábado é lançada a de crônicas.
Participam desta obra os cronistas  Manoel Bispo, Alcinéa Cavalcante, Osvaldo Simões, Rostan Martins,   Cesar Bernardo de Souza, Paulo Tarso Barros, Ruben Bemerguy, Márcia Corrêa, Carla Nobre, Wilson Cardoso, Mauro Guilherme, José Maria, Wilson Carvalho, Gilberto Pinheiro,  Jonas Diego Teles, Carlos Bezerra, Wellington Silva e  Renivaldo Costa.

Artista amapaense no Festival Digitália

O Digitália – Congresso Internacional de Música e Cultura Digital reunirá, em Salvador, de 1 a 4 de fevereiro de 2012, diversas iniciativas que relacionam o campo da música às novas tecnologias da informação e da comunicação, notadamente aquelas conformadas pela chamada Cultura Digital.

Dentre os 129 trabalhos  selecionados está o trabalho do poeta amapaense Herbert Emmanuel (foto), com a instalação multimídia poética “RES IST E”, nome também, de seu mais recente livro.
A instalação consiste de cinco projetores, com projeção de imagens simultâneas sobre uma tela de 10 metros, com sons, ruídos, vozes, criando um clima sinestésico envolvendo o espectador, que pode interagir com um dos vídeos.

Herbert é um dos grandes poetas amapaenses. Tem vários livros publicados, foi diretor do Teatro das Bacabeiras, presidente do Conselho Estadual de Cultura e faz parte do Tatamirô, grupo de poesia fundado por ele e Adriana Abreu, que tem levado a poesia amapaense a vários recantos do país.

Chá da tarde

Cisão ao Riso
Vicente Cruz

Perdoa, amor, minha cisão ao riso.
Há uma guerra, um motim, um holocausto à vista,
um barulho (pasmem!) silente e inciso
recomendando um coração autista.

Andarei, assim, em trote firme,
como corcel a empinar a crista.
É batalha insana há quem afirme
E o amor, guerreira, um pouco dista.

Estou em guerra, em batalha dura,
coração de pedra e face austera
de lirismo ausente, em ruptura,
alma em frangalhos, desacelera.