Quando qualquer lugar é bom

lerQuando se gosta de ler qualquer lugar é bom.
Andando pela cidade me chamou atenção esse moço. Deitado num banco de concreto, cabeça apoiada na mochila, estava concentrado na leitura. Sem se importar com quem passa, com o barulho, com pessoas conversando ao lado. Nada, absolutamente nada, conseguia tirar-lhe o prazer da leitura.
Fotografei de longe. Mas pensei em me aproximar, chegar pertinho, esticar o olho para o livro. Fiquei curiosa para saber o que ele estava lendo. Sou do tipo que quando vejo alguém com um livro, peço logo “me mostra a capa”, ou pergunto “que livro é esse? Deixa eu ver?”.
Mas ele estava tão concentrado, tão sereno,  que eu achei que não tinha o direito de perturbar-lhe a paz.

No Amapá, corpo de bebê some da Maternidade Mãe Luzia

Uma bebê de pouco mais de um mês que estava internada na UTI da Maternidade Mãe Luzia em Macapá morreu na madrugada de quinta-feira e seu corpo desapareceu.
A bebê nasceu no dia 3 de julho num hospital em Santana, distante 24km de Macapá. Como apresentava problemas cardíacos foi transferida para Macapá e internada na UTI da Maternidade Mãe Luzia.
Na madrugada de  ontem a bebê faleceu. A mãe ainda ficou com seu corpinho no colo alguns momentos antes de ser levado para a geladeira.
Para que o corpo fosse liberado foi exigida a certidão de nascimento. Os pais da bebê providenciaram isso pela manhã.
Registraram a menina com o nome de Eloany no Cartório Oliveira, em Santana. Mas quando voltaram à Maternidade com a certidão o corpo havia desaparecido.
Ontem mesmo os pais do bebê procuraram a polícia e registraram ocorrência no Ciosp- Centro Integrado de Operações em Segurança Pública.

Até agora, o governo, a secretaria estadual de saúde, a direção da maternidade não se manifestaram sobre o assunto.

O blog apurou que neste momento está havendo uma tensa reunião na Secretaria Estadual de Saúde entre os gestores da pasta, direção da maternidade e representantes das empresas terceirizadas responsáveis pelas geladeiras, coleta e incineração do lixo hospitalar.

Manuel Brito será empossado hoje no cargo de desembargador

manelaoEm sessão solene, às 17h desta sexta-feira no plenário do Tribunal de Justiça do Amapá, Manoel Brito, o Manelão,  toma posse no cargo vitalício de desembargador.
Ele ocupará a vaga aberta com a aposentadoria de Luiz Carlos Gomes dos Santos.
Brito tem 63 anos. Foi professor de educação física, delegado de polícia,  técnico judiciário nas comarcas de Amapá e Oiapoque, presidente da OAB-AP. Em 1991 foi aprovado no primeiro concurso público para promotor de Justiça do Amapá, um ano depois ascendeu ao cargo de procurador de Justiça. Foi  procurador-geral de Justiça (1993-1997).

Ele disputou a vaga aberta com a aposentadoria de Luiz Carlos com Fernando Luís França, Nicolau Eládio Bassalo Crispino, Joel Sousa das Chagas, Jayme Henrique Ferreira e Alessandra Moro de Carvalho, na lista sêxtupla do MP, homologada em junho e enviada ao Tribunal de Justiça para ser reduzida à lista tríplice.
Além de Manoel Brito, passaram no crivo do Tribunal o procurador Nicolau Crispino e a promotora Alessandra Moro. O governador Waldez Góes optou por Manoel Brito nomeando-o para o cargo.

Tem mais um anjo no céu

Tem mais um anjo no céu
Alex  Fabiano Santos e Silva

Hoje, depois de 21  dias  de  luta  pela  vida  no  Hospital  São  Camilo, minha  mãe,  Zaide  Soledade  Santos  e Silva,  foi  habitar  o  céu, tornando- se  mais um  anjo  a  nos  proteger.
Obrigado  ao  prefeito  Clecio Luís  e  ao  governador  Waldez  Goes  que  deram  todo  o apoio material para  a  internação  com  conforto  de  minha  mãe.
Obrigado também  aos  empresários  e amigos  Pierre  Alcolumbre e Walter  da Ótica  Visão, amigos  de  primeira  hora  que  deram auxílio  à Família.
Um obrigado especial pelos  empenhos  pessoais  do  Secretário  Municipal  German  Loo Li, e do Secretário  Estadual Teles Jr., que deram  suporte  direto  à família.
Com todo  o  carinho,  agradeço a toda a rede  de  amigos  que  foi ao  HEMOAP doar  sangue para  minha mãe: Advogados, Professores, Policiais e Bombeiros  Militares, Maçonaria, grupo  IAPEN, Galera  do jiu  jitsu, pessoas de  enorme  coração.
Por fim, o meu muito obrigado a todos em nome da minha mãe Zaide, principalmente às famílias que desde o início de tudo estiveram na lida diária com minha mãe, com orações, cuidados pessoais, amor, carinho e dedicação: Família Cavalcante, Família Souza, Família Cruz, Família Nascimento, enfim, todos que de algum modo estiveram conosco nestes 21 dias de internação.
MUITO  OBRIGADO!

Alex  Fabiano Santos e Silva – Filho  da  Professora  Zaide (minha  principal identificação ).

Notas de pesar pelo falecimento de Zaide

Da Confraria Tucuju
Em nome de  sócios, confrades, amigos e colabores da Confraria Tucuju, a presidente Telma Duarte, lamenta o falecimento da professora Zaide Soledade, ocorrido nesta quarta-feira, 5 de agosto, em Macapá, terra que adotou como pátria. Sócia atuante, Zaide participava de todas as programações, das festas às manifestações em favor da cultura e tradição. Fazia parte da rotina da Confraria, e chegava sempre no fim da tarde em um táxi, trazendo sua alegria e muita história pra contar, emitia opinião e em nenhum momento falhou na responsabilidade de educar, dar carinho e fazer cultura.

Sua passagem aqui se entrelaça com a nossa história.  Trabalhou em uma das primeiras lojas de Macapá,  mesmo sem estudo, virou professora e educou centenas de amapaenses, conseguiu se formar, assumiu  cargos públicos e entidades de classe, deu nome ao Teatro das Bacabeiras, incentivou a criação da guarda municipal, foi atriz da primeira novela produzida no Amapá, fez figurações em comerciais, nos fez rir e chorar de emoção.

A Confraria Tucuju se levanta e aplaude esta mulher, que durante oito décadas contribuiu com nosso estado, e fez seu nome com muito trabalho e dedicação. Que a professora Zaide Soledade siga seu caminho, que começou a ser iluminado aqui entre nós, e que descanse com a tranquilidade de quem cumpriu sua missão. Desejamos aos familiares muita força para superar a dor da perda e a saudade.

Telma Duarte – Presidente da Confraria Tucuju

Do Governo do Amapá
Quero publicamente lamentar a inestimável perda da professora Zaide Soledade, e com respeito, reconhecer o valor de uma das mais autênticas defensoras da cultura do nosso Estado.
Mulher ativa, otimista, amante das letras e das artes, que dedicou a vida à Educação, atuando na formação de grandes amapaenses, “Tia Zaide” foi uma talentosa mestra que soube como poucos apreciar a vida, a arte e a cultura, inspirando gerações dos melhores artistas do Amapá.
No momento da perda desta grande expoente Tucuju, quero enviar meu abraço solidário, o carinho e o apoio a seus parentes, amigos e admiradores.

Waldez Góes – Governador do Estado do Amapá

Da Prefeitura de Macapá
Lamentamos profundamente a partida da professora Zaide Soledade, que nos deixou aos 81 anos nesta quarta-feira, 5 de agosto. Somos conscientes de sua importância para a história do Amapá e de Macapá, onde se dedicou com afinco à educação e enveredou pela trilha da cultura, dando contribuição inestimável ao assumir funções que exigiam iniciativas louváveis e inovadoras.
Devemos a ela o nome do Teatro das Bacabeiras e a criação da nossa Guarda Municipal, que é de grande valia em Macapá. Com a professora Zaide aprendemos a ler, escrever, mas também amar o que é nosso. Por tudo isso somos gratos, e pelo que fez pelo nosso estado e por nosso povo, pela mulher honrada que foi e exemplo que deixou para todas as gerações.
A Prefeitura de Macapá decreta luto de três dias pela morte da professora Zaide Soledade. Que ela siga seu caminho de luz e descanse na eternidade, e seus familiares e amigos tenham o consolo necessário para superar a dor de sua partida.
Clécio Luís Vieira – Prefeito de Macapá

Do Memorial Amapá
O patrimônio histórico e a  cultura de nosso estado perdem  a sua mais autêntica defensora, a querida professora Zaide Soledade.
Aos 17 anos, Zaide Soledade deixou-se encantar pelo Amapá e encantou a todos pela forma generosa como compartilhou o amor pela nossa terra com seus milhares de admiradores.
Trabalhou inicialmente na Casa Leão do Norte, dos irmãos Zagury, o maior estabelecimento comercial da época na cidade. Em 1958 ingressou na área da educação e cultura do Governo do Território, e nunca mais parou. Foi Diretora da Escola de Arte Cândido Portinari, diretora do Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de Macapá, Ex-coralista do Coral Oscar Santos, conselheira do Conselho Municipal de Educação de Macapá, diretora do Teatro das Bacabeiras, conselheira do Conselho Estadual de Cultura por duas vezes e membro atuante da Confraria Tucuju. Foi atriz da primeira novela de rádio do Amapá e atuou em filmes publicitários.
Zaide Soledade seria homenageada no dia 12 de setembro no I Encontro Anual do Memorial Amapá como membro  da Academia dos Notáveis Edificadores do Amapá pelo grande legado que imprimiu na história dos que muito fizeram pelo estado e pelo seu povo.
Nesse momento de tristeza, queremos estender a nossa solidariedade aos familiares, amigos, alunos e admiradores dessa admirável mestra.
Walter Junior do Carmo – Presidente do Memorial Amapá 

Semed em novo endereço

Secretaria de Educação de Macapá funcionará em outro endereço e com novo visual

A partir da segunda-feira, 10, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) começa a funcionar em novo prédio. A sede, que atualmente localiza-se na Avenida Anhanguera, no Beirol, passará para a Av. Almirante Barroso, com a Rua Hildemar Maia, bairro Santa Rita. Além de mais amplo, garantindo ambiente confortável e seguro aos funcionários, o novo prédio também dará comodidade de atendimento à população e à comunidade educacional.

Continue lendo

Aos 81 anos falece em Macapá a professora Zaide Soledade

Notícia muito triste: Faleceu agora há pouco na UTI do Hospital São Camilo, onde estava internada há algumas semanas, a professora Zaide Soledade, pioneira do magistério amapaense.

zaideAssim que tivermos informações sobre local e horário do velório postaremos.

Atualização – 6/8/2015 – 10h11 – O corpo da professora Zaide está sendo velado na Câmara Municipal de Macapá. O sepultamento ocorrerá amanhã, sexta-feira, às 9h no cemitério N.S.da Conceição (Centro)

Sobre Zaide Soledade

Reproduzo abaixo texto de Mariléia Maciel, publicado em julho do ano passado por ocasião dos 80 de Zaide Soledade

Ao aportar em Macapá, em 1952, Zaide Soledade trouxe na bagagem a vontade de ser alguém na vida, sem grandes pretensões, mas as necessidades do pequeno território a levaram a trilhar outros caminhos que não estavam nos planos, e ela se tornou uma das educadoras mais importantes do Amapá. Zaide veio de Óbidos, Pará, acompanhando a família que chegou aqui a convite do governador, apenas com o curso ginasial, feito em Belém.

Na época, o Amapá engatinhava, e tinha carência de trabalhadores para todas as áreas, do comércio ao serviço público, e Zaide, aos 17 anos, ganhou a oportunidade inicial, e foi balconista nos empreendimentos da família Zagury, a Casa Leão do Norte.  Geniosa, ela conta que várias vezes abandonou o balcão e foi pra casa emburrada, mas sempre que o carro do guaraná Flip chegava em frente à sua casa, voltava para a loja.

Sua vida sempre foi assim, cheia de surpresas e oportunidades. Em 1958 uma amiga fez o convite para que desse aula em Tartarugalzinho. E Zaide, mesmo sem experiência, levou três dias para chegar na nova missão, com direito a luxos prometidos, “cama, mesa e luz”, o que na verdade se resumia a uma instalação precária para morar, rede, lamparina e carapanãs. “A escola era de madeira, coberta com cavaco, tudo era muito pobre, mas foi ali que me apaixonei pela profissão e descobri do que gostava de verdade, que é ensinar”, conta Zaide.

Em uma das viagens para Macapá, onde recebia o salário, pago na época pelo Departamento Nacional de Estradas e Rodagens, outra porta se abriu. Passava em frente à antiga Radiofonia do Amapá, que funciona onde hoje é a Biblioteca Elcy Lacerda, e o jornalista Hélio Penafort a chamou, estava no telefone com o governador Pauxi Nunes, que ligava do Rio de Janeiro. “Ele me pediu o nome completo para ser enquadrada no Governo Federal e, por telefone, me tornei funcionária efetiva da União”, relembra.

E Zaide Soledade se apaixonou tanto pela pedagogia que foi estudar, pra aprender e ensinar melhor. Estudou Artes Dramáticas, Educação Física, Letras e Artes, entre outros cursos, inclusive na área de saúde. Foi professora de hoje grandes personalidades do Amapá, ajudando na formação e educação. Mas fora das salas de aula, Zaide exerceu papel importante na sociedade amapaense, foi conselheira de Educação e de Cultura, principal incentivadora para que a Guarda Municipal fosse criada em Macapá, deu nome ao Teatro das Bacabeiras, e foi  atriz na primeira novela produzida no Amapá, Mãe do Rio, onde fez o papel de benzedeira.

Militou em favor de causas que considerava justas, como na luta dos educadores. Foi presidente da antiga Associação dos Professores do Amapá (APA), e integrou o Sindicato dos Servidores Públicos em Educação no Amapá (Sinsepeap) e o Centro Folclórico Amapaense.

Atualmente Zaide Soledade atua incansavelmente na cultura macapaense através da Confraria Tucuju, onde é uma das integrantes mais ativas. Aos 80 anos, completados em 31 de julho, lúcida e falante, ela é um arquivo vivo da memória do Amapá, do Território ao Estado, que não pode ser perdido nem desvalorizado.

(Mariléia Maciel)

A grande, doce e animada família do Mel

ozeias2A família é enorme – e muito divertida. Para reunir todos ou quase todos só mesmo fazendo um encontro anual. Há cinco anos, a família reúne num domingo de agosto e a alegria toma conta da parentada com beijos, abraços, esporte, música, muita comida e histórias. Muitas histórias.
É assim a conhecida família Caiana, que tem como chefe Manoel Alexandre Ramos de Souza,69 anos, o “seu” Alexandre (Foto abaixo). Homem muito querido, hospitaleiro, religioso e respeitado.

ozeias1A festa é na comunidade quilombola do Mel da Pedreira, a 30km de Macapá. O V Encontro aconteceu domingo passado, dia 2.

A comunidade foi fundada em  1954 pelo  casal Antônio Bráulio de Souza e Auta Augusta Ramos de Souza, oriundos das comunidades de Ambé e Campineiro, respectivamente. Foi reconhecida como quilombola em 2005 pela Fundação Cultural Palmares.
A professora Estefania Cabral, neta de Antônio e Auta,  conta que o casal  teve oito  filhos – um dos quais “seu”Alexandre –  que geraram 85 netos, mais de duzentos bisnetos e mais de cinquenta tataranetos. “Uma parte da família mora na comunidade e vive  da agricultura familiar e criação de animais. A outra parte mora na cidade de Macapá, em sua maioria”, diz Estefania.

ozeias4“É muita gente, alguns nem se conheciam, por isso decidimos fazer esses encontros”, diz Ozéias Cabral. Ele e Estefânia são filhos do “seu Alexandre”, o morador mais antigo do lugar, que conhece aquelas terras como a palma da mão.

ozeias5Para o encontro é formada uma comissão organizadora com membros dos oito núcleos familiares. Tudo é pensado e organizado com detalhes para agradar a todos, afinal é gente de todas as idades e profissões.
Da programação constam o cerimonial de abertura, quando “seu Alexandre” conta um pouco da história da família; apresentação artístico-cultural, inclusive show  especial do famoso parente  Zé Miguel; almoço, que eles chamam de “encontro de comida”, pois cada um leva um prato;  recreação e jogos.
A festa começa de manhã cedo e só termina quando a Lua dá o ar de sua graça. Todos se despedem com beijos, abraços e a promessa de estarem  juntos e felizes novamente no próximo agosto.

ozeias3Conta-me o  Ozéias que o lugar recebeu o nome de “Mel” porque quando seus avós chegaram ali e começaram a roçar uma área  para iniciar a plantação  encontraram muitos favos de mel.